sábado, 1 de janeiro de 2022

FM Fics: 'Uma Valiosa Lição'


- Lembre-se do que eu disse. 


- "O vento pode ser sua estratégia, ou sua ruína.."


- Isso, agora mire, e conclua o momento certo - Dizia um homem a um jovem, que com um rifle, tinha como objetivo abater um javali que se escondia naquele momento, em um buraco. 


- Quan...


- Evite falar, garoto. Lembrem-se, são animais, mas não bestas. Ele pode estar te ouvindo, mesmo debaixo da terra - Dizia o homem. O garoto, por sua vez, se mostrava meio inquieto. 

- AGORA

Os disparos haviam sidos dados, mas na prática, não resolveram muito. O javali apenas foi atingido em uma das presas, e como um raio, já estava bem distante dali.


- Que droga!!


- Paciência Igor, faz parte do processo.


- Como assim processo, eu fracassei mesmo, mas que..


- Como eu disse, faz parte do processo. Se você acha que irá acertar sempre, deveria estar brincando de tiro ao alvo com o seu irmão.


O menino não retrucou os comentários feitos, ao apenas abaixar a cabeça, com um sentimento claro de desânimo.


- Acho que chega por hoje. Melhore essa cara, e vamos continuar amanhã, ok?


- Ok... - Respondeu o menino, ao receber um toque amistoso na cabeça. Ainda assim, decidiu continuar ali por mais um tempo, antes de ir embora.


- Você não vem?


- Daqui a pouco.


- Ok então, você sabe qual trilha seguir. E principalmente: não se meta em encrencas, Igor.


O menino ficou assim olhando para seu rifle, enquanto ainda demonstrava seu descontentamento com o que havia acontecido. Ironicamente, o javali que era seu alvo, voltou a aparecer.


- Caçar javalis não vai me levar a lugar nenhum...nem isso eu sei fazer ainda - Dizia, enquanto fechava os olhos. Ele novamente pensava no que havia sido dito para si, como forma de entender o que poderia fazer. 


"Se você acha que irá acertar sempre, deveria estar brincando de tiro ao alvo com o seu irmão"


- Eles são animais, mas não best..


- ARGH!


- Mas o..


Antes que Igor pudesse terminar seu pensamento, o javali soltou um grito, antes de entrar rapidamente em sua toca. Alguma coisa havia o assustado, e com certeza não era um bom sinal. Nesse momento, o garoto levantou seu rifle em meio a relva amarelada, enquanto tentava controlar seu nervosismo, em silêncio. 


-  "O vento pode ser sua estratégia, ou sua ruína.." - Pensava novamente ele, enquanto tentava verificar se estaria a favor ou contra o vento. Ao mesmo tempo, alguns sons baixos de vegetação podiam ser ouvidos, no que com certeza era mais um sinal, de que havia alguma coisa ali.

- Justo isso... - Falava ele em voz baixa para si, ao ver um leão já perto da toca do javali, mas olhando para frente. Em suas garras, ainda era possível ver sinais de respingos de sangue, além de algumas cicatrizes em sua face. O animal acabou se sentando ali, enquanto continuava a observar o garoto, em uma troca de olhares com um clima no mínimo, tenso para um deles.


- Ok.... - Dizia Igor, ao colocar de forma lenta munição em seu armamento. Por mais que estivesse com medo, não saia de sua mente que ele não poderia simplesmente sair correndo, já que seria um alvo fácil. Sua melhor opção, era realmente com um tiro.


- Eu...não...vou...morrer. 


- ARGH! 


- Eu vou, viver. 


- ARGH! 


- Eu não vou morrer


- Arg..


- EU VOU VIVER! 


Com isso dito, o garoto disparou mais uma vez. Havia feito tudo certo. Mas a criatura também: o leão simplesmente conseguiu desviar do tiro, enquanto logo voltava seu olhar para Igor, com os dentes a amostra. E em um ato de desespero, o menino simplesmente decidiu correr. O leão logo em seguida começou a sua perseguição, enquanto desviava de alguns obstáculos, cada vez mais próximo de seu objetivo. E em um último ato, a fera deu um pulo, com suas garras e dentes totalmente para fora, prontos para destroçar sua nova vítima.


Ou pelo menos, é o que poderia ter acontecido. Um novo disparo pôde ser ouvido naquele momento, derrubando o leão (agora morto) rumo ao chão, e com Igor acabando por cair também. Em seu caso, ele tropeçou em uma pedra. 


- Pai?! 


- Igor, o que eu falei para voc..


- Mas eu não fiz na...


- CALE-SE!


O menino prontamente obedeceu. Ele ainda suava frio por aquele momento.


- Justo você, eu não esperava.


Igor acabou tendo curiosidade quanto à aquela frase do pai, mas continuou em silêncio, até que ele falasse o contrário:


- Você não tem ideia da sorte que teve, Igor. Pode falar agora.


- Realmente, eu não tenho idéia.


- E não digo isso, só por ser um leão. Esse em particular - Dizia ele, enquanto mostrava os dentes do animal. - Já foi a última pedra da sepultura de muita gente, que decidiu caçar no terreno dele. Aliás, esse foi o meu presente de lembranças passado a ele - Comentou, ao apontar justamente para uma das cicatrizes.


- Eu ouvi o disparo. Você chegou a atirar? 


- Sim...


- Não vou dizer que você chegou a fazer certo, vide a sua ainda existente, inexperiência. Por outro lado, em situações semelhantes....seria um movimento, para se dizer o mínimo - Declarou o mesmo. Ele então colocou uma das mãos no ombro do garoto.


- Igor, existe uma lição que eu ainda não havia lhe dado, mas que no fim das contas, é a mais importante de todas. Até por ela, não valer apenas para o que estávamos fazendo.


- E qual seria? 


- Nunca, se subestima uma caça. Até os mais experientes podem cair, ou mesmo já caíram, ao esquecerem disso. E também, Igor. É uma forma de saber quando você estará realmente diante de alguém, que é um oponente a altura. 


- Entendi, pai.


- Fico feliz em ouvir isso. Agora vamos pra casa, mas com aquele ali junto - Disse, ao se referir ao leão abatido. - Afinal, muitos só vão acreditar que aquele nome não ronda mais aqui, vendo!


Com isso dito, ele colocou o corpo em suas costas, e se virou, acompanhado do filho. Igor, por outro lado, fez uma leve pausa após isso, antes de decidir abrir a boca, novamente:


- Pai.


- O que é Igor.


- Eu poderia fazer uma pergunta?


- Claro. 


- O leão...ele tinha um nome? 


- Bem, sim. É difícil um ser humano (ou no caso uma fera) como essa, ter existido sem pelo menos um 'título', um nome popular, apelido, chame como quiser. 


- Eu poderia fazer outra pergunta?


- Sim, Igor. O que gostaria de saber agora?





- Finalmente eu te achei! Não sabia que você gostava de esconde-esconde.


- Pensei que seria mais fácil para o herói me achar, após esvaziarem as ruas...


- Menos trabalho, nem sempre é menos esforç..


(0:39)

- Qual é Max, pensei que estávamos tendo uma conversa amigável - Declarou Pedro, ao dar um rápido desvio dos raios que foram disparados.

- Aturar a sua voz por minutos, não devia significar isso. 


- Pensei que acharia legal ter virado uma das minhas prioridades atuais, mas pelo jeito não.


- Vaza daqui - Dissera Electro. O vilão elétrico estava na frente de um banco. 


- Vocês sempre sabem a resposta que eu vou dar, e ainda fazem questão de dizer isso. Acho que já virou algum tipo de slogan mesmo.


- Ok, já que você insiste tanto...


- Quer dizer que eu já posso ir embora a tempo de assistir a nova temporada d...

Antes que completasse sua fala, o Homem-Aranha novamente desviou do ataque de Electro, que havia feito outro movimento para isso dessa vez. O herói, por sua vez, deu um pulo para trás, mirou suas teias para o lado esquerdo, e então se posicionou novamente, em um prédio próximo.


- Essa foi...intensa. 


- E tem muito mais da onde veio essa! 


- Ah, não duvido. Mas sou o cara que termina com esse tipo de festa, então aproveita.


- Arg! 


Electro então soltou uma nova leva de rajadas de energia, enquanto Pedro desviava de todas, ao dar uma cambalhota em direção ao chão. E em um último instante, virou as mãos, ao atingir o mesmo com suas teias.


- A...argh... - Dissera o vilão, ao cair no chão. As teias havia sido disparadas em suas pernas. 


- Eu falei.


- Ora seu..


- Ops - Dissera o herói, ao disparar novamente, agora sobre uma das mãos do meliante. - Acho que a polícia logo deve chegar, e com ela, a sua merecida (não tão nova) colônia de férias.


Electro então olhou para a parte de cima do banco, onde havia uma janela visível com 2 pessoas. Em seguida, olhou novamente para o herói.


- Tá com esse sorriso porque? 


- Acho que vamos ter de adiar as minhas férias.


- E porque?


- Acho que pode perguntar a ela! 


- O q...


Logo em seguida a essa fala, Electro soltou uma nova rajada com sua outra mão para cima, acertando em cheio seu objetivo. O local era a residência de uma mulher, juntamente com sua filha pequena.


- FILHA! - Dizia ela, após se recuperar. A criança havia sido jogada para a ponta dali, prestes a cair a qualquer momento.


- NÃ...


- NÃO MESMO!


Pedro assim logo se jogou naquela direção, pegando a criança a tempo, pouco após ela cair de fato da onde estava. 


- Ah..

- Olá, está tudo bem aí? 


- Você é...


- Sim, exatamente quem você está imaginando! Que coisa né? 


- Você é o Batman?


- Ah..não. Homem-Aranha


- Ah. Brigada, Homi-Aranha! 


- Rs, não há de que amiguinha. Agora vou te levar de volta pra sua mãe.


- Minha nossa senhora, muito obrigado! - Dizia a mulher ao colocar a filha nos braços, para sair dali.


- Apenas fazendo meu trabalho de sempre, senhorita. 


- Pois bem Max, onde estav..ah, é claro! Filho da mãe não faria esse showzinho atoa - Apontou o herói para si mesmo. Electro já havia conseguido se livrar das teias, e saído dali, apesar de não ter ido para muito longe.


- Isso que você fez não foi nada legal, sabia?


- Mas funcionou, não é?


- Não vou entrar nesse ponto.


- Rs. Você poderá terminar o dia com outro  crime evitado, e ainda com uma ação digna de jornal. Poderia me dar os créditos.


- Você é um canalha mesmo.


- Obrigado pelo elogio. Enfim... - Declarou Max, ao tocar em um poste.


- Droga a..


- Até uma próxima Aranha. E do jeito que essa cidade ficou meio "chata", não vai demorar muito.


Com isso dito, Electro se transformou em energia de fato, ao entrar naquele poste, para então se locomover para fora dali, pelos fios elétricos. 


- Eu odeio quando ele faz isso. Mas, paciência!














Por: Riptor

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