- Então, qual é o plano?
- Eu contenho ele, e você se aproveita disso, simples.
- Ok.
[Carnificina] - ARGGHHHHHH!
[Venom] - Você vai ter um bom motivo pra ser vermelho a partir de agora! ARGGHHHHH!
Assim, o simbionte negro avançou contra o seu adversário, quase o jogando no chão, mas o golpe ainda conseguiu ser segurado, enquanto ambos se empurravam. Pedro enquanto isso se movimentava ao redor, antes de fazer outro movimento.
- Nada mal Eddie, está melhor do que na última vez.
- Cala essa boca!
- Primeiro você!
Pedro nesse momento disparou uma de suas teias em um dos braços do alvo, antes de tentar puxa-lo. O vilão então rebate Venom com uma cabeçada, antes de cortar a teia, puxando o herói para ele em uma sequência que o joga novamente no chão. O helicóptero que registrava tudo ainda podia ser ouvido no céu, antes de se retirar totalmente pelos riscos. Pedro não demorou para dar uma nova resposta em seguida: passando por entre as pernas do inimigo, ele disparou suas teias na boca do Carnificina, antes de tentar puxa-lo para baixo, enquanto Venom em um movimento brusco dava um soco na cabeça do alvo. Dessa forma, ambos tentavam agora contê-lo, com cada um segurando um dos braços.
[Pedro] - Ah.....
[Eddie] - Arg.....
[Kasady] - Hum...arg...
[Kasady] - Olha só quem é, Eddie.
[Eddie] - Ann....
- Acho que ela devia vir aqui ver mais de perto, não acha?
- Ora seu..
- Eddie, não ouve o..
Antes que Pedro pudesse falar mais algo, já era tarde: o plano de Kasady de distrair Eddie por tempo suficiente para se soltar dele havia dado certo, antes dele dar um soco para jogar Venom para trás, e se soltar do herói, enquanto ia atrás daquilo que havia feito ele chegar ali em primeiro lugar.
- Volta aqui Anne, eu não terminei com você ainda!
- Ah..
Mesmo com seu perseguidor se aproximando, Anne não processava outra alternativa a não ser continuar se adentrando nos becos a sua frente. Mas foi justamente assim que, em um movimento rápido, ela evitou as garras de Kasady, ao ser puxada para um espaço entre duas paredes em uma curva, antes que ele percebesse.
- O q..
- Xiuu.
- Quem é você?
- Melissa, jornalista, ela dizia, ao estar ali se escondendo do caos. - Ah, obrigada.
- De nada. Parece que ele estava bastante motivado em te pegar...Anne, certo?
- Sim, digamos q...
- Ai está você!
O Carnificina apareceu enfurecido para as duas enquanto tentava abrir espaço para entrar, antes de ser impedido ao ser puxado para trás para onde estavam por Venom, que se colocou de volta como o foco de sua atenção.
- Eddie
- Espera, você disse...
Antes que Melissa continuasse, os Simbiontes se colidiram nas paredes onde estavam, no que resultaria em um desmoronamento, que fez as duas rapidamente saírem dali.
- Você...conhece o Eddie?
- Digamos que as coisas pra mim e pra ele já foram um 'pouco' complicadas...como isso.
- Isso tá ficando interessante, apesar de tudo.
- ARGHH, ARG..
- Cala essa boca!, dizia Kasady. O vilão em seguida disparou um golpe na boca de Venom, o suficiente para empurra-lo para trás, enquanto o rosto de Eddie ficou visível entre o corpo do Simbionte por um rápido momento. A contra resposta veio em seguida, enquanto ambos os lados trocavam golpes em meio a um caos de preto e vermelho que ia e voltava aos seus hospedeiros. O Simbionte negro então fez um movimento oposto, ao morder e arrancar um dos braços do Carnificina, antes de cuspi-lo no chão.
- ARGH....como se não bastasse a cara, até gosto de verme você tem!
- Já se olhou no espelho antes de dizer isso, gosma de merda!, dizia o outro, enquanto seu braço arrancado se regenerava. Venom tentou atacar novamente, mas o oponente conseguiu dar uma rasteira como resposta, antes de arrastar seu rosto no chão e levanta-lo para cima, ao joga-lo para dentro de uma casa vazia.
- Ah, as vezes ter tantas opções mais dificulta do que ajuda, não acha?, dizia ele, ao se dirigir de volta para o Aranha. - Eu tenho aquelas malditas, eu tenho aquele imbecil [ele pega o mesmo, antes de puxar uma das pernas do herói].
- ARG....
- E eu tenho você pra dar um jeito. Qualquer que seja o primeiro 'sorteado', vai ser merecido!
- ARGH
- Mas, sem dúvidas você é que vai fazer mais barulho, estando mort...
- ARGH!
- Morto esse aqui não vai ficar, eu garanto. No momento certo, a Gata Negra apareceu em cena, ao golpear com suas garras o rosto do vilão.
- Fer...ah, você.
- Acho melhor a gente conversar depois, não acha?
- Hum...essa eu não conheço...é a namoradinha? Kkkk.
- ARGH
- Ui, o gatinho está brabo. Mais uma pra eu dar um jeito!
- Vê se segura firme ai.
- Pera o qu..
- Argh!
Nesse momento, Fernanda deu um salto para se esquivar do ataque, enquanto Pedro se segurava da forma que podia, para ambos saírem dali, antes dela deixá-lo em outro canto.
- Eu até perguntaria se você tá bem, mas a sua perna...
- Não se preocupa comigo..a..como você chegou...
- Você pode agradecer a uma certa ruiva depois, ela ainda está aqui?
- Acho que sim.
- Certo, fica ai por agora, eu vou tentar distrair ele por enquanto.
- Isso parece uma péssima idéia.
- Você é que não vai conseguir mais nada desse jeito, não acha?
- Ah...só toma cuidado.
- Eu ainda tenho vidas sobrando ;)
- A..
- Certo, e..o que? Só me faltava essa.
- Eu lembro de você. 'Gata Negra' não é?, perguntou Eddie, ao se levantar dos destroços onde estava. Ambos já haviam se visto antes, e não em situações muito amigáveis.
- Hum...você levou ele pra lá?, perguntou, ao então notar aonde Pedro estava agora.
- Não é como se você fosse chegar perto.
- Não se preocupe com isso, não é com ele que eu tenho problemas aqui.
- Está me dizendo que vocês estavam..
[Venom] - Cooperando pra acabar com aquela amoeba vermelha? É, 'pode crer'.
- Ele não me parece que vai aguentar continuar. Ao que parece, uma das pernas quebrou.
[Carnificina] - ARGHHHH!
- Ele tá vindo.
- Acha que consegue distrair ele?
- Eu posso te garantir que eu vou ao máximo.
- Certo, eu tenho um plano.
- Que seria...
- Você vai ver.
[Venom] - Que plano é esse, até eu estou curioso.
- Talvez eu me ferre por causa disso nesse meio tempo, mas...
- Do que você tá falando?!
- Você chega até lá?
- Óbvio.
- Ótimo, você vai fazer isso..
[Pedro] - Argh...ah, droga. Não dá pra eu sair daqui...
- Espera, o que foi isso...tem alguém ai?
- SIM!
- Aff, tem que grit...Venom?
- Olá de novo, Garoto. A quanto tempo não tínhamos uma conversa dessa forma, não acha?
- Eu não diria que a última vez foi uma conversa, já que eu queria me livrar de você.
- De toda forma, o Eddie me mandou vir aqui.
- Mas ele pode..
- A idéia foi dele, não venha me questionar agora. Então, você quebrou a perna.
- É, eu não consigo me levantar, e...
- Espera, o que você...
- Pronto.
- Você..consertou a minha perna?
- O corpo de vocês humanos é como um quebra-cabeças, só precisa rachar as peças se elas não encaixarem, antes de costurar.
- Na verdade você vai atrás das peças que realmente encai..
- Cala a boca, e levanta.
- Woow..eu ainda prefiro vermelho, mas o preto ainda fica bem em mim. E agora?
- Vamos aproveitar que a Gata Borralheira está distraindo aquele idiota, e usar sua velocidade, com a minha força excepcional, para acabar com isso.
- Certo, eu..
Antes que Pedro continuasse, ele chegou a ver um vulto estranho atrás dele, mas que rapidamente se locomoveu para fora dali. Ainda que ele soubesse que devia ajudar Fernanda e Eddie, algo o dizia que ele devia verificar.
- Eu vi alguma coisa ali.
- Argh, começou..
- É sério, eu acho que devíamos verificar.
- Está bem, moleque.
Assim, o herói se locomoveu até um canto abandonado, ao seguir alguns sinais de que algo havia passado por ali. Mas um detalhe em especial chamaria sua atenção.
- O cartão de verificação dele.
- Conhece esse cara?
- É um dos meu Professores, Michael. Eu não estou com boas sensações sobre isso.
- Ah...Doutor Michael, você está ai? Imagino que seja esse o seu nome, pelo cartão. Nesse momento, o som de alguns objetos caindo fez Pedro entrar em alerta, enquanto ele continuava avançando.
- Tem alguém ai? Olha, eu só quero ajudar, se...
- Necessário.
[Venom em Voz Baixa] - Olha, eu não queria falar, mas esse seu professor não parece estar muito bem não. Nesse momento, a dupla via quem procuravam virado de costas para eles, mas em um estado estranho. A roupa preta não escondia alguns rasgos, assim como a sujeira ao redor. O mesmo estava de cabeça abaixada, pelo menos até Pedro decidir falar.
- .........Professor Michael?
- Oh droga.
- RARGH!
- Essa n...
No mesmo instante, o alvo de procura se disparou para cima do herói, que se abaixou rapidamente para desviar, antes de ver aquele atingindo uma parede, mas se recuperando pouco tempo depois. O Homem-Aranha teria de pensar em outra coisa, enquanto se retirava correndo dali até um ponto fechado por uma velha porta, aonde conseguiu entrar.
- Esse é o seu plano, se prender aqui?
- Eu preciso processar o que eu acabei de ver caramba, você acha normal ver o seu professor de repente parecendo o Conde Drácula?
- Em meu planeta, meu único professor foi o que vocês chamam de Seleção Natural, então não sei o que responder.
- Certo, Pedro, pensa, v..
- RARGH!
- O braço dele atravessou a parede.
- Ok, Plano B.
- Arg...
- Ops!, disse rapidamente o garoto. No momento que o outro entraria de fato ali, Pedro se esquivou o suficiente para sair, antes de ambos voltarem aonde estavam.
- Doutor, eu..
- ARGH!
- Ah, ufa. Caramba, eu não quero ter de fazer isso. Doutor, eu não sei o que aconteceu com você, mas eu quero te ajudar.
[Venom] - Então você sabe como vai ter de fazer isso.
- Arg...ar...
- Professor...
- Ah...
Naquele momento, Michael se encontrava encostado em uma parede, enquanto colocava as mãos na cabeça. Ele soltava gritos animalescos, enquanto seus olhos vermelhos se encontravam com aquele que estava a sua frente. Ele parecia estar tentando se conter ele mesmo, por mais difícil que parecesse.
- ARGH! Ah...ar..
- Michael, e..
[Venom] - Lembra do que eu falei!
Não é como se Pedro tivesse alguma outra alternativa melhor, do que ouvir o Simbionte. Com seu professor se disparando em sua direção novamente, o Homem-Aranha cria com o auxílio simbiótico um porrete com um dos braços, disparando o alvo contra algumas caixas descartadas, onde ele de fato ficaria a partir de agora, enquanto o herói em seguida se aproximara para ver seu estado após o ocorrido.
- Doutor?
- Ah..., respondia o mesmo com certa dificuldade, enquanto olhava para cima. Sua forma vampiresca estava retrocedendo no processo, as garras nas mãos voltavam a ser unhas, assim como os dentes pontiguados voltavam ao normal. Nesse momento, Pedro pediu para Venom ficar escondido nas costas do traje, para que ele não ficasse espantado demais - se é que já não ficaria por tudo isso.
- Esse lugar...não é como se eu imaginasse que estaria em um muito diferente, depois daquilo, e...oh, claro. E não muito diferente disso, vejo quem conseguiu dar um jeito na confusão que devo ter começado.
- Faz parte do meu trabalho. Apesar que vampiros é mais o gosto de outro cara, brincou o herói ao responder. - Bem, Doutor Michael Morbius [ele mostra o cartão de verificação que estava no chão] acho que poderia querer conversar sobre...isso que acabei de ver.
- Como você pode imaginar, não é bem o tipo de coisa que você comenta publicamente, ainda mais na profissão de trabalho que ocupo. Desde que eu era pequeno, meus pais descobriram que eu tinha um tipo de doença sanguínea, que me deixava mais suscetível a ter lesões, além dessa aparência de quem não parece dormir, explicava Michael. - Eu lidei com isso naturalmente, ainda assim. Mas um dia, eu e um antigo colega que eu conheci naquela época, tentamos testar algo diferente para o meu caso.
- Envolvendo morcegos, eu imagino?
- Exatamente. Era um soro feito com o sangue de alguns deles, mas não poderíamos testar isso em humanos. Mas a minha clara imprudência me fez decidir fazer o teste eu mesmo. Eu me sentia melhor no início, é verdade. Mas, você viu qual seria o preço se eu tivesse isso. Essa...coisa, e os estragos que isso poderia causar. Felizmente, me dopar com certos remédios em horas determinadas conseguia me ajudar a 'maquiar' que ninguém descobrisse, ou se machucasse, por isso. Eu pude fantasiar para mim uma vida normal, mesmo sabendo que desde aquele dia, eu não teria mais isso.
- Acredite Doutor, eu conheço um pouco dessa sensação.
- Imagino que sim....mas, isso de agora, não foi um acidente. Eu decidi...eu deixei sair. Eu tentei depois de muito tempo...controlar. E pelo o que? Em nome de um achismo. Não quero nem imaginar alguém morrendo em nome de algo tão estúpido como isso.
- Não se julgue. Mas, devo perguntar: que achismo seria esse?
- Eu não sei se você iria crer. Eu o vi na TV, e nesse momento, você deveria estar lidando com algo mais importante do que um idiota que achou que....sabia quem era aquela voz. E que eu poderia ajudar de outra forma, por mais irreal que soe isso, um certo garoto da minha sala, além das vezes que eu já o fiz, na minha posição de professor. Aquele maníaco pode ser responsável por outras mortes desde agora, mas eu é que deveria levar a culpa, porque eu ocupei o Homem-Aranha que não estaria de braços cruzados diante disso por um mero instante...se não fosse por estar ocupado com outro motivo.
- Apenas...me desculpe. Não é comigo que alguém como você deveria estar gastando suas energias, e o seu tempo. Mas acho que você sabe disso...
Pedro ficou em silêncio naquele momento. Por de baixo de sua máscara desgastada, ele não escondia a surpresa, em conjunto com a tristeza, ao ter encaixado as peças e ter entendido o que seu professor havia acabado de dizer...e como ele não achava que o mesmo deveria se ressentir simplesmente por querer ajudar. Naquele momento, o garoto sentia uma nova dúvida, que só ele poderia decidir qual seria a resposta certa a ser dada. Por mais reveladora que ela acabasse sendo.
- Você não precisa se desculpar por nada. Uma ajuda não deve ser considerada um problema, mesmo que ela não seja como nós pretendemos. Além do mais.....talvez você não estivesse tão errado assim.
- Gentil da sua parte...mas quanto ao último ponto. O que você quis dizer com isso?
O Homem-Aranha nesse momento se virou de costas para Michael, enquanto sua cabeça estava mirando para o chão. Ele fechou os olhos por um instante, enquanto inspirava uma dose de ar. Parecia inquieto, e estranho seria se não. Ele pensou, e decidiu. Ele agora sabia qual seria a próxima resposta. E assim, ele tirou sua máscara, e se virou para seu professor, que em um primeiro momento, nada disse. Ainda assim, seus olhos arregalados, antes daquele seu sorriso tímido que Pedro tanto conhecia, já serviam como resposta.
- ........Eu....acho que agora vejo quais eram seus 'imprevistos' para chegar atrasado nas minhas aulas 😆
- Eu poderia me ancorar nisso, mas...nem sempre 😄 Mas...como você notou q...
- As vezes, Pedro, são detalhes. Só que as vezes os resultados soam tão absurdos, que ninguém realmente crê que seria isso, e eu inicialmente não reagi de forma diferente. Mas algo não me tirou isso da mente. E quando na TV, eu vi sendo dito exatamente aquela frase, sobre símbolos...talvez seria a prova definitiva se eu estava certo, ou apenas enlouquecendo de vez. Ao que parece, ainda não cheguei nesse ponto. Eu poderia lhe fazer uma pergunta?
- Claro.
- Porque decidiu me revelar a verdade?
- Não é qualquer pessoa que pode saber sobre isso, naturalmente. É um peso que eu devia levar sozinho. Talvez para alguns soasse egoísmo, mas sempre me soou um emaranhado de sentimentos. Um deles era medo do que poderia acontecer.
- E você não tem mais medo?
- Na verdade, eu ainda tenho. Mas eu também descobri com o tempo que se fosse para fazer alguma outra vez, seria apenas porque eu teria um bom motivo. E isso me parece soar isso.
- Você é mais sábio do que sua idade aparenta. Mas isso eu já te dizia antes.
[Venom] - Papolada, papolada, eu quero é meter porrada!
- Em nome de Deus o que é..
- Ah, isso..[antes que Pedro terminasse, o Simbionte novamente cobriu todo o seu traje]: é uma longa história. O senhor vai ficar bem?
- Não se preocupe. Depois que eu volto ao normal de uma forma como essa, é como se o meu corpo "desligasse" isso por um tempo. Além do mais, a cidade precisa de você.
- Certo, depois eu voltarei aqui.
- Pedro
- Sim?
- Eu quero que saiba que você pode ter certeza absoluta, que não contarei o seu segredo. É uma promessa.
- Eu também posso lhe prometer a mesma coisa, Professor.
Com isso dito, Pedro colocou sua máscara novamente, para voltar a ação contra o Carnificina. Morbius, enquanto isso, continuaria ali, agora já mais tranquilo por saber que não causaria mais problemas.
- Bom, isso que eu chamo de uma noite alucinante...argh, minhas costas...
Continua
Por: Riptor
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