quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

FM Fics: A Selva de Concreto - Parte 2

 



No capítulo Anterior:

https://fmarvell.blogspot.com/2022/01/fm-fics-uma-valiosa-licao.html?m=1


- Infelizmente Pedro, a lei é algo que pode ser muito remendado, dependendo de quem seja. Realmente, foi até mais longe do que alguns podiam esperar. 


- Deve ser bem frustrante, para quem está diretamente ligado à isso.


- De fato. Apesar que, naturalmente, eles também não devem estar boquiabertos com isso. É algo que já nos soa 'normal' - Declarou o Doutor Michael, enquanto tomava um copo de café. Já havia terminado o horário de aula de Pedro naquele dia, mas ele acabou ficando por ali, para mais uma conversa com seu professor. 


- Pelo menos os outros ainda estão ali. Não menosprezando a polícia, mas com certeza isso é um mérito daquele vigilante.


- O senhor quer dizer, o Homem-Aranha? 


- De quem mais? Por mais misterioso que ele ainda possa ser, ele fez boas ações desde que começaram a falar do mesmo - Apontou. - O que eu acho curioso, é que ele parece realmente novo, para algo assim. Já tive curiosidades sobre isso, tenho de admitir.


- Tipo o que, Professor? - Perguntou Pedro.


- Ele tem família? Ou, então...alguém dela sabe o que ele faz? Coisas assim.


- Eu imagino que possa ter, mas com certeza eles não saberiam. 


- Porque acha isso? 


- Ele estaria os reservando de tudo isso, dessa forma.


- É um bom ponto. Você parece gostar de comentar sobre ele - Disse o professor. Pedro, naturalmente, desconversou.


- Ah, sim! Gosto do que ele faz...e ele tem um visual legal. Pelo menos eu acho legal.


Michael após isso deu um sincero sorriso, antes de responder:


- Sabe, Pedro. Eu ainda acredito que existem pessoas que podem mudar o mundo...elas só muitas vezes precisam acreditar, que podem ser essas pessoas. E uma fonte de inspiração, como esse mascarado, pode ser esse pontapé.


O jovem apenas ficou em silêncio por um tempo, enquanto pensava no que seu professor havia falado para si. 


- E mesmo que eu erre apostando nisso, levando em conta os outros do 'tipo' dele que ainda rondam por aí..eu ainda prefiro ficar no time desse Aranha. Acho que todos preferem pensar assim.


- Com exceção do J.J. Jaime.


- Rs, é, com exceção dele. Por mais exagerado que ele seja, eu não menosprezo totalmente a desconfiança de certas pessoas. A verdade Pedro, é que o povo desse país também já sofreu demais, por acreditar em 'símbolos'. Ainda assim, elas precisam se agarrar a algo. Nós sempre precisamos para seguir em frente, afinal.


 - Concordo plenamente. Bom, eu já vou indo Professor, obrigado pela conversa de sempre!


- Por nada. Você nunca as deixa tediosas! - Declarou Michael, ao então cumprimentar seu aluno, que em seguida já foi em direção à porta de saída da sala.


- Ah, Pedro!


- Sim? 


- Havia esquecido de perguntar a você sobre uma coisa.


- E seria...


- Como anda seu relacionamento com a Fernanda?


- Bem, tinha até falado com ela no caminho pra cá, já que ela não pode vir hoje.


- Bom saber. Então você não deve ter se esquecido de nada.


- Esquecer do....pera, hoje é que dia? 


- 12.


- Oh p...ah, com licença Professor, eu tenho de resolver uma coisa quanto a isso! 


- Rs, claro. Vá pela sombra!


Pedro assim logo em seguida saiu correndo dali. Ele tinha entendido rapidamente o que seu professor havia o questionado, e felizmente, ele ainda tinha tempo para resolver isso. 

- Olá Pedro, como vai? 


- Melhor agora, Sr. Walther.


- Gostei do entusiasmo rs. Imagino que queira falar com a minha filha, naturalmente.


- Sim.


- Certo, eu vou lá chamar, espere aqui.


- Fernanda.


- Sim, pai? 


- O Pedro está na porta.


- Obrigada por avisar, diga a ele que já vou.


- Eae campeão, como foi a aula? Espero não ter perdido muito - Disse Fernanda, ao abrir a porta de casa, para conversar com Pedro. O mesmo ficou em silêncio por um pequeno espaço de tempo.


- Pedro?


- Ah, sim, quer dizer não, não se preocupe com isso, você não perdeu muito.....e desde quando você usa óculos?

- No caso, recentemente. O meu pai me diz que fico bem com eles, mas não sei. O que acha? - Dizia ela, enquanto fazia uma certa cara.


- Acho que você devia, acreditar mais, no que o seu pai lhe diz.


- Está vendo, por isso eu sempre gostei desse garoto.


- Pai!


- Ok, ok, entendi, eu não vou ficar ouvindo a conversa de vocês - Declarou o Sr. Walther, que logo subiu as escadas, para seu quarto.


- Mas é verdade! Dizem que óculos deixam as pessoas mais bonitas. Ou, apenas ressaltam isso..


- Essa última foi para eu não perguntar, não foi? Rs - Apontou Fernanda. Pedro ficou em mais um de seus momentos de leve vergonha, ao estar meio vermelho.  


- Mas se você falou, eu acredito. Você sabe disso! - Disse ela, com um sorriso, enquanto esticava uma das mãos até o ombro do rapaz, que respondeu igualmente com um.


- Falando nisso, porque você está com os braços escondidos?


- Ah isso, é justamente a causa pelo qual eu vim aqui - Apontou. Pedro então colocou os braços para frente, ao revelar o que estava escondendo.

- Ohh, que lindo! Não precisava.


- É o mínimo que eu poderia fazer, ainda mais hoje. 


- Ah é, hoje é Dia dos Namorados. Que bom que você se lembrou.


- Mas é claro que eu lembraria...... - Respondeu Pedro. Fernanda então fez aquele olhar, maroto.


- Huum...


- O que foi?


- Você por acaso quase tinha esquecido?


- NÃO, claro que não! Rs. Claro que não...


- Huum....


- Tá, tá, 'talvez' um pouco, eu não sei mentir pra garotas...


- Isso é verdade kkkkk. Mas, isso acontece. Eu mesmo também deveria ter me lembrado, poderia ter arrumado alguma coisa pra você, também.


- Ah n...


- "Não precisaria Fernanda", eu já sei! Rs. Agora, eu ainda preciso resolver umas coisas em casa. Nós nos falamos depois?


- É claro! Eu também tenho umas coisas pra fazer, especialmente pra minha Tia.


Com isso dito, Fernanda então se virou, em direção ao seu quarto. Pelo menos, até que ouvisse: 


- E Fernanda


- Sim?


- Quanto a você também ter esquecido de um presente...acho que você não esqueceu. 


- Acho que eu tenho certeza, que foi o cas... 


- Ver você, eu considero como um. E um, que nunca se restringe a um dia.


Fernanda apenas ficou em silêncio, por um momento, após ouvir aquilo.


- Ah...e não, eu não peguei essa frase da internet, porque realmente parece uma daquelas frases pré-prontas que você acha nela, e...e....


Fernanda então respondeu, em meio aos engasgos de Pedro, com um aberto sorriso, que ia de fato de um lado para o outro de sua boca, antes de dizer, mais uma frase: 


- Eu te vejo mais tarde?


- Com certeza - Respondeu Pedro, com um sorriso mais tímido. Ambos acenaram um para o outro, e assim, o garoto de fato se virou, em direção à sua casa.

- Pedro, eu poderia ter feito isso pra você - Declarou Tia Maria. Algumas horas já haviam se passado antes disso, e com Pedro naquele momento, tendo feito um lanche.


- Imagina Tia, eu me viro. 


- Bem, isso é verdade. Apesar que você ainda precisa aprender algumas coisas envolvendo a cozinha rs.


- E como anda as coisas com a Fernanda? Você não conseguiu comentar muito comigo hoje - Apontou. A mesma não poderia deixar isso para depois, desde que percebeu aquele sorriso em especial, na face do sobrinho.


- Ótimas, Tia. Ótimas. Ok, eu quase esqueci do Dia dos Namorados, mas no fim eu ainda consegui consertar isso.


- Mas é claro que conseguiu, Pedro. Você sempre consegue consertar. Depois daquelas notas no passado de matemática, tudo abaixo disso fica fácil rs.


- Rs, porque você tinha de relembrar logo disso?


- Um exemplo válido, você tem ciência disso. Mas voltando ao assunto... - Dizia ela, enquanto colocava seus óculos de leitura, antes de sentar para ler um de seus livros. - É sempre ótimo saber disso. Acho que essa garota te traz realmente uma...


- Uma?


- Ótima....luz, para você. Sem falar que ela é uma ótima pessoa para conversar, quando vem aqui - Declarou. Maria parecia ter meio que desconversado, no meio do assunto.


- É. Apesar que 'te traz uma ótima energia', também seria algo equivalente. 


 - É que eu achei que seria uma palavra mais apropriada s..


Antes que a mesma pudesse terminar, Pedro acabou interrompendo o que sua tia iria dizer, com um olhar. Ela parecia meio desconfortável, naquele momento.


- Eu me lembro quando você disse, Tia. Não tem mais problema. Nunca teve.


- As vezes eu me esqueço, que você já tem mais mentalidade sobre isso. E apesar disso, eu fico contente em ver que é o caso - Respondeu ela, com um sorriso. Pedro, respondeu da mesma forma.


- Ah, com licença - Declarou ele, ao ver seu celular tocando. - Alô? 


- Tá ocupado? - Declarou Fernanda, do outro lado. 


- Ah Fernanda, não, consegui resolver tudo que tinha pra hoje. Porque?


- Bem, eu tinha te falado, mais cedo. Posso te ver naquele lugar de sempre?


- Claro! Logo eu estou aí, não está tão tarde assim.


- Ótimo. 


- Bem, te vejo l...


- E não se esqueça.


- Não se esqueça do que?


- Da roupa apropriada....


- Ah, eu queria não ter entendido isso...


- Não entendido o que? 


- Ah, nada Tia! Era a Fernanda e...bom, eu já volto!


- Pedro


- Sim minha Tia querida?


- Não apronte....muito.


- Ah, você não quis dizer apenas "não apronte"?


- Rs...na sua idade, o Ben não era muito diferente. Ele com certeza teria adorado ter essas conversas com você. Agora vai, e só não volte tarde! 


- Você quem manda!

Assim, Pedro se locomoveu até o lugar referenciado por Fernanda, já com o traje colocado. Quando chegou, ainda não havia algum sinal dela (mas ele já imaginava uma possibilidade), que seria de fato, a certa.


- "Ela pode não ter chegado ainda, é possível, mas não seria ela sem esses joguinhos. Então..." - Pensava ele. - Muito bem Fernanda, aonde você está?


- Aqui - Respondeu a mesma, ao estar com as costas apoiadas em um canto, atrás de Pedro.


- Você não fica mesmo sem essas 'surpresas', eh.


- E porque eu faria isso? É um dos meus charmes, afinal. 


- As vezes só um pouco convencida...rs.


- Você mesmo é uma das provas do que eu estou dizendo ;) - Declarou a Gata Negra, com um certo olhar. Pedro apenas (tentou) desconversar, daquele seu jeito.


- Enfim, o que você queria mesmo?


- Soltar papo, de nada, pra lugar nenhum. Você disse que não estava ocupado mesmo...


- E tinha que ser justo com a gente vestindo isso? 


- Ora, porque não? Rs. Aliás, foi bem com isso aí que você decidiu se abrir comigo, naquele dia. E foi justamente aqui, com eu usando isso, que eu dei a resposta. 


- ......


- Não vai dizer nada? Rs.


- Você quem diz, quer que eu fale que "você tem razão", apesar que...


- Que eu sei que eu tenho? É, isso é verdade. 


- Boa forma de resumir.  


- Eu sou mesmo boa nisso - Declarou ela ao se aproximar de Pedro, ao ancorar em um dos seus ombros. 


- Rs, ok, isso também - Respondeu ele. Ambos então se sentaram na beirada daquele lugar, enquanto o céu escurecia.


- É bonito, não é? - Perguntou Fernanda, ao ancorar a cabeça em Pedro. O mesmo olhava para cima, meio pensativo. 


- Pedro? 


- Ah, sim? 


- Aconteceu algo? 


- Eu só fiquei pensando em uma coisa. 


- Que seria...


Pedro então olhou para Fernanda, antes de olhar para frente, e consequentemente, responder.


- A última vez que as coisas ficaram assim por tanto tempo....eu sei o que veio depois. 


Fernanda não respondeu aquilo em uma primeira oportunidade, apesar de seu olhar ter mudado um pouco, enquanto continuava prestando atenção no que ele dizia.


- Me desculpe Fernanda, eu não queria lembrar desse tipo de coisa. Eu é que não me acostumo quando acontece isso....


- Levando em conta o que você faz, acho que é parte pensar eventualmente nisso, se quiser saber. Mas aí que está, Pedro. Até mesmo para aqueles que você precisa resolver. Quem entra nesse tipo de coisa, sabe com o que precisará lidar. Ou pelo menos, acha que sabe.


- E eu sei, que você se preocupa com isso. Mais até do que eu em algumas vezes. Além disso.... - Dissera ela, ao mexer uma das mãos para perto de uma das dele. - Você sabe que não precisa lidar com isso, sozinho. 


- Obrigado pelas palavras. Mas realmente eu preciso saber lidar com isso melhor, um passo de cada vez. Enfim... - Respondeu Pedro. Ele então esticou o braço para o lado dela.

- Pois bem, eu estou aqui. Desculpem pelo atraso, é que eu tinha de recarregar as baterias....literalmente.


- Na etot raz my sdelayem vam skidku, tak chto schitayte yego zakrytym.


- Você pode traduzir o que o seu colega disse aí?


- Ele disse que não há problema com isso, vamos focar no real assunto.


- De acordo. Então, o que é?


- Otday eto yemu


- O que é isso, algum tipo de caridade? Rs.


- Pega o celular, e atenda quando vier a ligação.


- Eu se fosse você não bancaria tanto o durão, ou se esqueceu do que eu poderia fazer com...


- Ah, olha só...


- Estão indo, conforme possível. E sim...


- Você.....


- Bem, posso dar minha contribuição, se precisar. Até mais ver.


- A teper' otday eto der'mo!


- Ele disse q..


- Não precisa nem traduzir, eu já entendi a mensagem, toma o celular de volta.

- É Aranha. Pelo que eu pude ouvir.... - Falou Electro, ao pegar um jornal com uma notícia relacionada aos 2, antes de tostar o mesmo com sua eletricidade. - As coisas vão ficar interessantes...


- E quanto aquela frase mais cedo...


- Ah, sim, a..


- Mesmo se você tivesse pegado de algum lugar. Você falando ela, é outra coisa.


- Se você diz, eu vou acreditar rs. Bem que a minha Tia estava falando que você me traz uma boa energia.


- Você devia ouvir mais ela, sabia?


- Como se eu não fizesse rs. 


- E respondendo atrasado o que você tinha falado.

- Sim, é bonito... 

Por: Riptor 

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