No capítulo Anterior:
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Algumas horas haviam se passado, desde que Eduardo fora preso naquela situação incômoda. No fim das contas, havia sido liberado durante a madrugada do dia seguinte à aquele, ainda que o policial que não ia com sua cara, tivesse suas dúvidas sobre essa decisão. Ao contrário do que tinha até ameaçado, aliás, o ex-preso preferiu não fazer algum tipo de processo, já que estava exausto daquilo tudo.
Naquele momento de agora, estava arrumando alguns de seus documentos, referentes a um trabalho temporário que havia conseguido. Era algo em torno de 6 meses e, dependendo dos resultados, ele ficaria com a vaga permanentemente:
- Acho que está tudo aqui. Quando possível, entrego para o Romariz - Dizia ele. No caso, ele continuava trabalhando no que já conhecia (jornalismo), justamente por já estar acostumado com a profissão. O detalhe, é que ele não vinha tendo seu nome creditado nas notícias, algo que o próprio havia pedido, pelo menos por um momento.
Com isso, o colega Romariz era quem ficava com os créditos (ele trazia ou informava Eduardo sobre certas), enquanto que o próprio era responsável por organizar, e eventualmente conseguir, algumas novas. No fim, o que estava importando, era que o pagamento ainda caia devidamente em seu bolso.
- O que temos aqui
- Nossa, como é que eu não li isso antes...
- TALVEZ, por não saber ainda como deve reagir.
- Arg, droga! - Dizia Eduardo, ao ter derrubado os papéis no chão, após tomar um pequeno susto.
- Imaginei que já estaria familiarizado com a minha voz na sua cabeça...
- Estar, nos últimos tempos, ainda não 100%! - Dizia Eduardo.
- Não me diga, que ainda está ressentido por aquilo...
- Pensei que o 'grande' Venom conseguisse ler mentes, porque não faz isso e descobre sozinho?!
- Eu não leio mentes. Eu deduzo, e muito bem - Dizia o Simbionte, ao se mostrar em cima da cabeça de Eduardo.
- Mas já que quis aparecer mesmo, termine o que falou. Mesmo com eu estando nem um pouco interessado...
- Você diz, que não sabe como não leu aquela notícia antes...talvez, realmente por não saber ainda como deve reagir. Com alguma felicidade, ou algum outro sentimento mais...forte.
- Eu não estou dando pulos de alegria aqui
- Então é a segunda opção mesmo. Mas qual seria o sentimento, que é a dúvida!
Raiva, ou mesmo Frustraçã..
- INDIFERENÇA! - Dizia Eduardo, ao então bater forte na mesa onde estava.
- Você não está enganando ninguém, com essa. Eu diria que é um misto de 2 sentimentos aflorados. Mas, até por...
- Ainda bem que você veio com esse "mas", porque sim: acredite na merda que quiser, "mas" eu agora foco no meu agora, que é a MINHA VIDA.
- Cuja uma parte...foi afetada por isso. Não é mesmo, Eddie?
- Aonde você quer chegar com isso...
Venom então deu um de seus sorrisos, antes de responder:
- Você não pode fingir, que sua vida ainda é um diário de poucas páginas. Você só tenta rasurar o antes...
- Você n..
- Porque está afinal no Rio, Eddie? E não em São Paulo?
- Você não joga uma oportunidade fora, quando ela aparece. E eu tenho palavra, quando eu fiz aquele acordo com o garoto.
- Dependendo de qual seja, pode ser. Eu poderia ainda ter um pequeno sonho, de arrancar aquela cabeça mascarada, mas eu também tenho.
- E desde quando a sua palavra iria valer algo a..
- Se eu não estivesse afim, me questiono se teria dado certo!
- Ultimamente não me soa que você está tão afim!
- Você realmente ainda está ressentido.
- Novamente, entenda essa porra como tu quiser, mas você ter destroçado aquele cara não me parece alguém que estava de acordo com aquilo!
- Você realmente queria que eu só observasse você morrendo, que nem um rato, nas mãos daquele zero à esquerda?
- Não saiu como eu planejava, mas...
- Não existiria outro 'mas', sem mim. Aquele garoto morreria junto. Além do mais, saiu da sua boca, que "ele teve o que merecia".
- Em compensação eu fui pro xilindró, nem que fosse por um curto tempo, e a sorte é que não envolvia a lambança que você fez! E você acha mesmo que eu teria falado pra ele que aquele cara foi dilacerado por um alienígena que se hospeda no meu corpo?!
Sua 'boa ação' não elimina que eu teria minha vida novamente jogada na porra do buraco, sua praga. Eu tenho dores de cabeça, por eu não estar afim de ouvir você. Eu pago o pato, por essas merdas, por causa de você. Eu só quero VIVER EM PAZ, CARAL...
Eddie, em um surto de raiva, então quebrou algumas coisas em volta, enquanto Venom voltava para onde estava.
- Arg....
- Não pode dizer dessa vez, que isso teve algo a ver comigo - Dizia o Simbionte, em sua cabeça.
- Não diretamente, você quis dizer...
- Aliás, ainda me lembro daquele papo que você teve com o Gargan, enquanto estava na cela. Ele é uma base, para o que eu estava falando.
- Você por acaso quer falar logo, que acha também que eu não posso mudar? - Perguntava Eddie, com cinismo, enquanto se sentava, ao encostar as costas em uma das paredes dali.
- Não sou eu que tenho essa resposta. Ou que posso dizer se seria, ou não - Dizia Venom, com aquele seu sorriso macabro. - Mas, é fato que não pode apagar o que você já fez, ou aconteceu. Afinal, é por isso que, agora, você está tentando outra coisa, não?
Eddie ficou apenas calado, por alguns minutos. Venom, então aparecia novamente para ele:
- Quanto mais cedo você encarar isso. Talvez, tenha um pouco mais de paz.
- Acho que tem alguém na porta.
- Ah, não me diga...
Eddie então se levantou para atender, enquanto Venom novamente se escondia:
- Romariz?
- Olá Eddie, eu...nossa, o que aconteceu aqui?!
- Ah, isso. Você não iria acreditar, mas não se preocupe, eu vou pagar, até para não dar problema pra você também.
- Certo, mas...sério, o que houve aqui nesse escritório?
- Uma coruja entrou pela janela, e ficou voando aqui, acredita? Quer dizer, eu sei que é difícil crer, mas...bom, esses animais estão por aí.
- Bem, eu não duvido. Pelo que eu já te conheço, não teria motivo para mentir.
- Bom, aproveitando, imagino que poderia estar aqui pelos documentos. Eu já vi tudo aqui.
- Ahh, sim, obrigado. Bom descanso para você.
- Digo o mesmo.
Eddie então saiu do escritório onde estava, em direção à sua casa, de fato. Ao chegar lá, ao passar pela sala, antes de se virar para sua cama, parou por um momento, antes de dizer mais alguma coisa.
- Parou porque?
- Quem sabe você tenha um pouco de razão, em 1 coisa.
- É mesmo? Que seria....?
- Você irá ver, amanhã.
15:23
No dia seguinte, Eddie teve de sair da região, em direção à Belo Horizonte. O destino, a Penitenciária Nelson Hungria, conhecida por ser de segurança máxima.
- Você não veio aqui atoa
- Realmente, não.
- Acho que já sei, o que quis dizer, quando me deu uma mínima razão.
- Só não atrapalha tudo, gosma preta. Logo, eu estarei fora dali.
- Não é comigo que precisa se preocupar...
Eddie então chegou na porta da penitenciária, enquanto se resolvia com o guarda que estava ali.
- Eduardo Allan Barros...nunca ouvi falar.
- É que eu não sou tanto de me expor, sabe. E claro, eu sei que não é qualquer um que pode entrar aí. Ainda assim, acho que posso tentar.
- Huum..você veio do Rio, certo?
- Sim, como eu disse.
- Vou ver o seu caso. Não é qualquer um que decide ir tão longe a cara à tapa, para vir logo aqui.
Com isso dito, após alguns minutos, Eddie pode entrar. O guarda, então lhe informou:
- Apesar de tudo aqui estar nos ajustes, eu recomendo que tenha cautela, por favor. Ninguém fica preso aqui, porque roubou galinha de galinheiro.
- Tranquilo. É, aquela que..
- Você vai até o fim do corredor, vira a esquerda, e espere que será aberto aos poucos, as 7 portas de segurança que há no caminho.
- "Isso é quase um quarto 5 estrelas, ao contrário", pensava Eddie. Ele então chegou aonde estava planejando, ao sentar em um canto que havia sido colocado ali.
- Muito bem, é aquele cara ali que quer te ver - Dissera o segurança do outro lado, ao permitir que aquele entrasse naquela 'área de visita', que tinha em sua frente, um vidro temperado. O mesmo também se sentou, em uma cadeira que havia ali dentro.
- É escuro desse jeito mesmo aí, ou está se escondendo? - Dizia com sarcasmo, Eddie.
- Também é novidade para mim, então, estamos no mesmo barco. Não é como se eu tivesse muitas visitas...ainda mais uma bem inusitada, agora!
- Imagino. Até porque não permitem muitas, aqui. Não que alguém precise ser avisado disso, quando tem noção de quem vem pra cá.
O outro deu uma leve risada.
- Qual é a graça, eu não percebi que eu contei uma piada.
- É que, você falando assim...será que ainda tem noção disso, Eddie?
- Eu tenho, e não estaria aqui atoa.
- Uau, bom saber. Algum objetivo em mente?
- Trabalho, é claro - Dissera ele, ao mostrar seu caderno de anotações. O outro observou rapidamente o mesmo, antes de voltar seus olhos novamente para a visita.
- Huum....não.
- Não, o que?
- Você não veio aqui por causa disso.
- Eu não teria de dar satisfação à você, mesmo se não fosse o caso.
- E nem precisa, Eddie. Está nos seus olhos!
Eddie ficou em silêncio por um momento. Estava com um misto de sensações na cabeça.
- O que o motivou a vir aqui...é mais pessoal. Não envolve terceiros. Você se lembra ainda, d..
- Quer saber, deve ser mesmo! - Dissera Eddie, com um tom um pouco mais aflorado. - Você é um rabisco, que eu já apaguei. Ainda assim, parece que esta deve ser mesmo, a última vez que eu vou ver qualquer sinal, da sua carcaça.
- É mesmo? Tem saído algo sobre mim, na mídia?
- Eu não sei se é cinismo, ou se você já sabe. Mas acho que não faz diferença pra tu, não é mesmo?
- Huum...será que alguém vem cogitando me 'apagar' mesmo?
- Vou deixar que você entenda como quiser. Só vim pra isso.
- Ohh, entendi. Uma última vista, do outro lado da cela... - Dissera, ao se aproximar mais do vidro.
- Pra mostrar, que você se levantou, e continuou. Ou pelo menos é isso, que você quer passar.
Eddie ficou em silêncio.
- Você ainda se lembra, não é? Eu sei que lembra. As peças se encaixam! Você quer cuspir na minha cara vindo aqui, como uma espécie de 'troco' pelo que eu fiz. Justo. Mas...isso mostra que pra querer fazer isso. É porque você não seguiu, totalmente em frente.
- Você não sabe nada sobre mim....
- E ela, sabia?
- Cale essa...
- Rs. Você não confia na própria sombra, não é? Mas naquele caso, vimos o preço disso...
- V..
- Eu também lembro daquele dia. CLARO, que lembro.
Eddie começava a ficar mais nervoso, de fato.
- Era como se eu fosse um médico. Com uma agulha. Chegou bem perto da coluna, e deve doer mesmo. Parecia um animal, indo pro ab...
- CALA ESSA BOCA
O policial que estava perto dali ouviu essa última parte, e foi a caminho. Enquanto isso, a conversa ainda continuaria, mais um pouco.
- Para que chegar à tanto, Eddie. Apesar de tudo, eu não terminei aquele serviço....infelizment...
Antes que aquele terminasse de falar, Eddie deu um muro no vidro que os separava, apesar daquilo não ser o suficiente, nem para uma rachadura.
- O que está acontecendo aqui - Dissera o policial, que logo mandou a segurança retirar Eddie dali.
- Cuidado pessoal, esse figura esconde seus próprios 'macetes' também!
Com isso, Eddie voltara para o lado de fora, após cooperar, e se desculpar com o segurança que o deixou entrar ali. Ao menos, seu objetivo tinha sido alcançado.
- Arg....ah, esquece...
- Que coisa, não? Você realmente ficou quieto aí, e não quis piorar a situação pra mim. Será que eu deveria agradecer?!
- Eu posso ser muitas coisas, Eddie, mas isso não inclui ser um desmiolado! - Dizia Venom, em sua cabeça. - Era isso que ele queria, fazia parte do joguinho dele. Você garantiu as aparentes últimas risadas que ele vai ter.
- Acho que não tenho o que argumentar contra isso...
- Não mesmo. Esse é o seu problema. As pessoas te cegam, e você faz o resto do estrago. Eu só intensifico, algumas situações.
- Ok, tanto faz agor..
- Ainda mais quando envolve ela. Ele sabia que você não tinha superado totalmente aquilo.
- Ah, eu não quero falar sobre isso. Por favor.
- Já comentamos sobre isso, Eddie. Não adianta rasurar, porque você sempre vai lembrar dessas coisas. De um jeito, ou de outro - Dissera o Simbionte. Eddie levantou a cabeça, para ajustar o pescoço, antes de continuar andando. Ele não tinha esquecido, de toda forma, que tinha outra coisa para ver ainda naquele dia (e que serviria), até para esfriar a cabeça.
17H05
- Já fazia um tempo que eu não vinha aqui.
- Me pergunto como não te trocaram, nesse meio tempo.... - Ironizou Venom.
- E eu me pergunto porque sempre parece que você quer me jogar pra baixo, mas finge que não.
- Talvez o meu humor simplesmente seja 'ácido' demais, para certos...
- Ah, dane-se.
Eddie então foi para os fundos daquele lugar, já familiar para o mesmo, até uma porta, antes de bater.
- Quem é?
- Quem mais seria?
- Eddie?
Após isso, a porta era então aberta, por quem estava do outro lado:
- Rapaz, já fazia um tempo que eu não te via pessoalmente! Bom que pode vir.
- Digo o mesmo, João. Tive de lidar com algumas eventualidades minhas.
- Entendo. Já conversamos sobre isso, lembra?
- É claro - Disse Eddie, com um sorriso.
- Enfim, entra aí.
O mesmo então se adentrou naquele lugar, enquanto revia outros nomes.
- Eae Eddie
- Olá, Floyd.
- Espero que não esteja muito desajustado desde a última vez.
- Ha, claro!
- Alguém chegou aqui por acaso? - Dizia uma voz em uma porta fechada.
- Basicamente.
- Ah, Eddie, como vai?
- Indo, Melissa.
- Bom. Aliás, ainda preciso ajustar umas coisas aqui. Até daqui a pouco! - Dissera ela, ao fechar a porta.
- Ela me parece mais animada, se comparado à última vez que a vi.
- Ela também teve de lidar com algumas coisas nos últimos tempos. Alias, ainda temos algum tempo, então se quiser entrar no seu canto ali..
- Certo
- Espero que não seja um incômodo para você aturar - Dissera Eddie em voz mais baixa, já dentro do camarim.
- A não ser que alguém nesse meio tempo tenha colocado um sino, em algum lugar daqui...
- Vou considerar isso como "não muito"..
- Aliás, eu já vi aquela garota antes?
- Você tá querendo dizer tipo, antes daqui? Acho que..não.
- Ela não me parece estranha...enfim...
- Sejam todos bem-vindos! Imagino que estejam tão animados quanto eles, para enfim retomar esses shows - Declarou o dono do local. - Nunca deixa de ser contagiante.
- Pois bem, com vocês:
Eddie
'Jon' João
Floyd
E é claro, a favorita de todos.
Por: Riptor
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