terça-feira, 21 de julho de 2020

Originalmente, Kassandra seria a única Protagonista de AC Odyssey

"Mas apenas uma protagonista feminina não Venderia", de acordo com ex-diretor Demitido



De acordo com uma reportagem da Bloomberg, o ex-diretor criativo da Ubisoft (Serge Hascoët) vetou a ideia original da equipe de Assassin's Creed Odyssey, que queria originalmente que Kassandra fosse a única protagonista do jogo. O mesmo foi desligado da produtora neste mês, após ser alvo de uma série de acusações de assédio.

Segundo o jornalista Jason Schreier (que vem relatando detalhes sobre a cultura tóxica e sobre os casos de assédio envolvendo líderes de estúdios da publisher, cuja publicação é baseada em relatos de mais de 40 atuais e ex-funcionários da Ubisoft) a inclusão de um protagonista masculino (Alexios) na versão final do game foi uma diretriz da equipe de marketing da empresa e principalmente de Hascoët, que teria sugerido que o jogo "não venderia pelo fato de ter apenas uma protagonista feminina". Os desenvolvedores assim eram obrigados a fazer concessões durante a produção dos jogos para evitar mudanças vindas de Hascoët que poderiam ser negativas para os projetos – e que poderiam até levar ao cancelamento deles.

Ainda segundo a publicação, Hascoët também mostrava um desdém frequente por narrativas lineares e por cenas de história inseridas entre trechos de gameplay (segundo o relatado dos funcionários, os roteiristas precisavam inserir personagens masculinos fortes para "manter a atenção") do ex-líder critivo do estúdio. O mesmo também era considerado misógino, homofóbico e com um estilo de gerenciamento que "precisava esmagar os outros, além de seu comportamento libidinoso". Ele ainda teria sido acusado internamente de drogar funcionários, incluindo alguns das partes mais altas da hierarquia, forçar diretores criativos da empresa a consumir bebidas alcólicas, além de bloquear uma vez uma mulher em um elevador e colocá-la na frente dele, "enquanto fazia gemidos", entre outras acusações de assédio. O mesmo era funcionário da Ubisoft há 32 anos, e era considerado um dos principais nomes da empresa, e até mesmo "intocável" por funcionários.

Por fim, vale lembrar que além do desligamento de Hascoêt, a Ubi ainda se livrou de Yannis Mallat (diretor de estúdios canadenses da Ubisoft que estava na empresa desde 2000, ao atuar como produtor de Prince of Persia: The Sands of Time & Assassin's Creed) e de Cécile Cornet, chefe global de recursos humanos do estúdio.

Por: Riptor

Fonte: Bloomberg

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