Começou
como uma piada e uma lenda urbana, às vezes, grandes coisas que vem como um
tsunami sempre começa assim. Uma “suposta versão muito mais consciente do filme
da Liga”. Zombavam, sobre como alguns gatos pingados levantavam placas na rua
exigindo que a verdadeira versão de película fosse liberada. Dois anos se
passam, Snyder manda várias indiretas, fotos, extras, sinais de fumaça
mas tudo não passa de um mero grito abafado. O grande público – muitas vezes
com razão – chega ao consenso (?) de que o diretor deveria seguir em frente e
continuar se focando no seu novo projeto, mas, todos esses anos, sempre entendi
parte do que o “Zequinha” sente.
Nunca tive esperanças em uma “versão redentora da DC nos cinemas”, o “Guerra Infinita” deles ou algo que o valha. Sempre enxerguei a luta de um homem apaixonado pelo que faz, que continuou trabalhando até depois de uma filha ter cometido suicídio (o que serviu até de comemoração para covardes incapazes de separar as coisas, que espero que nunca passem por algo parecido), tentando contar a sua história, apenas isso. Para você, odeia a filmografia dele, é um direito seu, acha as obras do cara bregas, superficiais, pretensiosas se similares, não há ameaça de que o malvadão dos filtros dark volte a tocar nos seus preciosos personagens. Snyder sabe que a sua carreira nesse segmento acabou. Isso não lhe dará dinheiro. Talvez lhe traga mais fama, embora ainda toda odisséia seja resumida a apenas terminar a história que começou. Muitas vezes, um cachimbo pode ser apenas um cachimbo.
Nunca tive esperanças em uma “versão redentora da DC nos cinemas”, o “Guerra Infinita” deles ou algo que o valha. Sempre enxerguei a luta de um homem apaixonado pelo que faz, que continuou trabalhando até depois de uma filha ter cometido suicídio (o que serviu até de comemoração para covardes incapazes de separar as coisas, que espero que nunca passem por algo parecido), tentando contar a sua história, apenas isso. Para você, odeia a filmografia dele, é um direito seu, acha as obras do cara bregas, superficiais, pretensiosas se similares, não há ameaça de que o malvadão dos filtros dark volte a tocar nos seus preciosos personagens. Snyder sabe que a sua carreira nesse segmento acabou. Isso não lhe dará dinheiro. Talvez lhe traga mais fama, embora ainda toda odisséia seja resumida a apenas terminar a história que começou. Muitas vezes, um cachimbo pode ser apenas um cachimbo.
Não quero
subestimar sua inteligência e comparar talentos, estou ciente de que poucos ou
ninguém pode ser comparado com Francis
Ford Coppola. Mas, veja o quanto o cineasta se esforçou para trazer luz,
décadas depois, da sua versão ideal de “Apocalipse
Now”. Para um criador, em especial que lida com área cinematográfica,
cortar e editar para se chegar ao produto final da tela, enquanto se batalha
contra diretor de fotografia, estúdio, produtor, sua própria mãe pode
ser tão “prazeroso” quanto tirar sua própria carne, em um processo de no mínimo
um ano.
Meses de filmagem, de acordo com Ns
visões na edição que possa ter, é sempre uma caixa cheia de filmes diferentes,
de onde você vai montar seu quebra cabeça,
O que teremos como “único” quando no escuro da sessão, será só mais uma
variante, que nos iludimos ao tê-la como definitiva. Sob o mundo das tesouras,
várias obras-primas nunca chegaram até nós. Eu temo é pelo que deixo de ver, e
não pela provocação aos meus conceitos que posso receber ao ver “mais do que
deveria” de qualquer filme.
Particularmente,
tenho certas críticas que persistem ao Josh Wheldon, mas, em especial, por sempre
ter a nítida sensação de estar lendo/assistindo o mesmo roteiro, só mudando
levemente os personagens. Isso não o torna um escritor ruim, há outros que
fazem o mesmo, embora mais felizes. Wheldon, passou por um processo parecido,
com Vingadores 2, um filme que ficou muito aquém do esperado. Foi contratado
como mais um funcionário, fez o seu trabalho com a sua visão, e não
necessariamente por ter algo de pessoal contra Snyder, e ainda fez bonito, dada
as circunstâncias. Liga da Justiça, da forma que foi ao cinema, não é um filme
ruim, apenas soa fora de timing e muito mais contido, tímido e básico do que
deveria ser. Fosse lançado, em torno de 2010, em um mundo “pré-Vingadores/Disney
vai comprar tudo”, teria feito seu bilhão, e nossa cronologia seria o oposto. Havia
até uma proposta de um filme dele sobre a Batgirl, onde desenvolveria seu ponto
forte, que são personagens femininas. Algo que nunca mais ouvi falar. Fosse
ele, se manifestando sobre como gostaria de ter sua versão dos Vingadores,
estaria eu aberto a vê-la da mesma forma. Em uma sociedade “de consumo pop
descartável”, questionamentos, discussões e retoques são mais do que capricho:
são um respiro.
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