sexta-feira, 19 de novembro de 2021

FM Fics: Eddie - Parte 8 (FINAL)




No capítulo Anterior:

https://fmarvell.blogspot.com/2021/10/fm-fics-eddie-parte-7.html?m=1


Enquanto Cabeça de Martelo tomava suas decisões envolvendo aonde estava, outra quantia de armados ia de encontro à Eddie, em um número consideravelmente maior. Se era realmente uma jogada que ele acreditava que daria certo, ou apenas mais uma tentativa, já não fazia muita diferença: aquele encontro estava cravado.


E era justamente com esse pensamento que Venom seguia seu curso rumo ao seu objetivo, até parar por um instante em cima de uma casa, ao ver aqueles indo em sua direção.


- Ele não parece ter levado o que eu falei a sério - Declarou Eddie.


- Ou está seguindo com o que tem disponível. Ele não tem muito pra onde ir.


- Tem lógica.


- De qualquer forma...


O Simbionte continuou assim a dar saltos entre os prédios que encontrava, enquanto já desviava dos disparos. Foi então para cima de um dos primeiros veículos, ao aterrissar no mesmo como se fosse uma bala de canhão, e retirando um dos que estava ali, para outra vez jogar em direção à outro veículo que chegava, ainda que não tivesse ocorrido uma batida tão forte. Um dos armados dali saiu, e tentou o atingir com outro daqueles tasers, mas não deu muito certo: ele desviou.


- Vocês precisam ser mais criativos - Disse a criatura ao pegar aquele pelo pescoço, antes de o jogar para o lado. Logo visualizou outro veículo indo em sua direção, mas o mais importante era o que vinha por de trás dele.


- Aquelas armas parecem com aquela que a mercenária já havia demonstrado.


- Você quer dize..


- Sim, Eddie, fogo. Mas eu tenho uma idéia.


Com isso dito, Venom saiu correndo em rota de colisão com o veículo, enquanto tentava desviar dos disparos que vinham do mesmo, mas realmente mirando em outro lugar. Com um último impulso, atingiu o mesmo pelo vidro da frente, passando quase direto, e literalmente atravessando o motorista, antes que ainda conseguisse se segurar, para virar o automóvel para outro lado, antes de para-lo.


- Era essa a sua idéia?

- Eu ainda não terminei.


O Simbionte arrancou parte daquele veículo, e usou isso como uma forma de se aproximar daqueles, que agora avançavam de fato em sua direção. Nesse momento, Venom jogou o que segurava na forma de um golpe, e resultando em mais algumas baixas.


- Ah..


- Agora eu terminei. Ao menos com o aqueciment...

- Ok, já estou perdendo a paciência - Declarou a criatura, ao ver agora um helicóptero se aproximando.


- Tem alguma idéia?


- O pior, é que acho que sim - Disse Eddie, ao dizer para Venom se virar. O mesmo demonstrou um sorriso naquele momento, ao rapidamente entender.


O Simbionte arrancou um candeeiro que estava por perto, enquanto esperava o helicóptero (que já começava a disparar) se aproximar um pouco mais.


- Hasta la vista.

Venom então disparou o que tinha arrancado como uma lança, o que foi o suficiente para a queda do helicóptero, que colidiu com um prédio. Naturalmente, quem estava nele não teve um fim muito agradável.


- Essa última parte não fazia parte do plano... 


- Acho que terminamos por aqui. Próximo passo..


- O cabeça.

- Alguma atualização?


- Não senhor. 


- Já sabe o que fazer então - Declarou enquanto isso Joseph, a seu funcionário. A porcentagem restante de armados a sua disposição tinha ficado perto da frente de sua base, como já suspeitava que precisaria, após ter mais um grupo de baixas.


- E antes que eu me esqueça. Se a esse nível for pra me entregar esse cara e a criatura mortos, que seja - Dizia, enquanto verificava outras coisas. 


- Sim senhor.

Venom eventualmente acabaria chegando por ali, enquanto observava o "grupo de boas-vindas" que o esperava. Apesar de saber na prática como resolveria mais esse obstáculo, ele achou que precisaria observar um pouco.


- O que você tá esperando?


- Eles podem muito bem estar guardando mais alguma surpresinha - Dizia o Simbionte, enquanto os soldados ainda apenas apontavam suas armas em sua direção. Parecia que eles também esperavam, um momento certo.


- Ven..


Antes que Eddie terminasse, um dos que estavam ali (escondido) então disparou uma granada, que acabou atingindo de fato a criatura, ao ser seguido por uma chuva de balas de todos os outros, que logo o fizeram se movimentar.


- Era esse tipo de coisa que eu me referia. Argh..


O Simbionte então esticou um de seus braços para pegar aquele que havia o atingido, enquanto o usava ainda vivo para atingir outros, até voltar aonde estava.


- A...


- Já que você tentou me estourar, que tal eu retribuir o 'favor', e estourar você de dentro pra fora?! - Dizia, enquanto apertava o corpo do soldado. Apesar disso, ele simplesmente o jogou na direção dos outros, enquanto começava novamente a dar um jeito na situação.


- Câmbio. 


- Sim senhor, entendido.


- Ele já está aqui? - Perguntou Laiane, ao estar presa naquela mesma sala, que Eddie já esteve.


- Assunto confidencial.


- Rs, é sério isso rapaz? 'Confidencial'...você ainda não foi muito longe nisso, não?


- Cale-se, presa - Respondeu o soldado que estava vigiando a mesma. Ele não conseguia, no entanto, esconder o receio com o que havia sido informado.


- Pessoas não se expressam apenas com palavras, caso queira saber. E se quer saber, você já me respondeu nesse exato momento, por conta disso. Gostaria de uma dica?


O mesmo não respondeu, enquanto Laiane ficou encostada nas grades, antes de terminar.


- Aproveite que você não é o alvo principal, e coloque o rabo entre as pernas pra fora daqui.


- Quem você acha...que é?


- Alguém que poderia te matar facilmente. Isso se ele não aparecer primeiro, pra isso.


(0:16)

- Acho que você tem um tempo limite para se decidir...


Enquanto isso, Venom continuava enfrentando a última linha de obstáculos que teria de passar, que aos poucos diminuiu de tamanho com as baixas que fazia. Isso sem contar, quem decidiu abandonar a missão (apesar do Simbionte não ser tão generoso), com quem tentava essa opção.


- Só para garantir, o seu chefe está localizado ali? 


- A....s.im..


- Obrigado por confirmar.

Com isso, ele jogou aquele último que tinha pego direto no mar, antes de mirar seus olhos em chegar ao topo daquele prédio.


- Pode ter corrido, mas já não vai se esconder. 


- Ah..


- Olha só, quem chegou aqui afinal.


- Pensei que estaria mais preocupado do que isso.


- É bom lembrar, Eddie. Quem fugiu daqui não fui eu.


Venom naquele momento se levantou, após ter entrado no lugar onde Cabeça de Martelo estava. O vilão estranhamente demonstrava estar de fato calmo naquela situação.


- Não deveria virar as costas pra mim, Joseph.


O mesmo não respondeu. O Simbionte então decidiu terminar com aquilo, ao ir em direção à ele: 


- Eu não faria isso...


- Arg!

- Sem precauções.


Com isso, Cabeça de Martelo ativou uma proteção de vidro em torno da área aonde tinha se encaminhado, que bloqueou o ataque. 


- Posso não estar na mesma situação financeira do Fisk, mas eu ainda garanti uns brinquedinhos. E eles foram escolhidos a dedo, pensando em você Eddie! 


- Filho da p..


- Pode tentar, mas acho que não vai conseguir quebrar isso!


- E você não vai poder ficar aí pra sempre.


- Tem razão - Dizia o vilão, enquanto mostrava o eletrônico responsável pelas ativações.


- Então que tal você sair.   


- Agggg....aa.... 


- Eu não sou de apenas me sustentar em cima de pessoas armadas, Eddie. E você deveria saber disso!


Com isso dito, Cabeça de Martelo desligou a proteção que havia acionado, ao ligar em seguida os 2 intensificadores sonoros presentes no teto do lugar. Não era da boca pra fora, que ele havia realmente se planejado.


- Como eu disse, escolhido a dedo! Kkk.


- Ar.. 


Antes que Eddie pudesse dizer algo, Joseph desferiu um soco no mesmo, se aproveitando da instabilidade do Simbionte diante daqueles ruídos altos, que o deixavam mais exposto. 


- U..ahh..


- Essa é por todas aquelas vezes, que eu não pude fazer isso! - Dissera o vilão, ao dar agora um soco no estômago do mesmo, antes de Eddie ter uma queda no chão. O Simbionte ainda tentava responder com dificuldade, ao tentar cobrir o mesmo novamente.


- E eu ainda tenho mais uma coisa guardada, se quiser saber.


- A..

- Boa Noite! 


Eddie então se levantou, mesmo com dificuldade, para tentar evitar os disparos que se iniciaram, ao conseguir ficar atrás de uma 'proteção', na forma de uma mesa de atendimento que ficava por ali. 


- Você já fez isso antes, rapaz! Se esconder. Devia ter pensado nisso antes.


- Arg, por..


Antes que terminasse de dizer, Eddie acabou sendo atingido de raspão por um dos disparos, já que Venom não conseguia servir de proteção por completo. 


- Aggg..


- Falando nisso, Eddie! Me lembrei que você tinha uma certa pessoa perto de você, na nossa época. Ainda estão juntos? 


- A..


- Pensando bem, não precisa responder! É que eu posso ter uma idéia sobre isso, e é justo que você saiba. Acho que ela merece uma 'visita' depois, não acha? Rs.


- Arrrrg....

- Ah...ah...ah....


Eddie agora visualizava um cenário escuro, resultado de sua consciência atual, e sem saber para onde olhar. Se é, que precisaria.


"É como uma sombra"


- Melissa? 


"Nessas horas, é ela que precisa nos seguir, e não o contrário. Acho que é assim que as pessoas seguem em frente"


"Sempre pensam nos mocinhos, e em vilões. Mas há quem simplesmente quer viver, e não se encaixa totalmente em nenhum deles"


"Você acha que eu não sou igual a eles?


"Pelo menos..."


- 'Não totalmente'... - Declarou o mesmo, ao ouvir novamente a voz de Laiane.


'Não é a única, Eddie'


- Anne?


'Talvez, você só precisa passar por alguns obstáculos' 


- Espere, ele tinha falado que...

Não, de novo...nã...


- Ah, ah...

ARGGGGGGGHHHHHHHHHHH


- Mas o q...


Em um grande esforço que pode ser ouvido com aquele grito, Eddie e o Simbionte conseguiram as forças para se juntarem inteiramente outra vez, apesar do alto som. 


- Esse barulhoooo...


- Eu sei, por isso vamos dar um jeito nisso.


Venom então começou a tentar sair dali, e com um impulso, atingiu um daqueles equipamentos que faziam aquele som. Ainda faltava um, enquanto os disparos continuavam em sua direção.


- Argh!


- Eu não me lembrava que você fazia isso - Comentou rapidamente Eddie, enquanto o Simbionte formava um escudo por um tempo.

- Sempre guarde um movimento, pra hora certa! - Respondeu a criatura, antes de tentar uma investida em direção à uma das máquinas que atiravam, que resultou em sua destruição. Já com menos trabalho, seu foco se voltou a atingir o equipamento de som restante, tirando isso da jogada, antes que fosse fazer isso com a última máquina que havia sobrado, que parou de disparar.


- Porr..


O Simbionte esticou um de seus membros rapidamente, ao agarrar o vilão pelo pescoço, antes de aproxima-lo de si:


- A.. 


- Me diz, você tem outro plano nessas horas? 


- Desgraç...


- Acho que seria uma palavra apropriada, para quem menciona que irá fazer uma 'visita', a alguém.


- Ah, claro...hora, Eddie. Foi da boca pra fora.


- Acho que é esse o seu problema, Joseph - Declarou Eddie, ao aproximar bem o mesmo, de si.

- Não devia subestimar tanto, o que os outros sabem de você.


- Rs, claro, claro. Agora, porque você não para com isso? 


- E porque eu faria isso? 


- Você não se escondeu para tentar ficar longe justamente dessas coisas? Quer provar que não consegue, assim na cara?


Eddie ficou em silêncio por um momento. 


- É o que eu pen..


- Ahh...


Antes que Cabeça de Martelo continuasse, seu pescoço começou a ser apertado novamente.


- Eu não preciso provar nada. 


- A...então, é apenas um mal lavado, falando de um sujo..rs. Acha que está sendo algum 'herói' fazendo isso?


- Aí que está, Joseph - Disse o mesmo, ao virar rapidamente o pescoço para trás, como se estivesse olhando para algo importante.


- Não tem herói aqui. Só há nos 2 nessa sala. Ou pelo menos é como estava.


- Eddi...


- N..d...


- FILHO DA P...


Antes que pudesse falar qualquer outra coisa, Cabeça de Martelo teve sua cabeça arrancada pelo Simbionte, que a engoliu em uma bocada, antes de jogar o corpo do mesmo por uma das janelas, e por consequência, na água do mar, abaixo dali.


- Acho que perdi bastante aqui - Declarou Laiane ao chegar ali, após ter conseguido dar um jeito de sair. Venom se virou para ela, com sangue ainda escorrendo em sua boca, e deu um sorriso como resposta.


- Eu devia considerar isso...um bom, ou mal sinal?

- Bem, o Joseph poderia ter essa resposta, a uns minutos atrás.


- Isso já me responde...


- Hey - Falou Eddie, enquanto o Simbionte já se escondia novamente.


- O que é?


- Não ache que eu me esqueci daquilo.


- Você quer dizer..


- Bom, o dono do dinheiro, onde ele estiver guardado, não vai precisar mais dele. 


- Certo.


- Já tenho o suficiente aqui - Declarou Silver, após terem abrido o cofre do lugar, antes de voltar para onde estavam. - Obrigada pela ajuda nisso. 


- Por nada. É o mínimo que eu poderia fazer.


- Mas não acho que as coisas vão estar muito tranquilas pra você, depois disso tudo. Pelo menos, não por agora.


- Já não estava antes mesmo.....darei meu jeito.


- Bom, boa sorte nisso, para vocês 2 - Declarou Silver Sable.


- Digo o mesmo quanto ao garoto.

- É, hora de eu sair daqui. 


Com isso, Venom entrou em cena novamente, ao pular para o lado de fora dali. 


- Ela ainda me inclui no "boa sorte". Hum...quem sabe eu já esteja de fato, com a cara dela - Mencionou o Simbionte.


- Ah, polícia...


- Será que eu não poderi...


- NÃO.


- Ok, ok. Você venceu, humano...


-  O que aconteceu após isso? É uma boa pergunta. Acabou sendo 'meio' movimentado, como era de se esperar (você não faz aquilo tudo), passando despercebido. O tempo decide, quando a poeira abaixa.


- Eventualmente, eu pude retomar a minha vida, ainda que o caso continuasse na cabeça da justiça, sobre quem era o tal responsável por aquela bagunça. 

- Olá meu amigo, olá minha amiga, J.J. Jaime do jeito que você espera, do jeito que você merece! E vamos novamente comentar, sobre aquele caso no mínimo estranho, que aconteceu nos últimos tempos, no Rio. Como se já não bastasse o que você, meu amigo carioca, tem de lidar diariamente, assim como em todo o país. Roda a reportagem aí!


"O Rio de Janeiro em especial, segue intrigado com uma grande leva de mortes, que aconteceu nas últimas semanas, e que inclui até mesmo o de um nome já conhecido do crime da região. Joseph Martins, popularmente conhecido como 'Cabeça de Martelo', foi brutalmente assassinado, com a cabeça literalmente arrancada, e com seu corpo tendo sido encontrado, boiando no mar. 


Conforme ressaltado pela investigação, Joseph se instalou no Rio fazia algum tempo, como um movimento estratégico após estar perdendo espaço no crime de São Paulo. Uma vertente levantada, é de um possível rival ter mandado a sua execução, onde foi incluído entre os suspeitos o empresário Wilson Fisk, já preso há algum tempo, desde que se descobriu que ele estaria financiando 'criminosos especiais', que também foram detidos. Ele nega qualquer envolvimento, e segue respondendo na justiça sobre polêmicas passadas.


Uma coisa é certa: quem matou Cabeça de Martelo, definitivamente estava disposto a ir até o fim por isso"


- Já faz um bom tempo que eu não vejo um caso brutal como esse, e quando digo isso, não é por meramente incluir assassinato, isso eu já vi, você já viu aos montes nesse país. A minha questão, meu caro telespectador, é outra. Quem, ou pior, o que, matou esse Joseph, e ainda mais de uma dezena de capangas à mando dele? Só me faltava essa, São Paulo não ser o único lugar daqui, que tenha mais do que só bandidos comuns. Mas vamos deixar a polícia investigar.


- E eu é que não vou acender vela pra defunto ruim, como esse Cabeça de Martelo, que virou é Mula sem Cabeça. 

- De toda forma, eu acabaria tendo algumas conversas com isso. A primeira foi com Melissa, após já haver uma com a banda toda. Digamos que eu 'dei um empurrão', sobre um certo assunto, que ela acabou pensando novamente. Acho que posso ter feito o certo. A segunda...

- Mătuşă (Tia)


- Da, Guilhermo? (Sim, Guilhermo?)


- Você me disse que teve uma ajuda para poder me buscar. Foi de um herói também?


Silver Sable pensou um pouco, antes de responder a questão do sobrinho.


- Não exatamente.


- Como assim? Existem heróis e vilões, não é?


A mesma então se abaixou, enquanto olhava para o menino, com um sorriso: 


- Digamos, Guilhermo, que as vezes as coisas podem ser um pouco mais complexas, do que isso. Você irá entender, quando crescer. 


- Tá bom.


- Agora, você poderia me dar um abraço?


- Dar desigur! (É claro!)


- Hey, só cuidado, desse jeito você irá me quebrar rs.


Laiane naquele momento então se virou, enquanto pensava ao ver o horizonte, e continuando a andar em frente.


'Mulțumiri' (Obrigado)

- Eu não devia deixar você entrar aqui depois daquela última, mas ok. E por favor, se controle, ou pelo menos tente.


- Ok - Declarou Eddie. O mesmo se adentrou na Penitenciária Nelson Hungria novamente, com algo em mente. E como não poderia ser diferente, o alvo continuava o mesmo.


- Olhe ele aí! Tinha estranhado outra visita....estava até pensando por um instante, se não seria é alguém vindo me apresentar a minha 'data de validade', afinal - Dizia aquele, já na 'área de visitas'. Estava curioso, para ver o que sairia daquela conversa. Eddie, por outro lado, não respondeu.


- Não vai dizer nada?


- Mas é claro que eu vou. Eu não vim aqui, atoa - Respondeu ele, com um sorriso. O outro estava meio estranhado com aquele comportamento.


- Você me parece...estar diferente...


- Bem, digamos que ocorreu, bastante coisa, desde a última vez que você me viu. E sim, não estou aqui de novo, por algo envolvendo terceiros, caso pergunte.


O outro então se aproximou ao máximo do vidro que os separava, antes de retrucar:


- Então, o que te traz aqui, hum?


- Você me disse que quando eu vim aqui, era porque, eu não segui realmente em frente. E você tinha razão, sabia? 'Estava nos meus olhos'. Na minha cara. Em mim.


- E veio aqui para me dizer que eu estava certo? Rs. Agradeço.


- Não. No fim das contas, eu percebi que se eu quisesse seguir em frente, havia um jeito certo pra isso. Você não finge que o seu passado não existe. 


- Que filos...


- E principalmente...você é quem decide quem é agora, afinal. Acho que era essa a sua vantagem, em cima de mim, não é?


O outro ficou em silêncio, enquanto via Eddie com um certo olhar para ele.


- O que foi, o monstro comeu a sua língua?


- V..


- Bem, eu já vou indo. Eu só vim aqui, dizer isso. E, mais uma coisa. Se eu fosse você, rezava (apesar de eu duvidar que Deus te ouviria), pra realmente, realmente, te darem um jeito aqui.


- Porque se você não morrer nas mãos deles, e de alguma forma, ainda sair. Eu posso te garantir.


- H..

(0:01)

- EU MATO VOCÊ - Declarou Eddie. O mesmo bateu a cabeça no vidro que os separava, o suficiente para quase quebra-lo, por consequência do Simbionte ter acobertado o impacto em volta dela, sem aparecer explicitamente. E o outro, verdadeiramente, demonstrava uma cara de temor.


- Mas o q..


- Não se preocupe, eu sei o que eu disse, já estou saindo...


- Mas que droga, tirem aquele cara dali! - Dizia o segurança ao se referir ao preso.


- Boa passagem só de ida pro Inferno, pra você. E que seja só de ida mesmo.

- Eu acabei voltando ao Rio após isso. Mas, também acabei tendo de lidar com outra coisa.


Naquele momento, Eddie estava agora na divisa dos estados de sua região, com São Paulo, em um período onde o dia já havido sumido. Ele pensava em algumas coisas enquanto estava encostado em uma árvore, com o canto ainda sendo um pouco iluminado, por uma luz que havia sido instalada a certo tempo. Mas ele não seria bem o único, a estar ali. 


- Huum...certo, vamos emb..


Antes que o mesmo terminasse de falar, Eddie ouviu um barulho perto dali. Apesar de não saber o que seria, ele parecia vir do outro lado da divisa.


- O que você acha? - Dizia ele para Venom, em voz baixa. 


- Eu poderia ver o que é afinal. Mas, como obedecemos aquele acordo...


- Quer saber, como eu estava dizendo, v..


- Quem está aí? - Ele declarou novamente. Dessa vez, alguns passos puderam ser ouvidos naquela direção.


- Eu meio que poderia ter perguntado isso, mas como eu não estava esperando por essa, vantagem pra você!


- Essa voz é...


- Bem, sim. Daquele, certo cara.

- Como vai, Eddie?


O mesmo ficou temporariamente em silêncio, até por conta da surpresa natural, enquanto Pedro se mostrava de fato. A marca da divisa, era o que os separava um pouco.


- Indo conforme o possível, eu diria. O que está fazendo aqui?


- Digamos que eu acabei pensando em umas coisas, que me fizeram vir até aqui. Só não imaginava que teria esse 'bônus' - Declarou ele, de forma bem humorada. - E você?


- A mesma coisa, se quer saber. Mas, vamos ser sinceros. O que você estava pensando, tinha algo a ver comigo?


- Porque pensou nisso?


- Acho improvável, que você não soube das últimas, que ocorreram nesse meu lado. E, vamos lá, não deve ter sido difícil imaginar que..


- Você teve algo a ver com a morte do Cabeça de Martelo.


- Olha o que estou dizendo...e, sim, eu tive.


- Do jeito que reportaram, seria realmente difícil não saber algo sobre isso, e pensar sobre. Imagino que você tinha realmente, algum problema sério com ele.


- Acho que já não faz diferença, eu pensar nisso.


- Saquei.


Eddie então decidiu questionar Pedro, sobre aquela questão, envolvendo Joseph.


- Você se arrepende? 


- Do que?


- Se eu não tivesse vindo pra cá, ele estaria vivo. Teria sido, quem sabe preso, naturalmente. Ou não, já não vem ao caso. Eu sei que você não apoia, esses tipos de métodos.


O Homem-Aranha pensou por um momento, antes de responder a questão.


- Não. Acho que, sem ofensa, que algo assim, era..algo que eu deveria estar ciente, que poderia ocorrer. Seria ingênuo, não pensar nisso. Então, eu estou bem comigo mesmo.


- Boa resposta. Afinal, não foi você que o matou, ou matou, quem estava ligado a ele. 


- Eu poderia fazer outra pergunta, garoto?


- Pode mandar.


- É algo que eu já poderia ter questionado, naquela ocasião. Porque, você me ajudou? Mesmo depois daquilo tudo que eu fiz? Eu poderia pensar que ainda havia aquela questão de, você sabe quem...mas é algo que ficou na minha cabeça.


- Acho que eu poderia responder isso, com outra pergunta. Porque não? Você precisava de ajuda. Ela, precisava de ajuda. Naquela hora, eu só enxerguei isso. 


- Eu não estaria sendo muito diferente, de quem eu tenho de lidar, eu acho. E mesmo sem pensar, nessa doideira toda rs..eu fiz o que imaginei que qualquer outra pessoa, faria no meu lugar.


- Gostaria de poder concordar com você. Mas, provavelmente eu não teria feito a mesma coisa, naquele momento. Acho que tenho que ser honesto. 


- Tudo bem....é sério! Como você disse aqui, acho que já não faz diferença pensar nisso - Declarou Pedro, com um sorriso por de trás da máscara.


- É. De toda forma, obrigado, garoto. Eu posso não ser um exemplo, que nem você...mas eu aprendi algumas coisas, depois de tudo isso. E acho que isso vai ser bom pra mim, daqui em diante. 


- Legal saber disso. Bem, acho que eu tenho de ir! 


- Claro. Eu já estava de saída, mesmo.

- Bom, vá pela sombra! E digo o mesmo pro seu colega que..deve estar aí, não?


O Simbionte então se mostrou para o garoto, antes de demonstrar mais um de seus sorrisos macabros, como resposta.


- Isso é um bom sinal?


- Eu diria que sim, vindo dele - Declarou Eddie. O Simbionte então voltou a se esconder, enquanto ambos os lados já se viravam, para sair dali. 


- E ah, Eddie! 


- Sim? - Respondeu o mesmo, de costas.


- Eu sei do acordo que eu fiz...mas você acha, que vamos nos ver de novo? Quer dizer, eu não imaginava que aconteceria aqui, por exemplo.


Eddie então se virou, ao demonstrar um pequeno sorriso, antes de responder:


- Se isso acontecer, garoto. Acho que vai ser um sinal de que alguma coisa muito feia vai vir, para precisarmos chegar nesse ponto. Então, esperamos que não chegue a tanto.


- Isso tem lógica...


- Rs. Se cuide, rapaz. Apesar que eu sei, que não é com você, que alguém teria de se preocupar.


- Acho que você não me odeia mais, né?


- Como inimigo? Realmente. Só não poderia garantir, que alguém não poderia querer te dar um soco, ou 2...

- E eu não poderia esquecer, da mais importante delas.


- Eddie, novamente aqui? 


- Sim, Doutor. Estive meio ocupado ultimamente, então não pude vir antes.


- Compreendo. Felizmente, você sabe que ela, sabe esperar.


- Como ela está?


- Bem, como antes. E ainda é como antes, uma questão de 'quando'. Mas enfim, não vou te atrasar mais, alongando a conversa. Você já sabe como funciona.


- Oi, de novo. Sim, eu sei que passou um certo tempo..mas você já deve imaginar, vide o que eu já te contei - Declarou Eddie, ao segurar na mão de Anne.


- Eu só gostaria, que você pudesse me responder. Mas, esse dia vai...


- Espere, o q..

Antes que terminasse o raciocínio, Eddie acabou percebendo que a mão que segurava, começava a se mover (e sua expressão), já demonstrava um misto de 2 sentimentos. Nenhum deles dessa vez, era ruim.


- Eu..Anne? Você pode me ouvir? 


- A..


- Minha nossa, oh, obrigado....obrigado... - Declarava o mesmo ajoelhado, enquanto ficava com os olhos fechados por um momento. 


- Ok, calma. Anne, você consegue...ouvir isso?


Eddie esperou um pouco, para ver se Anne conseguia responder. A mesma, começava a abrir os olhos.


- Ah....fuu...E..Eddie..


- Eu estou aqui.


- Eddie...é você mesmo?


- E quem mais poderia ser? - Dizia ele, sem esconder o sorriso, enquanto enxugava um pouco os olhos com as mãos.


- Ah...onde eu estou? 


- Em um hospital. Você precisou disso, acredite. 


- Mas, o que aconteceu comigo?


- Você, não se lembra?


- Não muito. Eu lembro, que eu estava em um beco escuro te procurando..e então, tudo ficou preto pra mim, até agora. 


Eddie apenas respondeu aquele comentário, com aquele mesmo sorriso. Ela acabaria fazendo o mesmo, em troca.


- Anne.


- Sim?


- Você não se lembra, de mais nada?


- Realmente, não. Porque?


- Eu acho que precisamos conversar ainda, sobre. Ou melhor..sobre um assunto relacionado, digamos assim.


- Ah, certo. 


- Eu já comentei isso antes, mas realmente. Só de você não ter pago alto demais, por minha causa, já seria o suficiente pra mim. Posso já ter feito isso antes, e não ter dado certo. Mas eu prometi, que dessa vez, eu iria acertar.  


- E isso inclui, eu comentar com você, sobre algumas coisas. Dessa vez, com eu sabendo que você realmente estará ouvindo.


- Eddie, ac..

- OH MEU D.. 


- Eu já imaginava essa reação. Na verdade, estranharia se não viesse essa - Ressaltou Eddie. Anne, naturalmente assustada, ainda assim se conteve, ainda que com o Simbionte agora olhando para ela, e bem a amostra.


- Olá, Anne.


- Essa coisa sabe o meu nome?!


- Ah, é. Anne, esse é o Venom.


- A reação de humanos a minha espécie, costuma ser divertida...oh, é claro, imagino que nem tanto para você, então me desculpe - Dizia ele, antes de se aproximar um pouco mais dela.


- Mas não se preocupe, Anne. Por você estar do lado dele, você não está incluída em algum...cardápio, vamos dizer assim. Até porque, você é bonitinha demais, pro meu gosto. 


- De preferência, quando está acordada - Declarou o mesmo, ao demonstrar mais um de seus sorrisos.


- Ah, obrigada...eu acho... - Respondeu ela, com um sorriso meio nervoso, para se dizer o mínimo.


- Está vendo, eu também sei dialogar...


- Ok, ok.


- Eddie


- Olha Anne, eu sei que obviamente isso p..quer dizer, É nada comum, m...


- Eu só queria dizer uma coisa.


- Ah, claro, pode dizer.


A mesma segurou novamente a mão de Eddie, enquanto olhava para o mesmo.


- Eu já imagino que isso vai ser...estranho, de você tentar me explicar. Mas.....eu vou querer ouvir. 


- Obrigado por isso. Só espero que ninguém abra a porta, enquanto isso. 


- Mas afinal. O que aconteceu?


- É uma história meio longa, Anne.










- E para ser honesto, talvez isso tenha suas vantagens.

- Argh....


- Obrigado! 


- Não precisar agradecer, eu só recomendaria que você fosse para outro lugar agora.


- Está certo.


- He...


- Sim?


- Arg.......quem....


- Quem diabos, é você...


- Uma boa pergunta. Quanto a resposta... 










Por: Riptor

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