domingo, 21 de maio de 2023

7 MÚSICAS QUE ME EMOCIONAM (possivelmente pt.1)


Oi. Desci da montanha para falar de assuntos diferentes do universo nerdo... quer dizer, do universo nerd. Música!! Tenho escutado muita coisa ultimamente, redescoberto também. Há músicas para dançar, músicas para refletir e músicas que te pegam no contrapé. Eu me emociono com algumas delas quase a ponto de chorar, mas no mínimo embargar a voz e molhar a vista, com certeza. Então, como não quero falar de mundo nerd e preciso honrar meu salário que recebo do FM, pago rigorosamente todo dia 2 de cada mês, resolvi falar de músicas que me tocam o coração e os olhos e que gostaria de dividir com vocês. Só lembrando, se curtirem, tem parte II. Se não curtirem, aí não tem.

1) Leoni e Herbert Vianna – Canção para quando você voltar


Eu não sei se vocês sabem, mas Leoni e Herbert já tiveram uma história muito conturbada nos anos 80 quando Paula Toller namorou com ambos (um depois do outro, não me entendam mal). O mais interessante é que, anos depois, ambos se reaproximaram e fizeram uma pequena parceria para a música Canção para quando você voltar, em 2003. Foi bem na época que o Herbert estava se reestabelecendo depois do acidente de ultraleve, em 2001, que o deixou paraplégico e vitimou sua esposa Lucy Needham. Vale lembrar que Herbert chegou a regravar a canção em 2011. Enfim, os arranjos são delicados e a voz de Leoni estava no auge. Fora que tudo foi muito cadenciado para que nos remetesse às lembranças daquilo que nunca nos desfazemos inteiramente na vida e aquelas doces promessas impossíveis de amor.

2) O Teatro Mágico – Eu não sei na verdade quem eu sou


O Teatro Mágico merecia um post só seu com as melhores músicas da extensa e pouco conhecida carreira. Mas Eu não sei na verdade quem eu sou é uma canção bem específica que foge um pouco à regra imposta pelo vocalista Fernando Anitelli e que não fala sobre amor ou sobre as urbanidades da vida em poesia e música. Aqui temos uma música que fala sobre dúvidas sobre si, cansaço, falta de fé e momentos contemplativos sobre a vida. A letra dele em si me define para 80% da minha existência e toda a teatralidade dos seus shows tem um tom lúdico que aproxima demais a gente com nossos próprios sentimentos. Enfim, se você estiver com a sensibilidade à flor da pele e quiser viajar um pouco nos seus momentos líricos, é uma boa pedida.

3) Luis Kiari – Quando fui chuva



Talvez esta seja a música mais conhecida da lista, mas não na voz de Luis Kiari, mas sim da Maria Gadú. A verdade é que quem criou a letra e a melodia foi ele, mas quem popularizou a musica foi ela. Porém, apesar de todo sentimentalismo interessante que ela coloca na voz, algo que contrasta com a lógica quase de relato do Kiari, a versão dele é tão... deliciosamente expositiva... A gente tem toda essa visão do homem endurecido pela vida expondo sentimentos e aqui se quebra bem essa crendice. Fora que a letra é bem explícita no quanto a gente sente e se ressente pelo fim. É um pouco idealista? Sim, mas até aí a música também é a arte de adoçar e enfeitar as vicissitudes da vida. Me processem por me emocionar com isso. E digam se estou errado 
😉

4) Kid Abelha – Apenas timidez


1996 foi o ano que conheci Kid Abelha com o álbum Meu Mundo Gira Em Torno de Você. A bem da verdade, músicas que fizeram sucesso lá como Te amo pra sempre e Na Rua, na chuva, na fazenda (terrivelmente charmosa, por sinal), não me chamaram tanta atenção quanto Apenas timidez, que foi deixada de lado inclusive em shows da banda. Posso estar enganado, mas foi a primeira vez que quase chorei ouvindo música com a sensação tremenda de que alguém me entendia no mundo. Aliás, o disco todo é bom, mas é em Apenas timidez que eu percebi que Kid Abelha sabe falar de melancolia suplicante quase como metodologia de vida. Simplesmente eu. Amo demais essa música até hoje e ela me pega de um jeito que a letra não sai da minha cabeça por dias.

5) Claude Debussy – Clair de Lune


Alguns anos atrás, por causa do meu filho mais novo 
(Já comentei aqui que ele e meu mais velho têm o transtorno) que tinha crises antes do diagnóstico para autismo, redescobri música clássica como uma forma de tentar acalmá-lo. Não dava certo sempre, mas era legal quando funcionava. Aos poucos fui me afeiçoando com esse universo de novo (escutava na minha infância) e fui apresentando para ele também, conforme crescia. Hoje a gente escuta as músicas juntos, mas Clair de Lune me toca pela calma e pelo piano muito diligente. Claude Debussy tem uma contribuição importantíssima para a música clássica, mas é com esta canção que ele enche meu olho de lágrima.

6) Michael Jackson – Stranger In Moscow


A música negra nunca mais foi a mesma depois do MJ, mas eu nunca mais fui o mesmo depois de conhecer Stranger In Moscow. Poucos falavam de solidão e de isolamento como ele. Como sempre me senti sozinho por não ter tantos amigos quanto queria (e ainda sou assim até hoje), aqui temos uma legítima representante da mais simples verdade: Todo Saitama é um animal que tem dificuldade de se sentir completo.
Piadas à parte, isso é muito fruto do Borderline. Esse sentimento de eterna solidão mesmo com companhia é extremamente frustrante e triste. Enfim, por falar tanto de mim, é difícil segurar a emoção com esta música.

7) Fito Paez – Canción para mi muerte



Se você não conhece o argentino Fito Paez, por favor, pare de ler isto agora e vá fazer isso agora mesmo. Ele é um dos maiores nomes do Rock da América Latina há anos e tem uma discografia longa e invejável. Já transitou por diversos estilos musicais pelo simples prazer de tocar. Um ótimo pianista, aqui ele nos apresenta uma releitura sinfônica para Canción para mi muerte, de 1972, canção de Sui Generis, banda de rock também argentina. Aqui, Fito mostra como uma versão emotiva de uma música já bem carregada de falta, fim e amor pode ficar algo quase esperançoso. Prestem atenção na minutagem 2:18 onde se mistura a melodia do verso com a melodia da introdução. Não sei vocês, mas embarga minha voz quase que totalmente. Canción para mi muerte é uma música maravilhosa, seja na perfeição harmônica de Sui Generis ou na emoção excessiva de Fito Paez.


Isto posto, termino esta possível primeira parte. Se você não chorou (provavelmente não e tudo bem com isto), ao menos que tenha conhecido ou relembrado boas músicas. E se eu consegui te causar alguma boa sensação, não agradeça: Isto fica feliz em ser útil.

Boas músicas,
Saitama Senpai


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