quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

FM Fics: - Parte 1

 



Penitenciária Nelson Hungria - Belo Horizonte - 17H43 


- Então, qual é a nova? 


-  Hum, entendi. Já tinha passado da hora de você dar um jeito naquela sua casa - Falava o segurança ao celular enquanto vigiava, ao estar encostado em uma parede. A conversa continuaria, até o mesmo notar a aproximação de uma certa figura.


- Ok, eu vou ter de desligar agora, até mais tarde.


- Boa tarde.


- Boa tarde. Posso ajuda-lo? 


- Imagino que sim - Respondia, enquanto expelia fumaça por conta do charuto que segurava. O segurança não escondia seu descontentamento com isso, mas prosseguiu normalmente.


- Não me diga que quer entrar aqui. 


- Algum problema com isso?


- Nenhum. Mas depois das últimas, acho que o senhor gostaria de ficar longe de lugares como esse.


- Muito daquilo noticiado é um bando de blasfêmias, e minha defesa demonstrou isso. Além do mais, segurança: você sabe por acaso quem eu sou?!


- Estranho seria se eu não soubesse - Ironizou o segurança. - Estou apenas fazendo o procedimento de rotina, senhor. 


- Então pode me deixar passar? 


- Um momento 


O segurança então entrou em contato com outro funcionário da área para questionar se devia autorizar a entrada. Após alguns minutos de conversa, a decisão escolhida foi positiva para o ilustre visitante.


- Muito bem, seja lá porque, ou com o que em mente, o senhor vai poder entrar. O mesmo já não vai poder ser dito dos seus seguranças.


- Está certo, sou um homem da lei. 


O segurança fez o procedimento de sempre, ao permitir que aquele entrasse na 'área de visita', com um vidro temperado separando o visitante do detento. E levando em conta as últimas visitas, não foi necessário pensar muito para saber quem exatamente seria.


- Visita pra você


- Quem é? 


- Se quer tanto saber, descubra você mesmo.


- Olha só...será que não errou o caminho? Rs.


- Meus caminhos sempre são retos, para evitar isso - Respondeu, enquanto se sentava em uma cadeira. O outro faria o mesmo, enquanto continuava a conversa.


- E o que faria o seu caminho te levar até aqui?


- Acredite, boas razões. Ou você acha que eu gosto de frequentar esse tipo de ambiente?


- Quando não é contra a sua vontade, imagino que não - Ironizou.


- Vamos ao ponto. Você já recebeu outras visitas relativamente recentes ainda, não é?


- Correto. 


- Alguém em particular para destacar? 


- Um certo desgraçado. Veio 2 vezes, na verdade. O que só prova, que eu ainda peguei leve com ele...um erro que pode ser consertado. 


- Minha intuição me dizia algo mais ou menos assim, além de talvez o pessoal típico da lei - Dizia, ao se aproximar do vidro.


- E se eu te dissesse que eu poderia dar uma mãozinha pra isso ser 'consertado'?


- Aonde você quer chegar com isso? - Questionava o outro, em uma curiosidade genuína.


- Eu sei bem o que você já fez...eu seria o real insano, se não soubesse. E é pensando nisso que se eu conseguisse que você pudesse terminar o que você quer...você poderia fazer o mesmo por mim... - Dizia. A resposta à ele, veio com um pequeno sorriso sádico.


- O garoto


- Rápido, mas sim.


- Hum...e o que te faz achar, que eu vou aceitar isso?


- Você por acaso tem alguma outra opção pra sair daqui?


- É um ponto, mas saiba de uma coisa. Eu também tenho uma idéia de algumas coisas que você já chegou a fazer, e eu não sou algum tipo de "cachorrinho", que segue ordens. 


- Devo considerar isso como um "não"?


- Não seja tão drástico. Seria mais um aviso. Mas se você está aqui, imagino que já deve ter descartado outras opções.


- Então o que você me diz? 


- Gente como você não precisa se preocupar realmente se pode fazer alguma coisa, e sim como vai fazer. Faça o seu jogo, e eu faço a minha parte. Mais nítido que isso, impossível - Respondeu ele. A resposta viria com um pequeno sorriso do outro lado.


- Segurança


- Sim senhor? 


- Já terminamos aqui


- Ótimo, já pode sair então. O mesmo vale pra você ai do outro lado.


- Você quem manda....


- Agradeço a cooperação da segurança. 


- Apenas fiz o meu trabalho, e deixei ele dentro das normas. Não ache que seria diferente com o senhor.

- Pff...de toda forma, um bom profissionalismo. Passar bem.


- Digo o mesmo...."é cada um que me aparece aqui..." - Pensava o segurança, enquanto voltava ao seu posto. Enquanto isso, o outro já se encontrava dentro de sua cela novamente, com os olhos temporariamente fechados, pouco antes de demonstrar um sorriso novamente.


- Hum....por essa eu não estava esperando. Talvez eu comece a concordar com o Vovô, que os milagres acontecem. Basta ser.....é, acho que nessa parte ele ainda errou rs - Dizia, enquanto olhava o Sol se pondo pela janela de sua cela. 


- Rs....enquanto isso, você está por ai, não é? Ela junto também, imagino. Mas nada que a gente não possa consertar....além do mais, acho que aquela vadia nem agoniou o suficiente...rsrs.


- Hahaha....hahaha....


- Posso saber qual é a graça? - Perguntou o segurança, ao ouvir os risos da onde estava.


- Me desculpe. Eu tive um pequeno...surto. Vou me conter. 


- Ok - Respondeu o segurança, enquanto voltava para o seu ponto. Ele ainda ouvia uma pequena dose de risos, no entanto. - "Acho que esse maluco está coringando de vez...."












Por: Riptor 

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