terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Chainsaw Man: O Futuro É....

 



Não há como negar: desde que foi anunciado, o anime de Chainsaw Man se tornou facilmente uma das estreias mais esperadas de 2022 nesse segmento. A criação de Tatsuki Fujimoto (cuja primeira parte de seu mangá começou a ser publicada em 2018), já havia se tornado um hit. No nosso caso, ainda alvo de memes, graças à uns que fizeram uma tradução não oficial da obra, antes dela começar a ser publicada oficialmente no Brasil pela Panini, já colocando a mesma na boca do povo. Para completar, o estúdio MAPPA era o responsável, após ter ganhado fama & prestígio com o público. Inegavelmente, tínhamos assim um anime pra fazer barulho. 


Mas, será que fez mesmo? Bem, é o que veremos, nesse meu primeiro post de animes do ano, após o término de exibição desses episódios iniciais. Sem mais delongas, vamos lá!  

Como sempre, vamos começar pela trama, ainda que você muito provavelmente já tenha uma ideia sobre ela. Aqui, acompanhamos Denji, um jovem órfã & pobre que é obrigado a ter de pagar uma dívida de seu falecido pai com a Yakuza, ao atuar como um caçador de demônios, ao estar sempre acompanhado de Pochita, um cachorro-demônio do qual Denji firmou um contrato de dar seu sangue para cura-lo, em troca de uma parceria. Ainda assim, o garoto parece estar eternamente preso à essa dívida, até ser traído e praticamente morto pela máfia. 


Mas, é claro, ênfase no "praticamente": nos últimos instantes, sobre um novo acordo, Denji se funde com Pochita, renascendo assim como um meio demônio, o famigerado Homem-Motosserra — um humano com coração de demônio, que logo o faz ser recrutado por uma organização governamental que lida com aparições de demônios, liderado pela misteriosa Makima. O que acontece em seguida....bem, acontece realmente um monte de coisa. 

Chainsaw Man não é um anime de ação exatamente convencional, ou pelo menos, ele não é sem demonstrar isso. O próprio Denji não é um protagonista necessariamente com "objetivos nobres", como ser um quinto Hokage, ou o maior herói de todos. Ele faz seus serviços pra ter comida de graça. Ele fatia demônios, pra poder dormir numa cama decente. Ele segue ordens de uma personagem claramente suspeita, que o trata que nem um cachorro...pra talvez muitas aspas nesse talvez tirar uma casquinha. Tá valendo salvar até gato, pra poder apertar uns airbags, se é que você me entende. Coisas banais, individualistas, algumas até egoístas. Talvez, 100% disso, se fosse em outro lugar.

É bem verdade que Denji está mais puxado para um anti-herói, mas a exploração do mesmo na trama ressalta que ainda assim, não dá para julga-lo tanto, como se poderia tipicamente. Um garoto que perdeu o pai cedo (cujas dívidas foram repassadas para seu colo), que vivia isolado numa cabana (Denji nunca chegou a pisar numa escola na vida), cujo único amigo era um demônio motosserra, do qual ele compartilhava até a mínima fatia de pão que conseguia no dia, que agora se vê podendo simplesmente conseguir coisas simples, mas que nunca pode ter, ou pelo menos, não de forma tão fácil. É fácil assim se colocar no lugar dele, juntando ainda com seu próprio carisma, como alguém despreocupado em ter de lidar com as ameaças demoníacas, no que as vezes pode ser seu grande trunfo, ou....um grande golpe no saco. Além disso, o protagonista ainda demonstra certa inocência, e no fundo, ele é de fato uma boa pessoa. Do jeito dele, mas ninguém também é perfeito.

Tal qual Denji, os outros personagens principais da história também acabam conseguindo se destacar. Como mencionado, Makima (chefe da segurança pública), trata o mesmo como se fosse um animal de estimação, o manipulando com supostos interesses mais íntimos, para motiva-lo a continuar fazendo seus trabalhos como o Chainsaw Man, até porque opção contrária a suas ordens não deve estar em seu vocabulário. E ainda que não seja algo difícil de perceber, conforme as coisas se desenrolam, fica muito claro como ela possui segredos muito mais inescrupulosos. Do outro lado, temos Power, uma demônio infernal que se torna uma companheira de equipe de Denji, ainda que a relação dos 2 não comece muito bem (especialmente pela sua personalidade igualmente imatura), e egocêntrica. Fechando o time, temos Aki, encarregado de cuidar de Denji & Power, se mostrando uma figura mais séria e focada. Ainda que seu papel inicialmente soe mais a de uma "babá", o personagem se torna mais interessante com seu desenvolvimento, seja envolvendo seu passado, ou mesmo sua relação com os outros ao seu redor, especialmente envolvendo sua colega de trabalho, Himeno.

Na verdade, é difícil não dizer que a melhor parte de Chainsaw Man são de fato os  personagens, e a interação entre eles. O trio Denji/Power/Aki é o exemplo clássico de 3 personagens que definitivamente não estariam juntos em circunstâncias comuns, como quando a infernal é mandada para morar no mesmo lugar que eles, com o resultado não sendo outro a não ser caos. Ou quando Denji decide jogar baixo com Aki (você que assistiu sabe do que eu tô falando), quando ambos se conhecem. A química entre eles faz com que o humor funcione, amenizando momentos mais gore quando necessário. Ainda que o humor da obra também possa as vezes ser...um pouco especifico. 

E assim entramos no tópico da ação, afinal se seu anime tem um cara que vira uma motosserra demoníaca pra esquartejar capetas, você quer ver isso em prática. Ainda que seja um ponto de chover no molhado (pela já mencionada fama dos envolvidos do MAPPA), o estúdio de fato faz seu dever de casa de forma ótima na animação, seja em seus momentos mais intensos, passando pelos mais triviais. E especialmente quando você ainda considera o trabalho feito até nos encerramentos, onde cada um dos 12 episódios recebeu seu próprio com um estilo de animação diferente, e acompanhado de uma ótima trilha sonora. Uma maneira criativa de fazer o público querer ver realmente seu episódio até o final. E como não poderia faltar, a dublagem é excelente, ainda que eu destaque aqui em especial o trabalho de Pamella Rodrigues, responsável por dar voz à Power.

É bem verdade que não demorou nada para haver as comparações que nascia aqui "um novo [insira aqui um anime que hoje é um clássico]", ou até mesmo a expectativa que “história estaria sendo feita”, e coisas típicas de um hype criado ao longo de meses. No fim das contas, Chainsaw Man se preocupa no que realmente deveria ser, que é ser um ótimo anime. Seguindo padrões do gênero, mas ainda brincando em desconstruir alguns deles durante o caminho (o que gera até mesmo alguns plot twists inesperados), a temporada de estreia das desventuras do 'Makita-Man' traz uma boa apresentação de universo para o que ainda virá a seguir. Especialmente quando os envolvidos sabem que também podem se apoiar não apenas em seu protagonista não convencional, como nos outros bons personagens que o acompanham. 


O futuro é de fato....empolgante. Sim, eu sei o que você queria realmente ler, mas serve também. 


Então é isso gente, espero que tenham gostado. Até a próxima! 


Por: Riptor 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...