<h1> FM Fics: Tempos Sombrios - Parte 3 </h1>

 

No capítulo Anterior:

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Penitenciária Nelson Hungria - 21H15 

- Boa noite

- Boa noite - Respondeu o segurança, ao ver mais uma visita a aquele lugar. E levando em conta o horário, não deixava de ser mais estranha.

- Posso ajudar em alguma coisa, por acaso?

- Eu...eu teria de fazer uma visita - Respondeu o rapaz, nitidamente nervoso. O que só fazia o segurança desconfiar ainda mais dessa história.

- Sabe, ultimamente estou achando que isso não deve ser mais uma Penitenciária, pra ter tanta "visitinha", como nos últimos dias. Só falta você me dizer que é para o mais famosinho que se encontra ali. 

- Kasady? 

- Não falei. Mas agora, vamos falar sério: o que raios você iria querer fazer aqui, com um psicopata desses, a essa hora da noite? Eu mesmo só estou aqui ainda, porque o segurança do turno da noite pegou uma gripe. 

- Olha, eu vim dar recado por ordens.

- Ordens de quem? 

- Do Sr. Fisk, ele já veio aqui, não?

- Sim, veio sim. Só me pergunto porque ele mesmo não veio dar esse "recado".

- Olha meu senhor, eu sou apenas um cara de recados, nem queria estar o atormentando, mas se você pudes...

- Pudesse é o caralho, parado aí mesmo - Declarou o segurança, ao apontar sua arma para o visitante. 

- Meu Deus, meu senhor vamos nos acalmar!

- Eu estou calmo, quem está nervoso aqui é o senhor. Então, eu vou perguntar mais uma vez, e é bom você me responder: o que você quer falar com o preso? 

- Meu senhor, por favor, eu sou só um cara de recados, eu não quero problema não, só falaram que eu devia falar diretamente com ele, porque o Fisk não poderia vir hoje! Você pode até me vistoriar! - Exclamava o rapaz. O segurança então abaixou sua arma, enquanto ia em direção à ele para tal.

- Hum...nada nos bolsos, nada aqui, nada aqui...hum, quer saber, por mais estranho que eu esteja achando isso aqui, já que você tá se matando pra isso, vou deixar você entrar. Por acaso esse "recado" vai demorar?

- Não.

- Ótimo, pois vou te dar 20 minutos, e nada mais que isso, entendeu?

- Sim, sim, obrigado senhor - Respondeu o outro, aliviado. Com isso, o segurança abriu para que ele pudesse entrar, ao ir em direção à onde precisava ir. - É só seguir por ali, e a área de vidro já vai estar funcionando. Novamente, você tem 20 minutos, e nada mais.

- Sem aviso prévio dessa vez? - Apontou Kasady, ao ver aquele do outro lado do vidro, enquanto se sentava. - Mas enfim, você seria um dos servos dele também, imagino.

- Funcionário, para ser exato.

- Rs. Dá na mesma.

Com isso dito, o rapaz então tirou um de seus sapatos, para pegar o que havia colocado ali. O preso ficara um pouco surpreso com aquilo.

- Não acredito que eu me arrisquei a colocar isso no meu sapato - Dizia o rapaz, ao pegar aquele disco, enquanto se aproximava do vidro, onde começou a corta-lo lentamente. Ao menos, até certo ponto.

- Acho que ainda está faltando um pouco ali! Imagino que o plano seja me passar alguma coisa por ele...não é? - Questionava o preso. O rapaz estava nitidamente nervoso novamente. Ele havia quase terminado de abrir um buraco circular no vidro sem grande problemas, mas ainda precisava tira-lo. No entanto, o sentimento se devia continuar com isso se instalou.

- Isso é loucura, porque...porque eu deveria fazer i..

- Ah, não se preocupe, eu termino pra você 

- Pera o q..

Antes que ele pudesse terminar, Kasady arrancou aquele pedaço quase tirado com as mãos, antes de disparar o mesmo contra o rapaz. Em um descuido, enquanto dava atenção a dor, ele deixou cair perto da mesa do vidro aquilo que os olhos de Kasady não poderiam deixar passar: uma chave clonada da cela.

- Eles pensam em tudo mesmo, não é mesmo. Só talvez não certos imprevistos - Apontou o mesmo, enquanto abria a cela. O rapaz até tentou se retirar dali, mas sem sucesso.

- Acho que não, rapaz. 

- Hey, eu...eu só...eu de toda forma fiz o que era pra eu faz..

- Xiii...mas sim, deu pra perceber. Apesar da 'recaída' no processo.

- Olha, eu só sou um cara dos recad..

- Relaxa. É só você cooperar, que vai dar tudo certo. Ok? - Apontou Kasady, enquanto pegava aquele pedaço de vidro que tinha jogado. 

- Espera, você disse que ia da...urg..

- Mas vai. Vou te dar uma passagem só de ida pro Inferno!

- Arg...

- Ah, nossa, que sujeira que você me fez fazer. Mas seu chefe ainda iria me agradecer por isso, capanga hesitante não dura muito. Você é a prova...rs - Ria. Com auxílio daquele vidro, Kasady havia espancado o mesmo na cabeça, antes de mata-lo no processo. No entanto, ele ainda precisava fazer outra coisa antes de sair dali.

- Hum

Kasady então seguiu adiante por aquele corredor, até chegar a sala que ele levava. E ele não precisou procurar muito mais após isso.

- Ora, ora, ora. Rs. Faz quanto tempo mesmo? Boa pergunta...

- Agora, é a minha vez de te dar uma ajudinha.

- Já está quase dando o tempo que eu disse a aquele rapaz. Mas acho que é uma boa hora de eu avisar a ele que a visitinha acab...

- Mas que..

Antes que terminasse, o guarda acabou sendo surpreendido ao ver uma explosão vinda de uma parte da penitenciária, seguida por um som. Isso foi o suficiente para que ele entendesse o que havia acabado de acontecer.

- Essa não

O guarda rapidamente se desviou da onde estava, antes de acabar tropeçando, ao cair em meio a um cenário de vegetação. Meio tonteado, ele decidiu por ficar ali mesmo, enquanto via algo se aproximando.

"Pelo visto aquele cara não saiu dali no fim das contas..." - Pensava o guarda, enquanto apenas podia rezar para que aquela sombra não o visse, com alguns pingos de sangue caiando nas folhas. Após isso, a sombra se retirou rapidamente dali com um pulo, ao ir para o telhado da Penitenciária.

- Ah.....espero que eles estejam prontos para reportarem isso. A purificação está apenas começando! 

- Pedro?

- Ah? - Questionou Pedro. O menino havia acordado repente, no momento em que Tia Maria estava passando por seu quarto em direção à cozinha, para beber água.

- Você está bem? Parece que viu um fantasma.

- Eu...eu acho que tive um sonho ruim.

- Um pesadelo, você quis dizer.

- É, eu acho.

- Isso acontece com todo mundo, Pedro. Além do mais, são apenas sonhos, ok?

- Ok.

- Agora vai dormir, porque eu não acho que a Fernanda vai querer encontrar o namorado dela parecendo um zumbi rs.

- Rs, tá bom - Respondeu ele, com um pequeno riso, antes que Maria fechasse a porta de seu quarto. Ele colocou a cabeça sobre o travesseiro, enquanto tentava voltar a dormir.

- Uh, ok... - Falou ele para si mesmo, enquanto reparava nos pelos de seu braço, que tinham ficado levemente arrepiados. - Foi apenas um sonho...

Por: Riptor