domingo, 2 de fevereiro de 2020

CEO do Hulu renuncia

 Disney moveu a plataforma para responder diretamente a seus executivos 


O Hulu sofreu uma grande mudança: Randy Freer (até então CEO da plataforma), está deixando o cargo, ao mesmo tempo que a Disney move o streaming para consolidar seus negócios diretos ao consumidor através de seus próprios executivos. Segundo o que foi informado, parte da decisão de transferir as operações comerciais do Hulu para a divisão direta da Disney é para ajudar a "aumentar rapidamente a presença [do streaming] fora dos EUA". 
Com isso, a Disney não se esquivou de seus planos de lançar o Hulu em vários territórios internacionais, junto com o Disney + (a integração significa que os executivos da Hulu agora se reportarão diretamente aos executivos da Disney). Logo, tudo o que o Hulu fizer será diretamente  reportado para Kevin Mayer, que chefia a divisão da Disney que inclui o Disney +, o ESPN + e agora o Hulu.

"Quero agradecer a Randy por sua liderança nos últimos dois anos como CEO, e por sua colaboração nos últimos meses para garantir um futuro brilhante para o Hulu", disse Mayer em comunicado. "Com o lançamento bem-sucedido do Disney +, agora estamos focados nos benefícios da escala de ter tudo dentro do nosso portfólio de negócios de DTC",finalizou. Com isso, a divisão direta ao consumidor da Disney estará centralizada, e dando aos executivos da divisão mais controle sobre seus negócios de streaming (a pressão para incluir o Hulu nesse departamento tornou-se inevitável depois que a empresa adquiriu totalmente o serviço em maio de 2019), quando comprou a participação que a Comcast tinha.
Isso sem mencionar que, após a aquisição da Disney, o vice-presidente sênior de conteúdo do Hulu, Craig Erwich, já havia parado de se reportar a Freer, e começou a se reportar diretamente à presidente da Disney Television Studios e ABC Entertainment, Dana Walden. O presidente da FX (John Landgraf) por sua vez recebeu uma parte da lista de programação original do Hulu, ao reportar aos executivos da Fox agora na Disney. Uma parte desse processo de reformulação ficou mais conhecido graças aos cancelamentos de programas da Marvel no Hulu, visto as mudanças que ocorriam graças ao fato da Marvel Studios assumir a Marvel TV (o CEO da Disney, Bob Iger), ainda tinha confirmado que o Hulu seria executado em breve na plataforma BAMTech, que é a mesma tecnologia de streaming que alimenta o Disney +,e da qual a Disney adquiriu uma participação majoritária em 2017. 
Todas essas mudanças apenas mostram que o Hulu é definitivamente um grande investimento para a Disney, e que o Mickey já começou a remodelar isso após suas aquisições totais da plataforma e da antes chamada 21st Century Fox (até porque esse é o maior investimento massivo da empresa para trabalhar com conteúdos um pouco fora da linha tradicional e familiar da marca). Vale lembrar que Iger disse aos investidores no ano passado que a empresa planeja lançar um 'hub' dedicado ao FX no Hulu, e até pensa em transformar parte do conteúdo do FX em projetos exclusivos do streaming verde. 
A idéia é trazer parte da base de clientes dedicada do FX e migrar a mesma para o Hulu, ao usar séries de prestígio para atrair ainda mais assinantes. Afinal, estamos falando do FX (que já ganhou 57 Emmys desde 2014), e que já ganhou mais Globos de Ouro do que a HBO, Netflix e Amazon Prime nesse mesmo período de tempo com programas como American Crime Story, Pose, Fargo e The Americans. Ter esse conteúdo FX exclusivamente no Hulu dará ao serviço assim um nível de prestígio que ele não possui atualmente (Devs, nova série de Alex Garland) já fará parte dessa estratégia, já que existirá com exclusividade no Hulu no chamado "FX on Hulu", o que também significa que a maioria das novas e atuais séries do FX estarão disponíveis para se assistir no Hulu imediatamente após a exibição delas.
Por fim, mas não menos importante, vale lembrar que não é apenas a FX que a Disney quer aproveitar para o Hulu: Iger também já sugeriu, pelos mesmos para os investidores, que o Hulu também usará a Searchlight Pictures para criar conteúdo exclusivo. A Searchlight continuará a fazer filmes para o cinema, mas haverá alguns projetos que se tornarão exclusivos do streaming, e que serão uma espécie de resposta direta para o investimento que a Netflix vem fazendo com projetos como O Irlandês e História de um Casamento.

Por: Riptor 

Fonte: The Verge


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