quarta-feira, 8 de abril de 2020

Recomendação #6 - Garota Sombria Caminha pela Noite (2014)

Também chamado de "Porque Você deve Conhecer Ana Lily Amirpour"!


Após minha última recomendação abordar os Lobisomens (com o honesto 'O Uivo'), que tal ir agora para o lado dos bebedores de sangue? Mas, não exatamente da forma que você pode imaginar. Afinal, dessa vez, irei falar enfim de uma certa diretora que eu já deixei claro que admiro seu (até agora) curto bom trabalho até aqui:
Ana Lily Amirpour! E por consequência, do seu pequeno grande filme: A Girl Walks Home Alone at Night (ou Garota Sombria Caminha pela Noite mesmo), que foi lançado em 2014 nos EUA, e em 2015 no Brasil, ainda que sem muito alarde. Mas o que esse filme tem afinal de especial para não ser apenas outro filme de vampiro?
Simples: Sua Excentricidade

Garota Sombria Caminha pela Noite até tem os ditos vampiros. Até tem, por consequência, mortes e afins. Mas classificar o mesmo meramente como um filme de terror, seria algo muito resumido. O projeto gerado por Amirpour (uma diretora iraniana-americana de origem inglesa) tem um clima de um filme noir, até mesmo por ser em preto & branco. E em alguma medida, também aposta em trilhas envolvendo rock, ou mesmo pop oitentista. Mas essas referências são apenas vultos de um todo que, não parece soar realmente como "já vi isso antes".
Sem falar demais, Garota Sombria é um filme falado em persa, e que possui uma vampira iraniana sem nome (Sheila Vand) como foco. A mesma perambula por Bad City, uma cidade morimbuda onde um lixão (um buraco) serve para o despejo de cadáveres. O grande traficante da cidade, por sua vez, representa o que há de pior naquele lugar (e em contraste), permite que a vampira, apesar de também fazer suas vítimas, se mostre menos cruel. 

É fato que existem projetos aonde se vê uma necessidade de humanizar as criaturas, ainda que nem sempre seja realmente necessário (o próprio O Uivo é um exemplo disso), mas Garota Sombria é um filme que precisa desse detalhe, até pela sua própria natureza peculiar. "A Garota" tem sua própria moral, e prefere escolher como vítimas quem "merece", do que fazer isso de forma aleatória (e é claro que o traficante canalha citado aqui), se encaixa nos alvos dela, o que ainda gera posteriormente a de fato cena do encontro dos dois.

No fim das contas, Garota Sombria Caminha pela Noite é um espécime estranho (mas interessante de se ver desenrolar) que, por acaso, tem um vampiro como centro da história. Um filme que foge do óbvio, graças a uma direção de uma diretora  inspirada, mas que ainda se mostra um filme simples, e também cheio de significado, como uma forte mensagem de empodeiramento feminino, não fruto do momento, mas sim de uma realidade que ainda ocorre no cinema iraniano. 
Isso tudo só mostra que Amirpour sem dúvidas tem futuro na indústria (e quem sabe até no comando de um vindouro blockbuster), algo que o cara que escreve isso já admitiu publicamente aqui que adoraria ver. Hora: estamos numa época onde diretores indies vem ganhando essa oportunidade,então porque ela não poderia?! 
Ou você vai me dizer que não gostaria de ver um projetos desses nas mãos de alguém que fez antes uma vampira justiceira, que ouve Lionel Richie, dança sozinha e anda de skate pelas ruas? Me engana que eu gosto
Por: Riptor


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