quarta-feira, 25 de março de 2020

Matheus opina #2 | Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa


Sinopse: Após romper com o Coringa (não é o do Joaquin Phoenix), Arlequina se junta às heroínas Canário Negro, Caçadora e Renee Montoya para proteger uma garotinha do mafioso Máscara Negra.

Aves de Rapina é o oitavo filme do universo compartilhado da DC Comics e é o mais diferente de seus antecessores em tom e narrativa. 

A trama é narrada pela perspectiva da Arlequina e devido a sua loucura intermitente, o roteiro constrói a trama de maneira simples para que não fique muito confuso as muitas idas e vindas da personagem. A todo momento são jogadas em tela muitas informações para o público acerca das motivações dos diversos personagens que aparecem ao longo do filme e por mais que seja um recurso que gere boas piadas, causa uma certa confusão com o excesso de informações, especialmente na primeira metade do filme. Tudo isso gera um impacto na montagem que apesar de frenética, tem cortes muito bruscos na edição das cenas e as transições entre os flashbacks e o presente não é bem feita.

No quesito atuação, todos os atores fazem bem seus papéis com o destaque ficando para Margot Robbie. Arlequina possui o maior tempo de tela dentre os demais personagens e é investido muito tempo para construir uma nova identidade para a personagem se distanciando da personagem obcecada pelo Coringa que vimos em Esquadrão Suicida. O vilão Máscara Negra interpretado por Ewan McGregor é ameaçador e impotente, contudo é subaproveitado pelo roteiro por suas motivações superficiais por mais que suas cenas sejam boas, destaque para a cena do clube que envolve uma certa risada. A Canário Negro interpretada por Jurnee Smollet-Bell é carismática e tem ótimas cenas de ação, porém é outra vítima do mau aproveitamento, o mesmo acontece com a Caçadora de Mary Elizabeth Winstead. As atrizes tem uma excelente presença em tela e uma boa química com o resto do elenco, porém são extremamente subaproveitado. As personagens Renne Montoya e Cassandra Cain cumprem bem seus papéis, mas não são um grande destaque.


As cenas de ação são muitíssimo bem coreografadas, a classificação para maiores de 16 anos garante uma brutalidade maior em certos blocos, porém é nítido que os produtores não souberam aproveitar bem esse recurso. Existem momentos em que a classificação permitia uma maior escatologia nas cenas, mas a câmera se acorvada e vira para outra direção. A trilha sonora de Daniel Pemberton é eficiente ao realçar as cenas com uma batida de rock instrumental que ajuda a construir uma sensação de euforia e adrenalina nas cenas mais dinâmicas. Também vale uma menção à boa trilha musical, os destaques ficam por conta das músicas Joke’s On You, Sway With Me e It’s A Man’s Man’s Man’s World.

Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa é um filme de ação sólido, porém tem problemas de edição, ritmo e aproveitamento de personagens.

Nota: 6,5

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