sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Quem Pode, Quem Tem, TORRA

 


O saldo do recente evento corporativo de 4 horas da Disney, batizado de Dia do Investidor, teve (sem exagero) o impacto de um evento nível Comic-Con concentrado numa única noite, com mais de uma centena de anúncios de novas produções, e revelações exclusivas sobre projetos em desenvolvimento. Os executivos da empresa oficializaram ao todo, na contagem do CEO Bob Chapek, a produção de 63 séries e 42 filmes, com 80% deles sendo voltados para o streaming. E a conta para realizar tudo isto também foi anunciada.


Durante a apresentação, representantes do conglomerado assumiram que irão desembolsar entre US$ 14 e US$ 16 bilhões para produzir conteúdo original para o Disney+ e Hulu (Star+ no Brasil em 2021), com a proposta de aumentar sua produção de séries e filmes originais para 100 por ano até 2024. A maior parte destes gastos serão consumidos pela Disney+, como afirmou a CFO do conglomerado, Christine McCarthy, no final da maratona do encontro com investidores (o atual presidente executivo Bob Iger, que supervisiona o conteúdo criativo global), ainda adicionou que a lista de conteúdo original era consideravelmente “mais robusta do que havíamos previsto inicialmente”.

Os valores são pelo menos o dobro do que foi inicialmente antecipado por Iger no anúncio de lançamento da plataforma, há mais de um ano. Mas também refletem um crescimento muito maior e mais acelerado que o esperado do Disney+, bem como sua expansão para o mercado internacional e reposicionamento do mesmo como realmente o maior rival da Netflix. A expectativa da Disney com esse investimento gigantesco é atingir entre 230 e 260 milhões de assinantes até 2024 (até lá, o streaming deverá gerar perdas, alcançando seu pico de gastos de 2021), para em contrapartida passar a ser lucrativo no final deste ciclo.


E os acionistas ficaram realmente muitos otimistas com esses planos: as ações da Disney subiram 14% nesta sexta após o impacto do Dia do Investidor, atingindo um recorde histórico de valorização da empresa (US$ 175,72, seu maior valor em todos os tempos), e cerca de 9 vezes maior que o nível normal. Os analistas do mercado de ações também expressaram sua admiração pelo projeto da Disney, ainda mais levando em conta as projeções feitas em um evento similar no ano passado, quando Bob Iger anunciou o que se poderia esperar do Disney+. No caso, as metas traçadas para os primeiros 5 anos de streaming já foram amplamente superadas em 1 ano apenas

“Embora esperássemos ouvir sobre aumento de investimento em conteúdo da Disney para seus negócios de DTC (direto ao consumidor, isto é: streaming), o tamanho e a qualidade do tsunami de conteúdo que atingiu a apresentação da Disney+ foi alucinante e assustador para qualquer empresa que esteja pensando em competir nesse espaço de entretenimento com eles", declarou Michael Nathanson, da empresa MoffettNathanson. Outro analista, Benjamin Swinburne, do Morgan Stanley, chegou até a considerar as projeções da Disney "tímidas". 


Para ele, o Disney+ não terá menos de 300 milhões de assinantes até 2024, tornando-o capaz assim de gerar uma receita anual de US$ 35 BILHÕES para o conglomerado.

Por: Riptor

Fonte: Pipoca Moderna 

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