No capítulo Anterior:
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20:57
Um tempo de algumas horas havia se passado, até o fim da nova apresentação de Eddie com a banda. Naquele momento, já estavam ocupados para arrumar suas coisas, para saírem.
- Espero que não tenha sido apenas um acaso, ter você de novo aqui! - Dizia João para Eddie, ao já ir em direção à porta de saída.
- Você sabe, não sei prever nada, mas acho que não, para a minha sorte.
- Já foi melhor que a última resposta que ele nos deu, antes de 'sumir' - Se intrometeu Floyd. - Não leve isso como uma crítica, ehh cabeção!
"O que os dentes mordiscam, o coração não sente..."
- Ah, claro - Dizia o mesmo, enquanto ouvia Venom falando novamente fora de hora, em sua cabeça. Aqueles 2 então saíram, e com Eddie ainda não tendo feito o mesmo.
- Você pode parar com isso?!
- Isso, o que? Queria é que eu aparecesse na frente deles?
- Hora se..
- Eddie?
- Ah, sim? - Dizia o mesmo para Melissa, ao tentar esconder a discussão que estava tendo (por motivos óbvios).
- Tava falando com quem? Eu ouvi a porta fechando, e achei que já haviam saído.
- Ah, era com o Floyd mesmo! É que ele tinha voltado aqui, antes de fechar a porta....
"Ela vai ter de ser muito ingênua, para acreditar nessa merd@ que você fez!"
- Huum...se você diz! Ok - Dissera a mesma, ao se virar. Eddie sentiu um alívio.
- Na verdade eu que pensei que você já tinha ido.
- Eu vou ser sincera: não tenho pressa na hora de sair daqui. Mesmo com eu estando quase sempre sozinha, quando chega essa hora.
- Deve realmente te passar um bom clima para tal, imagino.
- Sim. Se desligar um pouco do mundo lá fora - Dissera Melissa, enquanto pegava sua guitarra, já meio desgastada. Ela se sentou em um canto, enquanto mexia naquelas cordas, de forma descompromissada.
- Essa aqui já me ajudava nisso, mesmo com eu não ficando em um lugar fixo.
- Ela parece ter certo tempo mesmo.
- Eu ganhei da minha mãe. Ela sempre soube que eu gostava de música, e quis demonstrar isso - Dizia ela, com um sorriso.
- Desculpe perguntar, Mary. Mas aproveitando, percebo que realmente está mais...pra cima, se comparado à última vez que a vi. Imagino que por boas razões.
- Deu pra perceber mesmo? Que coisa...na verdade, acho que seria por eu estar fazendo justamente isso. Me focando em coisas que me agradam.
- Eu sempre fui mais assim. Mas acho que vocês mesmo, só puderam ver isso com mais frequência, nos últimos tempos - Dissera ela, ao abaixar um pouco a cabeça. Eddie conseguia ver uma leve mudança de olhar, depois que a mesma dissera aquilo.
- Eh, eu espero não estar entrando em uma área desconfortável, não era a minha ideia.
- Não se preocupe. Acho que você, pelo que eu sei, entende especialmente que certas coisas precisam ser lidadas, mesmo depois de um tempo.
- Eh... - Respondeu o mesmo. Parecia meio desconfortável, quanto à isso.
- Eu tive uma família que parecia sempre um barco, no meio de um tempo fechado. Minha mãe sempre tentou fazer com que eu não pensasse nisso. Mas ela sabia, que eu tinha noção.
- Acho que eu já vi isso antes...e seu pai?
- Em outra época, você ouviria uma resposta diferente. Mas eu só diria hoje, que era o que levava aquele barco para o canto errado. Ele tinha brigas frequentes com ela, por causa do alcoolismo.
- Ele...
- Não, se for o que eu estou pensando. Mas me surpreende não ter acontecido, visto como eram aquelas discussões - Dissera a mesma. Ela então explicou que o pai acabaria sendo expulso de casa, e tendo se mudado para outro lugar da região. Sua mãe, por sua vez, acabaria fazendo o mesmo, após tomar a decisão alguns meses depois do ocorrido.
- Nós acabamos nos mudando para outro bairro, e seguimos dali. Foi nesse meio tempo que ela me deu a guitarra, em especial para eu me entreter, e também, "caso eu quisesse ir além" com isso. Cá estamos!
- Eu comecei a fazer algumas coisas sobre isso, em paralelo. E ela, me dava umas dicas, mesmo com ela não tendo uma noção total dessas coisas. 'Você precisa de um nome artístico!', ela sempre me lembrava disso rs - Relembrava ela, com um sorriso. - E que na minha primeira vez para valer, ela estaria lá, na primeira fila.
- Sua mãe é uma figura, pelo que vejo rs.
- Sim, ela era.
Eddie ficou em silêncio por um momento, após essa fala.
- Eu não..
- Não precisa se desculpar, é claro que não sabia (ela já tinha problemas de pressão), a algum tempo. E mesmo com o otimismo de sempre que não seria "nada" outra vez, ela quis ter uma conversa comigo de como as coisas poderiam ter sido diferentes, se ela tivesse agido antes. Mas eu sempre penso que só dela ter agido, já foi o que deveria ter sido feito. Não havia porque ela se desculpar comigo, ou algo do tipo.
- Nesse meio tempo, também ocorreram algumas outras coisas, como um quase acidente que me envolvi.
- Acidente?
- É meio complicado de explicar. Mas eu tive de me esconder naquela situação, em baixo de uma mesa da minha casa. Algo veio, e felizmente, alguém também para me ajudar - Declarou. Eddie ficou meio estranho com aquele relato, por algum motivo que tentava se recordar.
- Ainda bem, né?
- Claro. Mas, também acabou sendo outra situação que acabou me fazendo pensar, que quem sabe, eu precisaria fazer outro movimento.
- Você se mudando para cá?
- Isso. Eu acabei deixando algumas boas pessoas para atrás, mas eu sentia que eu precisava fazer isso. Me desligar, um pouco, de certas recordações. E daquela garota em apuros, que estava naquele cenário.
- Eu vim para cá também com algo assim em mente.
- Gostaria de falar sobre?
- Eh, eu só resumiria que eu fiz coisas que não me dão orgulho...e eu tive de lidar, com as consequências disso. Eu só gostaria de ignorar, se possível.
- As vezes já me veio a sensação de querer isso. Mas faz parte do que já tivemos de lidar, apesar de tudo - Dissera ela, ao se levantar.
- É como uma sombra. Nessas horas, é ela que precisa nos seguir, e não o contrário. Acho que é assim que as pessoas seguem em frente.
- É uma boa hipótese
- De qualquer forma, obrigada pela conversa! Acho que agora já está na hora mesmo, de eu sair.
- Por nada - Dissera Eddie, ao cumprimentar a mesma com um aperto de mão. Melissa já então sairia pela porta da frente, antes de se virar mais uma vez:
- Ah, lembra do que eu falei do nome artístico?
- Sim, porque?
- A minha mãe nunca pode ver uma apresentação minha, mas tinha chegado a sugerir um nome. Justamente esse, que eu uso.
- Ah, legal. 'Mary Jane' era algo especial?
- Ela me dizia que era um 'nome de presença', que todos reconheceriam, mesmo se não tivessem me visto, ainda. Acho que ela tinha razão.
- Enfim, se cuida!
- Digo o mesmo.
Com isso, Melissa fechou a porta, ao sair de fato. Eddie faria o mesmo pouco tempo depois, enquanto um certo já voltava a tecer seus comentários particulares.
- Que conversa meiga
- Que aconteceu por sua culpa!
- Era por acaso para eu ficar negativo por conta dessa? Acho que foi até útil, aliás - Dizia Venom.
- Ela esteve em parte no mesmo barco que você, mas parece muito mais motivada nele.
- Eu não vou diminuir isso, mas..
- AH, CLARO, vamos com a desculpinha pré-pronta do "eu tenho de lidar com uma criatura extraterrestre"
- Como se isso não influenciasse, nã..
- É como ela mesmo disse. Você afinal lidera a sua sombra? Apesar que é difícil mesmo fazer isso, achando que é só tentar não olhar para as rasuras.
- Se vo..
- Eu, não, Eddie. Você. Até quando vai ficar repetindo isso?
Eddie preferiu não responder, e simplesmente saiu um pouco emburrado dali. Algo, que havia sido notado:
"Acho que aqueles caras ali estão te olhando"
- "Que se EXPLODAM...." - Dizia o mesmo, em voz baixa.
"Ah? Mas o que..." - Dizia o mesmo, ao visualizar aquele lugar, que não lhe era estranho.
"[...]! [...]! Você tá aí?!"
"Essa voz..."
"Minha nossa..."
"AH?"
"ONDE ELE ESTÁ?!"
"Esse s.."
Antes de completasse de falar, Eddie viu aquele pulando por cima do mesmo, enquanto que aquele borrão com voz feminina, se trancava em uma casa. O que estava acontecendo?
"Eu sei que ele está aqui. Talvez seja preciso um motivo a mais, para ele mostrar a cara" - Dizia aquele, enquanto colocava as mãos naquela porta. Eddie foi naquela mesma direção, ao passar pelo mesmo como se fosse um fantasma.
"Hey.."
"Ah não, não, não..."
Ele então olhou para um lado, ao ver alguém debaixo de uma mesa.
"Isso, está me parecendo familiar..."
Ele então olhou para baixo, enquanto ainda via um borrão:
"[...]! [...]!"
"Você consegue me.."
0:10
"Não, não"
"Mel.."
Antes que pudesse falar mais alguma coisa, Eddie vira aquele entrando ali, e indo em direção à aquela. Não podia fazer nada, por mais que quisesse. Nem precisou:
"Arg!" - Dizia aquele, ao ter tido alguma coisa jogada em sua cabeça. Eddie também olhou para trás, a tempo para perceber uma silhueta:
"É.."
"Ah?! Mas..a.."
"Eddie!"
“An.."
"Você está aí?"
"Ah meu Deus, e-u eu lembro diss.."
"Onde você está!"
"Eddie?"
Eddie correu por aquele beco, enquanto parecia estar em uma espécie de labirinto, ao procurar a dona daquela voz.
"Você está conseguindo me ver?"
"Eddie?"
"Sim, sou e..."
"Onde você...não, nã..."
"Eddie!"
O mesmo olhou para cima, ao ver a mesma presa em uma parede.
"Eu já estou ind.."
- Para que tanta pressa....
- A..
- Você já sabe como isso termina! (0:01-0:03)
- AHN...ahn...ahn...
Eddie então se viu em sua cama. Tudo não tinha passado de um sonho...ou um pesadelo, para ser mais exato.
- Parece até que você viu algum bicho papão, que não seja eu - Dissera Venom com certo sarcasmo, ao se mostrar novamente na frente de Eddie. O mesmo não respondeu, ao ainda estar desajustado com aquilo tudo.
- Está suando? Parece até que viu uma assombração
Eddie continuou sem responder por mais um tempo. Suava de fato, enquanto olhava para Venom (até por conseguir olhar a si mesmo), por aqueles olhos brancos.
- De certa forma...eu vi.
- Isso é estranho, até para mim. Nessas horas que eu gostaria, de conseguir ler mentes...
- Pra você ainda não ter me retrucado, acho que foi sério mesmo
- Foi um pesadelo. Mas eu sei que aquilo que esteve nele, aconteceu. Especialmente um.
O Simbionte então se aproximou mais de Eddie, que ficou então encostado contra a parede que havia ao lado de sua cama.
- A última vez que eu te vi de uma forma parecida...foi aquilo?
Eddie demorou novamente um pequeno tempo para responder, na forma de um movimento positivo na cabeça.
- Eu revi aquela cena, ainda que com umas espécies de borrões...ela estava me chamando, como já ocorreu. E, se lembra que você dizia que a Melissa..
- Não me era estranha?
- Pelo jeito não era mesmo. Eu acabei, também, me lembrando de uma situação onde...era...
- Ela?
- Sim, eu fiquei com isso na cabeça quando ela descreveu aquilo, e pelo jeito tinha motivo..
- Eu estive no meio disso?
Eddie apenas se ajustou em sua cama, enquanto ficava um pouco mais longe do Simbionte.
- Você está com medo, do que eu teria potencialmente feito no que está me dizendo?
- Não. Nessa parte...eu tive medo de mim.
- Eu poderia dizer que você talvez tenha ficado muito surpreso, por parte do que passou pela sua cabeça - Declarou Venom, ao se mudar para o outro lado da cabeça de Eddie.
- Mas você parece estar bem ciente do que está falando. Seu passado ainda te assombra, e você está vendo isso.
- Eu falei, Eddie. Talvez seja um sinal, para que você comece a lidar com isso tudo, de outro jeito...
Venom então voltou a se esconder, enquanto Eddie ficou mais um tempo pensando sobre isso. Ele então abaixou a cabeça, e fechou os olhos por um instante.
"Eu só resumiria que eu fiz coisas que não me dão orgulho...e eu tive de lidar, com as consequências disso. Eu só gostaria de ignorar"
O mesmo então se levantou, e foi até a cozinha, para pegar o celular que sempre deixava carregando, na mesa.
- Irá ligar para alguém?
- Sim.
- Não acha que poderia fazer isso depois? Você ainda me parece meio transtornado..
- Acredite, Venom. Eu provavelmente ficaria ainda mais, se eu não ver logo isso.
- Alô, Dr. José Morais, quem fala?
- Boa noite, é o Eduardo.
- Ahn, sim, me recordo por essa voz. O que deseja, rapaz?
- Gostaria de agendar uma visita.
- Certo.
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