domingo, 7 de março de 2021

FM Fics: Pedro - Parte 7

                                                  


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3 Dias Depois                                                    

  

Pedro estava novamente na faculdade (precisamente em sua própria sala), enquanto anotava algumas coisas (naquele momento não estava tendo algo importante sendo feito). O Doutor Michael estava ali inclusive, lendo um livro.


- O que está lendo Professor?


- Odisseia. Na verdade, relendo - Dizia ele, enquanto ajeitava os óculos.


- É aquela com aquele Ulisses, né? 


- Sim. Minha mãe lia essa história para mim, então era uma das minhas favoritas quando eu era mais novo - Relembrava o Professor. - Ela gostava de destacar para mim como essa história é uma superação do que o mundo impõe, quando eu não estava com muito ânimo. Eu não era bem o mais popular da classe, ou algo do tipo. 


- Entendo. O jeito que a minha tia me motiva as vezes é um pouco mais...direto, sabe - Riu Pedro.


- Ahh, imagino. Mas você é mais extrovertido do que eu era na época. Isso é bom. As vezes, acho que me faltou isso em alguns momentos. Em um, em especial.


- E...bom, se o senhor quiser me contar, gostaria de saber.


- Ahh, claro. Como eu disse, eu não era muito extrovertido. Ainda assim, uma garota se importava comigo. Ela se chamava Emanuelle (eu tinha uns 10 anos quando a conheci), e ela, 11. Era nova por lá, já que era imigrante, vinda da Itália.


- Acho que ela então sabia como você se sentia, quanto à isso de ser o "estranho" do lugar. 


- É, acho que por isso. Ainda que ela soubesse lidar com isso melhor do que eu. Ela me fazia sorrir, até quando suas piadas eram péssimas - Riu. - Ela foi embora quando tinha uns 17 anos, e eu acabei não falando a ela algo que eu fiquei me remoendo por dentro, já que nunca mais a vi. Ainda me arrependo por isso - Falou Michael, enquanto se aproximava de Pedro, para tocar em seu ombro.


- Então, uma dica, se precisar. Se tiver algo a dizer à uma garota, aproveite o tempo que tem, e fale. Você mesmo vai se agradecer por isso. 


- Ahh, certo. Você está por acaso falando isso pra mim com algum nome em mente, Professor? 


- Não, porque? - Dizia ele, com um certo sorriso. Ele com certeza não havia falado aquilo atoa para Pedro.


- É, por nada. Enfim, obrigado pela conversa, acho que eu já tenho de ir 


- Então até a próxima - Dizia o Professor, antes de Pedro sair da sala. - Adolescentes. Acham mesmo que conseguem esconder sentimentos de si mesmos. Rs.  


- Deixa eu ver quem me ligou aqui...

Um tempo após isso, Pedro acabou entrando em contato com o Sr. Walther, que estava por ali para substituir algumas coisas para seu estabelecimento. Desde o acidente, os 2 não tinham se visto, de fato.


- Olá Pedro.


- Ahh, olá Sr. Walther. Como vai?


- Bom, acho que você deve, obviamente, saber que nos últimos tempos, as coisas não foram como eu gostaria que fossem. Restaurante passando por reforma, eu tendo de ir ao hospital....tiro....


- É, eu soube, bem desagradável. Mas fico feliz que, ao menos, não aconteceu algo ainda pior.


- Ouvindo você agora, realmente. Na parte do tiro...não gosto nem de imaginar. Por essas e outras, que acho que nem só a polícia deveria trocar uns socos nesses infelizes - Respondera Walther. Pedro segurava um sorriso, ao concordar com a afirmação (e ele obviamente sabia à quem o mesmo se referia), ao dizer tais palavras.


- Bom, acho que tenho que ir, mas foi legal conversar de novo com você, Sr. Walther.


- Digo o mesmo Pedro. Acho que aos poucos, as coisas voltam ao normal. Mas aproveitando...


- Sim?


- Você tem tido contato com a Fernanda nesse meio tempo?


- Admito que não muito. Sabe, Sr. Walther...ela me soa estar meio...estranha, eu acho. Ou só seria impressão minha, quem sabe.


- É o que eu também sinto, rapaz. Por mais que ela já tenha me dito que não é nada. Enfim, quem sabe você acabe descobrindo se não é nada mesmo, já que eu sei que vocês 2 são próximos. 


- Ok, eu vou tentar. 


- Obrigado, Pedro - Dizia Walther, antes de sair dali. Pedro começara a ter aquilo novamente martelado na sua cabeça, e viu que quem sabe não seria mesmo atoa. Principalmente, se isso envolvesse resolver as coisas não apenas como um cidadão civil. 


Com isso, ele decidiu então "pegar suas coisas", para dar uma nova patrulhada na cidade. 


30 minutos depois 

- Ok, até agora nada de suspeito. Acho que pode ser uma boa - Falara para si Pedro, ao achar uma delegacia. Apesar de certos grupos olharem desconfiados para o Homem-Aranha, o mesmo nunca teve grandes problemas até agora:


- Boa tarde. 


- Woow, boa, não é todo dia que eu vejo um mascarado desses na minha frente no meu intervalo.


- Imagino, mas você poderia me dizer se teve algum problema na cidade ultimamente?


- Olha, não. Quer dizer, acho que quando você tem como problema maior caras fantasiados como você, mas menos amigáveis, e eles não causam, podemos dizer que está tudo tranquilo. Ainda que os criminosos comuns continuem por aí. Soube de algo fora disso para perguntar?


- Não senhor, só uma dúvida mesmo - Dissera o Cabeça de Teia, que logo se afastou dali, para usar seu celular. Achou oportuno, novamente, ligar para Fernanda. 


- Alô? Fernanda? 


- Pedro? Como vai? 


- Bem (se você não viu nada bombástico na TV), mostra que o trabalho da polícia tem enfim o merecido resultado. 


- A sua ajuda também afeta para que esses resultados sejam assim, é claro.


- Ahh, um pouco quando envolve os problemas do meu tipo, mas eles obviamente ajudam até para manter aquele Zoológico dentro das jaulas rs. 


- Enfim, Pedro....vai fazer algo hoje? 


- Que eu saiba, não. A minha agenda em casa está nos eixos, até por tudo estar tranquilo pro meu lado mascarado, e esse está igualmente por enquanto. 


- Gostaria de ver você naquele terreno perto daquela rua que você já foi naquela vez, daqui a 1 hora e meia.


- No dia que...ah, esquece, odeio relembrar aquilo.


- Sim, naquele dia. Você tinha passado até perto dele.


- Bom....sobre o que é o assunto?


- Eu só quero conversar. E não se preocupe, não vai sair disso.


- É, já ia perguntar isso, te conhecendo. Vai estar meio tarde, a Tia Maria vai estranhar, mas eu justifico com outro motivo. Acho que ela quebra o meu galho, já que eu estou bem na linha ultimamente.


- Perfeito - Dissera Fernanda, antes de desligar. Pedro nem pode dizer um "até mais tarde", mas não deu muita atenção a isso.

1 hora e meia depois então, Pedro chegara perto do lugar combinado. Havia realmente um terreno ali, com uns 2 prédios abandonados, e com a área estando fechada por um portão. O Homem-Aranha então ia (claro) pela parte de cima, ao ir escalando um deles.


- Ela podia me dar já um sinal que está aqu..


Antes que terminasse de falar, Pedro ouvira um barulho por ali. Como se fosse algo do prédio, descascando.


- Fernanda? Ahh, pensei que tínhamos combinado que não haveriam joguinhos... - Dizia baixo o mesmo. Ao ver uma janela dali aberta, Pedro decidiu entrar, ao imaginar que ela poderia estar ali. 


E os barulhos, eventualmente, continuavam. 


- Ok, esse é bem o estilo dela. Cadê você?! Ahn, agora que eu já vim aqui, não custa aparecer! 


Um vulto então passara por trás de Pedro, acompanhado de uma certa leve batida no chão. Isso já foi o suficiente para que ele já pensasse que não era a Gata Negra que estava ali.


- Ok, parece que eu vou ter de me esticar um pouco. 

- Concordo plenamente


- Você só pode estar d...


Antes que terminasse de falar, o Homem-Aranha fora enrolado pela cauda do Escorpião, que o jogou contra uma daquelas paredes. 


- Uma pena que esse joguinho não poderá ser como poderia, mas já se mostra divertido, não é mesmo?! - Dissera Gargan, enquanto disparava sua cauda contra Pedro, que felizmente desviara.


- Você poderia ter esperado estar de dia pra aprontar não acha, Gargan? Apesar que sua última tentativa de fazer algo sobre o Sol não deu muito certo.


- Nem preciso relembrar porque.


- Ahh, precisa sim, foi porque eu fui te ensinar boas maneiras de novo. Mas você parece que desaprende tudo no outro di...


Escorpião logo dera uma rasteira no Homem-Aranha, antes de sua cauda fazer o serviço de joga-lo para cima. Pedro, no meio do processo, consegue ainda ficar de pé no teto, antes de conseguir se soltar da cauda do inimigo, à tempo de disparar teias em seu campo de visão. 


- Argghh, de novo não! 


- Hora, já não estava sentindo falta disso Gargan? Sou o Homem-Aranha, tem de ter teias.


- Vontade de arrancar essa sua língua! 


- Ui, que agressivo.


Escorpião então fora em direção ao Homem-Aranha, que rapidamente pulara por cima dele, a tempo de o ver derrapando e batendo em uma das paredes. O vilão logo viera novamente em fúria, mas só conseguira ter sua cauda cravada no chão, antes de a retirar, junto com alguns cabos velhos do prédio, que ainda soltavam faíscas. Até por isso, Pedro já pensara em um plano.


- Até que esse "joguinho" está legal, não acha Gargan?! Acho que podemos esticar ele mais um pouco!


- Por mim, cortava pela raiz, e é isso que vou fazer.


- Só porque não está achando legal? Mas é um mal perdedor mesmo!


- Hora seu muleke! - Dissera Gargan, antes de ir novamente em direção ao Homem-Aranha, que ficara perto de uma área de vidro, que separava os prédios. No momento certo, novamente ele pulara em cima de Gargan, mas dessa vez para se segurar em sua cauda, enquanto o Escorpião aos tropeços conseguira pular para o outro prédio, ainda que com uma aterrissagem...desconfortável, no mínimo.


- Antes que você pergunte Gargan, estou vivo! Isso que eu chamo de radical. 


"Argghh, vontade de arrancar a língua e a BOCA desse miserável" - Pensara o Escorpião, antes de levantar sua cauda para sacudir a mesma, para retirar o Homem-Aranha dela. Pedro conseguira se soltar e, com outra de suas acrobacias, aterrisou em sua tradicional posição, um pouco a frente de seu inimigo.


- Ok, vamos ao Gran Finale: hey Gargan, tudo no lugar ainda?


"Faça sua parte, e esse saco vai pra outro"


Escorpião então avançara novamente contra o Homem-Aranha, que corria em direção à uma parede, antes de desviar novamente do vilão, para ir em direção aonde ambos haviam caído. Com isso, graças ao impulso, Pedro pulara novamente para o primeiro prédio, ainda que sem uma aterrissagem tão gloriosa.


Gargan então seguiu o Homem-Aranha ao também dar um pulo para aquele prédio. - Não deu muito certo aí, Aranha? - Dizia ele com ironia.


- Um pouco - Dizia Pedro ao levantar como se tivesse algo errado. - Mas é engraçado que não foi por sua causa, e sim por um pulo ;)


Escorpião então vira uma oportunidade de enfim acabar com aquilo, e logo disparou novamente em direção ao alvo, e quando deu um pulo para cima do Homem-Aranha...


- Devia ver aonde sua cauda acerta!


- O que...

Gargan acabou sendo eletrocutado pelos mesmos cabos que sua cauda havia soltado ali, fazendo com que sua armadura entrasse em um mini curto circuito. 


- Arghh.....seu b....


- Sim, eu sei, foi um duelo ELETRIZANTE, mas logo a polícia deve saber que aconteceu algo aqui e te fará companhia, então até a pró..


Antes que Pedro terminasse de falar, ele ouvira um barulho de algo que parecia ter subido até o topo do prédio. "Bom, tem outras coisas pra resolver", pensara ao subir logo para lá.

- Eu espero que não seja mais uma surpresa desagradável....

- Depende se você me consideraria uma, visto que você acabou passando por algumas coisas por vir aqui - Declarou a Gata Negra, ao aparecer encostada em um canto um pouco mais escuro.


- Ahh, você viu o que aconteceu...uma ajudinha teria sido útil, não acha? Me pergunto o que ele estava aprontando.


- É, eu poderia. Mas acho que eu teria molhado seus planos quanto à deter ele. No fim das contas, deu certo! 


- Olhando por esse lado, pode ser. E, não, no fim das contas faz parte da rotina de herói! Eu acho...quer dizer, ao menos deve evitar uma confusão a menos para eu lidar amanhã, e uma desculpa a menos pra Tia Maria.


Fernanda observava outro canto, enquanto fazia gestos com as mãos, ao entrelaçar o cabelo.


- Mas bom, acho que agora podemos...continuar conversando? - Dissera Pedro à colega. Um sorriso saiu como resposta. Apesar de que...


- Claro, afinal, eu te chamei aqui pra isso. Continuando o que você tinha dito, do "faz parte da rotina" do super-herói. Só faltou o dia ensolarado. As pessoas. E com isso, os fotógrafos, é claro.


- Bom, quanto às pessoas, quem dera se essas confusões não fossem tão barulhentas como acabam sendo. A parte das fotos acaba as vezes sendo um empecilho rs. 


- Nem parece. Imagina se você não achasse que é um como outras coisas...


- Fernanda, o que você quis dizer com isso? 


- Hora, distrações, Pedro. Distrações à isso, aquele tipo de coisa que você resolve..mas se tiver meio-resolvido...já serve. De qualquer forma, ninguém vai perguntar - Dizia ela, enquanto caminhava por ali. 


- Aconteceu alguma coisa pra você estar falando assim? Porque e..


- "Eu poderia ajudar"? 


- Claro, se possível. 


- Só precisa ver se a mídia vai conseguir ficar em cima.


- Mas...


- Olha, pensei que você fosse mais esperto, ou está se fazendo de inocente demais. Parece que já virou hábito, não é?


- Fernanda, eu realmente não sei a qual ponto você quer chegar com essa conversa, mas acho que quem sabe...


- Quem sabe o que? Eu não chamei você aqui pra nada, se já está se passando isso pela sua cabeça. Apesar que sua definição para isso pode ser diferente. E eu não duvido disso.


Um terreno perto de um lugar que você já foi, e nem juntou os pontos? 


- Bom, foi onde eu fui naquela vez, e onde o seu pai acabou sendo baleado e...


- E onde você surrou os caras, e "resolveu" o problema lá...em TODOS eles. Ou será que não foi bem assim? 


- A...


- Imaginei.


- Olha Fernanda, quem sabe eu esteja entendendo o que quer dizer, e eu admito agora que um deles...


- Fugiu? É, imagino. Na verdade, eu sei. "Bandido com medo da surra que o Homem-Aranha deu nos aliados", fugiu. Mas olhe só, ele voltou! E sabe o que ele fez, Pedro?!  


- Fernanda pel...


- Mas é claro, detalhes à parte. Não? Afinal, ainda deu tempo, por acaso, pra você chegar no lugar onde acabou vindo os jornalistas, onde você pode se esfregar na frente deles, não é? O outro caso lá...virou "outro caso que acontece aos montes", e que não é problema pro "super-herói".


- Fernanda pelo amor de Deus, você está insinuando que...


- Você já contou uma mentira sobre isso, o que mataria se fossem duas?


- Fernanda, você sabe como eu vou com a cara do seu pai, e mesmo se não fosse o caso, até parece que se eu soubesse que isso poderia ter acontecido, eu não teria evitado! 


- Essa frase valeria especialmente se ele tivesse agora numa cova - Dissera ela, já com as garras para fora.


- Fernanda..não, eu te conheço, você não pensou nisso por conta própria! 


- Acha que eu sou tão influenciável assim? Apesar que você fez o teste, não é? Não julgo.


- O Gargan...você envolveu ele com isso?! Não...- Dizia Pedro, enquanto ligava os pontos. - E eu pensando que esconder que você roubou um cofre seria o máximo. Uma emboscada pra mim, sério isso?! 


- É impressão minha...

Ou você está nervoso, Homem-Aranha? 


Pedro não respondera. Estava de fato, em uma situação embaraçosa (e principalmente), em uma que ele não gostaria de resolver da forma "tradicional". 


- Hey, o gato comeu a sua língua? 


O Homem-Aranha continuara em silêncio. É irônico pensar, como ele sempre pensava que precisava de respostas rápidas. Mas aqui, elas pesavam.


- É, quem sabe agora você tenha falado mais de você mesmo assim, do que falando - Dizia Fernanda, ao se aproximar um pouco de Pedro.


- Parada aí eu estou avisando! 


- Acha que eu tenho medo de você? Rs, rs. Aonde estava o "não, podemos ver isso..."


- Você sabe que podemos!


-  Você poderia....Com a TROUXA de antes! 


A Gata Negra então avançou contra ele, mas o Homem-Aranha logo se esquivou para o lado, antes de dar um pulo atrás, e aterrissar na frente da mesma.

- Você não me dá escolha, Fernanda.


- Quem me chamava assim era um garoto que eu devia ter conhecido. E olhe só...


Eu não vejo ele aqui.

Por: Riptor 

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