sábado, 27 de junho de 2020

Vá em Paz, Meu Caro



O diretor, roteirista e animador Kelly Asbury, que trabalhou em alguns dos principais clássicos animados americanos das últimas 3 décadas, morreu nessa última sexta-feira (26/6) em Los Angeles, aos 60 anos, após uma longa batalha contra um câncer abdominal. Ele iniciou sua carreira no departamento de animação da Disney em 1983, onde ajudou a criar clássicos como O Caldeirão Mágico (1985), A Pequena Sereia (1989) e principalmente A Bela e a Fera (1991), que ele escreveu. Posteriormente,ele  se tornou diretor assistente de O Estranho Mundo de Jack (1993) e também trabalhou em James e o Pêssego Gigante (de 1996) e ao acompanhar de perto a evolução das animações naqueles últimos anos, ele ainda integrou a equipe de roteiristas do 1° Toy Story em 1995, antes de se estabelecer na DreamWorks, onde sua carreira deslanchou.

Ele começou assim na empresa como supervisor de roteiros em O Príncipe do Egito (1998), em A Fuga das Galinhas (2000, coprodução do estúdio com a Aardman), e no primeiro Shrek, em 2001, que permitiu que ele tivesse voos maiores já no ano seguinte, quando dirigiu o clássico Spirit, o Corcel Indomável, ao dividir os créditos com a roteirista Lorna Cook (O Rei Leão; Mulan). O filme foi exibido no Festival de Cannes, venceu quatro Annie Awards, e disputou o Oscar de Melhor Animação (em seguida, integrou o trio de diretores de Shrek 2) também indicado ao Oscar, e que foi onde ele se lançou ainda como dublador, ao fazer as vozes de vários personagens secundários. A experiência foi estendida para Shrek Terceiro (em 2007) e para todos os seus futuros trabalhos como diretor.

Ainda na DreamWorks, ele ainda trabalhou com as equipes de Kung Fu Panda e de Madagascar 2 (ambos de 2008). Mas a demora para assumir outro filme o motivou a trocar o emprego fixo por projetos individuais, onde seu primeiro trabalho solo como diretor foi Gnomeu e Julieta (de 2011), que ele também escreveu para a Touchstone (divisão da Disney). A produção voltou a aproximá-lo da empresa de Mickey, e fez com que ele fizesse parte da equipe de mais dois sucessos do estúdio: Detona Ralph (em 2012) & Frozen, em 2013 (ele também colaborou para continuação Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim, de 2018), e dirigiu Os Smurfs e a Vila Perdida (de 2017), para a Sony. Seus últimos trabalhos foram então na consultoria de roteiro de A Família Addams (2019), da MGM, e na direção de UglyDolls (também em 2019), ao ser o último filme com sua assinatura e voz.
“Todo mundo amava Kelly, era impossível não se encantar com ele ou se alimentar de sua energia positiva”, escreveu no Facebook Ronnie Del Carmen, diretor de Divertida Mente, e que trabalhou com Asbury em O Príncipe do Egito e em Spirit, ao lembrar que “as histórias do grande ‘deus Kell’ eram lendárias”. “Vou sentir muita falta dele. Descanse em paz, querido amigo”, despediu-se.

Por: Riptor

Fonte: Pipoca Moderna

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