terça-feira, 16 de março de 2021

Descanse em Paz


Yaphet Kotto, ator que marcou época com suas atuações em Alien, Com 007 Viva e Deixe Viver e na série “Homicídio”, infelizmente faleceu no último domingo (14/3), aos 81 anos. O falecimento foi anunciado por sua esposa, Tessie Sinahon, no Facebook na noite de segunda: “Estou triste e ainda chocada com o falecimento do meu marido de 24 anos”, ela escreveu. “Você interpretou um vilão em alguns de seus filmes, mas para mim e muitas pessoas, sempre foi um verdadeiro herói. Um bom homem, um bom pai, um bom marido e um ser humano decente, muito raro de encontrar. Um dos melhores atores de Hollywood, uma Lenda. Descanse em paz, querido, vou sentir sua falta todos os dias, meu melhor amigo, minha rocha.” 


Kotto nasceu na cidade de Nova York em 15 de novembro de 1939, e começou a estudar atuação aos 16 anos no Actors Mobile Theatre Studio. Aos 19, fez sua estreia profissional numa montagem de “Othello”, e logo em seguida, entrou na Broadway em “The Great White Hope”. Sua estreia no cinema aconteceu em 1964, com o drama racial Nothing But Man (mas ele só voltou às telas 4 anos depois), com o thriller “Crown, o Magnífico” (1968). Ele intercalou aparições em episódios de muitas séries (de Tarzan a Havaí 5-0), antes de finalmente se destacar em A Máfia Nunca Perdoa (1972), um clássico da era blaxpoitation. E foi no ano seguinte, que conquistou ainda mais destaque, ao viver o vilão de Com 007 Viva e Deixe Viver (1973). 

No filme que introduziu Roger Moore como o agente secreto, Kotto desempenhou um papel duplo, ao retratar o corrupto ditador caribenho Dr. Kananga, e também seu alter ego defensor das drogas, Mr. Big. Descrito no romance como um chefão monstruosamente obeso com olhos amarelos, pele cinza e uma cabeça com o dobro do tamanho de um homem normal, a versão elegante de Kotto dispensou esses detalhes físicos grotescos, e adicionou uma dose carismática de vilania estilosa. Após seu primeiro blockbuster, ele viveu então o ditador de Uganda, Idi Amin, no telefilme Resgate Fantástico (1977), sobre o famoso sequestro de um avião israelense por terroristas muçulmanos, e contracenou com Rychard Pryor na comédia Vivendo na Corda Bamba (1978).


Mas seu personagem mais conhecido surgiu logo no ano seguinte: Parker, um dos últimos tripulantes a morrer nas garras do Xenomorfo no eternamente clássico Alien: O Oitavo Passageiro (1979). O figura até virou um action figure após o sucesso do filme (e impulsionado por isso), a filmografia do ator ganhou mais volume nos anos 80, passando a incluir assim várias outras produções icônicas em seu currículo.


Kotto estrelou uma versão cinematográfica de Othello (1980), foi o braço direito de Robert Redford no drama prisional Brubaker (também de 1980), um policial que denunciou O Esquadrão da Justiça (1983) de Michael Douglas, parceiro de Arnold Schwarzenegger na sci-fi distópica O Sobrevivente (1987), além de agente do FBI no encalço de Robert De Niro e Charles Grodin em Fuga à Meia-Noite (1988). 

Até que uma nova fase começou na década seguinte, quando o mesmo entrou na série “Homicídio” (Homicide: Life on the Street), na pele do tenente Al Giardello, chefe dos detetives da série da NBC por 7 temporadas, de 1993 a 1999. A atração revolucionou o formato dos dramas policiais, ganhou vários prêmios e foi considerada uma das melhores séries de todos os tempos num balanço da revista Time, publicado em 2007. Detalhe: além de estrelar a série, Kotto também foi um dos seus roteiristas, e ainda protagonizou o telefilme derivado da mesma (Homicide: The Movie, lançado em 2000), onde seu personagem foi assassinado. 

E nas vésperas de encerrar a carreira, Yaphet não fez isso num filme, ou mesmo numa série: o ator acabou voltando ao seu papel de Parker em 2014, ao dublar o personagem no elogiado game Alien: Isolation. Ele deixa, além de sua esposa, 6 filhos.


Por: Riptor

Fonte: Pipoca Moderna 

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