domingo, 15 de março de 2020

Pesquisadores que estudaram a "Praga do Sangue Corrompido" estão lutando contra o Coronavírus



Em 2005, uma praga surpreendeu os jogadores de World of Warcraft (já que ela estava matando servidores inteiros de jogadores). Claro, a chamada "Praga do Sangue Corrompido" nunca foi um perigo real como o Covid-19 (que já matou mais de 5 mil pessoas e infectou 137 mil ao redor do mundo). Mas a ideia de uma epidemia em um MMO chamou a atenção de cientistas que jogavam o jogo (eles inclusive dizem que a crise de WoW serviu como um modelo para estudar futuras epidemias), e escreveram até um artigo sobre isso. 
E agora, mais de uma década depois, os mesmos caras estão agora ajudando a salvar vidas ao pesquisar sobre o Coronavírus: o Dr. Eric Logfren (epidemiologista de doenças infecciosas que está trabalhando na universidade estadual de Washington, um dos estados mais atingidos pela doença) vem focando sua pesquisa em infecções associadas com os sistemas de saúde. Ou seja, ele e seus colegas tentam entender como o Covid-19 irá impactar o sistema de saúde dos Estados Unidos. Isso significa que ele precisa recolher e analisar dados de como os pacientes estão sendo hospitalizados, se precisam de respiradores, e como a infeção tem se espalhado entre médicos e enfermeiras que cuidam dos doentes.
Com isso em mente, Logfren ao mesmo tempo tem jogado o WoW Classic, e disse que a Praga do Sangue Corrompido pode retornar ao jogo. Isso pode parecer meio mórbido, mas ele diz que jogos como Plague Inc. dão motivo para que as pessoas falem sobre epidemias, e entendendo melhor como funcionam (e assim, ele usou a doença do jogo para fazer uma analogia ao que tem acontecido no mundo real).

‘Colocando a Praga do Sangue Corrompido como exemplo, algo que tenho pensado sobre – é que há uma ideia que precisa ser entendida. E não é análogo a nada que acontece no mundo real. As pessoas não estão adoecendo de forma intencional. E elas não devem fazer isso. Mas estão ignorando o potencial da doença e o potencial de adoecer outras pessoas. Se você começa a ver pessoas achando que a epidemia não é lá grande coisa, se você não quer mudar seu comportamento e continua indo para shows e então visita seus avós…talvez seja melhor repensar e não fazer isso. As epidemias são problemas sociais. Minimizar a seriedade de algo assim é sabotar o mundo real’

A doutora Nina Fefferman também falou com o site PC Gamer sobre isso,e disse que a epidemia do Sangue Corrompido foi uma experiência interessante para entender o lado social das epidemias:
‘Me fez pensar realmente como as pessoas percebem ameças e como pode mudar a forma como elas se comportam. Muito do meu trabalho desde então tem sido tentar construir modelos de uma construção social de percepção de risco, e eu penso que não conseguiria isso facilmente se não tivesse passado tempo discutindo sobre o Sangue Corrompido de World of Warcraft’

Para entender um pouco mais do evento do jogo, veja então o vídeo abaixo:
Por: Riptor

Fonte: O Vício

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