sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Boku no Hero & a minha Volta aos Animes

 



Eu já cheguei a brincar que, vide que eu não postava lá muitas notícias sobre animes, que certas pessoas (certo alguém que provavelmente vai ler isso, você mesmo) podiam achar que eu tinha algum tipo de 'preconceito', com esse tipo de obra. Mero engano. Eu só fiquei mesmo, basicamente meio desligado, desse mundo. 


Claro, clássicos como Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball, Pokémon, Yu-Gi-Oh, entre mais alguns outros, já tiveram um ótimo espaço comigo, e imagino que provavelmente com você que está lendo isso, igualmente. Eu sempre vou sentir algum arrepio, quando eu ouço aquela intro de Pokémon por exemplo, eu sei de cor a letra da música, afinal aquilo é f***. Ainda assim, como eu disse, eu acabei me afastando dos tão queridos "desenhos" orientais, e realmente não teve nenhum motivo específico para isso. É tipo você perguntar pra aquele cara que jogava videogame e tinha ele como parte da rotina, mas que hoje acabou dropando ao longo do caminho, o que aconteceu...simplesmente, aconteceu. Se eu tivesse de falar há um tempo atrás mesmo algum anime 'recente' que eu tinha visto, tipo que acompanhou mesmo, eu citaria no geral coisas como Death Note, que eu acho que já passou fácil dos 10 anos de exibição.


Mas em situações como essa, a porta está sempre aberta, para quem quiser dar um jeito. Em outras palavras, para que eu pudesse dar uma chance a novos rostos dali, incluindo alguns famosos, dos quais mesmo eu, minimamente, sabia da existência. Com isso e sobre recomendações, eis que entra Boku no Hero Academia. Ou My Hero Academia, apesar que ninguém chama pelo nome ocidental justo.

Criado em 2014 por Kōhei Horikoshi, ao ser publicado pela Shōnen Jump, o mangá de Boku no Hero foi aquele clássico caso de estouro comercial, que naturalmente garantiria uma adaptação na forma de um anime pouco tempo depois, a partir de 2016. Que bom, teve o mesmo efeito. Ainda assim, em casos como esse em qualquer coisa (quem nunca passou por isso), é natural que sempre haja aquele questionamento: "Todo mundo fala desse negócio, o que será que tem aqui, que eu já não vi?" E a resposta nesse caso, é simples.


Nada. Você já viu isso antes. Eu, já vi isso antes. Mas porque você gostava daquilo, que você já viu? Essa, é a alma desse anime. E ele sabe, abraçar isso. 

Kōhei Horikoshi nunca escondeu que Boku no Hero foi seu jeito de homenagear seu apreço por super-heróis ocidentais, como o Homem-Aranha por exemplo, ainda que sobre uma visão oriental. E o resultado disso é um divertido misto, onde até mesmo os clichês do gênero acabam tendo valor, sem que a trama seja afetada negativamente por isso. Afinal de contas, como diria o sábio, um clichê acaba virando um, porque em essência, ele é algo que funciona. Só depende mesmo dos envolvidos, é claro.


Enfim: My Hero Academia se ambienta em um mundo onde cerca de 80% da população mundial possui algum tipo de super-poder, chamado aqui de individualidade. Esse é o grande momento para qualquer um dali, ainda mais em especial para um jovem, já que essa acaba sendo sua única porta de entrada possível para fazer parte da UA, a tão cobiçada Academia de Heróis. Esse ânimo em torno disso inclui naturalmente o protagonista, Izuku Midoriya (ou Deku), se preferir. Mas a realidade tende a ser decepcionante, e no caso de Midoriya, isso se materializou pelo fato de ter nascido sem uma individualidade.

Ainda assim, o garoto nunca deixou de escanteio seu lado aficionado por todo esse universo de heróis, em especial seu grande ídolo (All Might), ao ter um verdadeiro diário de anotações com todos os poderosos que conhece, com suas forças, e poréns. E sendo por sorte (ou entrando no clima, coisa do destino), a vida de Midoriya acaba tendo uma reviravolta quando ele tem a chance de conhecer pessoalmente All Might, e um segredo que pode finalmente fazer dele, um verdadeiro herói. Em outras palavras, o famoso último "empurrãozinho", que faltava. 


Boku no Hero não se mostra realmente afim de reinventar a roda ou alguma coisa do gênero, e isso é ressaltado justamente por se apresentar em cima dos básicos que todos conhecem. A clássica jornada do herói, a dupla de rivais (aqui representada por Deku & o literalmente esquentado Bakugou), ou mesmo a própria figura de guia, na forma de All Might. É algo esperado ainda mais vindo de um chamado "Battle Shonen", onde o espírito da coisa é: 

A questão nessas horas, é claro, fica na execução disso (e como antecipado), o anime sabe abraçar isso, para que haja realmente um engajamento por parte do público. Afinal, enredo simples, não quer dizer que isso precisa ser genérico: com 13 episódios em sua 1° temporada, a série consegue pegar o espírito da coisa de ser justamente uma diversão escapista, que te faz querer ver mais dela, e de seu universo. Particularmente, eu assisti o 1° episódio no "vamos ver", e quando percebi, já estava no quinto episódio (e é exatamente isso), que é um engajamento bem sucedido. E ainda que não seja o foco aqui por exemplo, achei interessante pensar como aquele mundo, a sociedade dali, se reformulou para ter justamente os heróis, no centro das coisas. Entrar na UA, é tipo um jovem no Brasil almejando fazer uma universidade típica, é algo típico mesmo, de interesse público (ou mesmo o próprio fato disso realmente ter funcionado na prática), mesmo com tantas pessoas com peculiaridades que podem ser sempre perigosas. Como um amigo bem disse, é praticamente uma espécie de Tratado de Sokovia que deu certo.  

"Está tudo Bem. Sabem por quê? Porque eu Cheguei!"

E é claro que os personagens tem sua importância para que isso funcione. Midoriya é aquele protagonista feito para ser de fácil simpatização, com o clássico dilema de quem precisará passar por muitos pesares, se quiser alcançar seus objetivos, mas ainda assim, nunca deixando de lado o que acredita. Me recordou particularmente de Jaden, protagonista de Yu-Gi-Oh GX (como pelo fato de estar sempre disposto a ir em direção à um desafio), ou para se levantar para ser uma ajuda. Já All Might, basicamente ao lado do protagonista o garoto propaganda da série, é basicamente o melhor Superman que eu já vi ultimamente: mais do que ser apenas um grandalhão heróico e carismático, o personagem ressalta como sempre almeja dar realmente esperança à todos com um sorriso no rosto, e fazendo jus ao fato de o chamarem de o símbolo da paz (o final da temporada em especial), demonstra ao máximo isso. Ao mesmo tempo, o seu segredo que acaba sendo revelado também se torna uma parte essencial da história, enquanto o mesmo guia Deku para seguir os seus próprios passos como herói.

Os outros cidadões que aparecem também acabam tendo seu momento, em especial o próprio Bakugou. Ainda que inicialmente em especial, ele passe realmente uma vibe de um típico charope esquentadinho, que leva sua rivalidade com Midoriya à sério (em um dos treinamentos em especial), eu já conseguia sentir logo que há algo a mais ali, e que aquilo não passa em parte de uma espécie de "blindagem de defesa" do mesmo. Provavelmente algo aprofundado nas temporadas futuras, creio eu. O resto da sala dos 2 também são divertidos, cada um a seu modo, ao serem a porta justamente para a exploração dos mais diversos tipos de individualidades. 

Mas é claro, que ao ter como base justamente super-heróis, a ação também precisava ter seu devido cuidado, e felizmente esse é outro forte do anime. Acompanhado também de um belo trabalho na trilha sonora (que já começa na intro) no geral é tudo bem fluído, e realmente um mérito do Studio Bones (já um conhecido dos fãs da área), vide Fullmetal Alchemist. Também acho válido mencionar a qualidade da dublagem brasileira, que caiu muito bem (com destaque para Nestor Chiesse), responsável por dar voz ao All Might.

No fim, Boku no Hero Academia se mostra em sua temporada de estreia um ótimo anime "arroz com feijão", que entrega exatamente o que alguém almeja essencialmente, ao procurar um: entretenimento. Simples, divertido, e comandado por personagens carismáticos, a aventura de Deku Midoriya não apenas entende o mesmo charme usado com sucesso no passado, como também é uma ótima maneira de reintroduzir quem estava do lado de fora desse mundo. Da mesma forma que os mais nostálgicos faziam, enquanto se espera para ver o que vem a seguir.

E eu com certeza estou incluso nesse grupo. PLUS ULTRA


Então é isso gente, espero que tenham gostado. Até a próxima! 


Por: Riptor 

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