quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Pelo visto é mais ou menos






O Iluminado é um clássico imortal do suspense, sucesso tanto na literatura quanto nos cinemas. Como era de se esperar, sua continuação, Doutor Sono, escrita por Stephen King e lançada em 2013, também ganharia uma adaptação cinematográfica, e depois de muita espera ela finalmente será lançada semana que vem.

O novo filme teve reações iniciais muito positivas de blogueiros e influenciadores no Twitter há alguns dias, mas agora é hora da crítica especializada se pronunciar. E entre eles, as opiniões foram mistas, tendo quem gostasse e quem odiasse.

Owen Gleiberman, do site Variety, aprovou a produção:

“O fato de o filme funcionar diz algo sobre o quão irresistível é voltar a este mundo. Ele funcionar tão bem quanto o original é um testamento do quão poderosa é a imaginação de Stephen King. Eu ainda não sei se O Iluminado precisava de um segundo ato, mas Doutor Sono se apresenta novo e perturbador o suficiente para justificar sua existência. O filme se desenrola por 151 minutos desnecessariamente estendidos, e é sem dúvida um subproduto do sucesso de It, a longa adaptação de 2017 do primeiro ato do romance sobre o palhaço assassino. Mas, neste caso, o contraste serve apenas para intensificar como Doutor Sono, diferente dos filmes de “bater em um demônio” como It, usa sua duração para mergulhar em um genuíno clima de contemplação do medo.”


Já Darren Franich, do Entertainment Weekly, não gostou nada do que viu:

“Doutor Sono é uma bagunça. É longo demais, fazendo sua sobriedade sombria colidir com maluquices baratas. As homenagens a O Iluminado parecem gratuitas e sem-vergonha. Os sustos são mais engraçados que assustadores. Dan é um problema. McGregor costuma ser um artista muito vivo, mas aqui ele parece congelado.”

Chris Hewitt, da revista Empire, também não parecia impressionado, mas apontou que as decisões criativas do próprio Stephen King contribuem para o filme não ser tão bom quanto poderia:

“Há momentos em que ele recria diretamente cenas e revisita locações do filme original (você vai reconhecer quando vê-las), mas isso não é O Iluminado Parte II. Enquanto aquele filme era um estudo claustrofóbico sobre a loucura, a paranoia e a corrupção, Doutor Sono é um drama caro, sóbrio e cheio de locações e personagens, a um mundo de distância de seu progenitor. Curiosamente, ele não é particularmente assustador ou perturbador. Talvez [Mike] Flanagan soubesse que tentar se equiparar ao nível de terror de O Iluminado era uma tarefa impossível. Talvez as falhas na história de [Stephen] King, que mantém o trio central de personagens separados por um espaço de tempo que poderia muito bem ser usado para desenvolvê-los, mas que acaba se tornando algo chato (dependendo do seu ponto de vista), a emoção se torna difícil de aparecer.”


Brian Truitt, do USA Today, elogiou a atmosfera sombria do filme:

“Flanagan mostrou um talento especial para criar uma atmosfera sublimemente sinistra em O Espelho, Hush: A Morte Ouve e especialmente na série da Netflix A Maldição da Residência Hill. E também o faz aqui, com travessuras de criança que se tornam emocionalmente brutais e com sua recriação da paisagem de O Iluminado de Kubrick.”

Eric Kohn, do IndieWire, fez uma inevitável comparação entre o primeiro filme, o novo filme e o livro no qual ele é baseado:

“Diferente da recriação irônica do hotel Overlook em Jogador Nº 1, o assustador hotel foi relegado a um cenário vazio para a aplicação sem objetivo de um clichê que Roger Ebert chamou de ‘a falácia do palhaço falante’, e as referências à obra de Kubrick soam falsas. Enquanto sua versão de O Iluminado era uma tapeçaria de sofisticação visual, o livro de King tinha mais qualidade interna, e Flanagan transforma os dois lados dessa equação em uma saudação superficial.”

Peter Bradshaw, do jornal The Guardian, escreveu:

“O Iluminado realmente precisava de uma sequência? Bem, agora ela existe, adaptada pelo diretor Mike Flanagan no livro escrito por Stephen King em 2013. É mais de meia hora mais longo que o filme de Stanley Kubrick, embora pareça mais que isso – ele é trabalhoso, sem direção e densamente populado por novos personagens sem graça, entre os quais o foco narrativo é confuso e dividido. Sua atenção é distraída da figura central, que de outra forma poderia ter sido um objeto real de fascinação.”


POR:Marcilio

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