- Eu já estou cansado desse seu joguinho!, dizia Kasady. A Gata Negra ainda continuava tentando conseguir um golpe mais efetivo, mas sabia que, na melhor das hipóteses, ao menos ainda deveria continuar o distraindo, ao se locomover rapidamente ao redor dele. Mas em um pequeno momento de erro, ela foi pega novamente por ele.
- Arg...
- Eu nunca gostei de gatos, sabia? Quando eu era pequeno, minha vizinha tinha um. Me lembro até hoje do dia que eu matei aquele bicho à pedradas.
- Vai se f..
- Oh o palavreado, mocinha, seus pais não te deram educação, não? Rs. Mas eu vou dar um jeito nisso, limpando essa sua boca com o seu próprio s...
- ARGH!
Nesse momento, Pedro reapareceu desferindo um soco sem muita cerimônia, e graças ao fator do Simbionte, desta vez ele de fato foi mais sentido pelo oponente, que foi novamente em encontro ao chão. Após isso, o herói já se movimentou para pegar Fernanda nos braços.
- Desculpe a demora.
- Então era esse o plano. Bem, não posso reclamar dele, e...sua perna...
- É, foi dado um jeito. Agora cadê o Eddie, acho que ele vai precisar dis..dele, mais do que eu agora.
[Venom] - Agradeço a parte onde se refere a mim como um ser vivo, ao invés de uma coisa que você usa, e joga fora.
- Acho que já achei, eu volto já!
- Arg...
[Fernanda] - Você também podia facilitar as coisas.
- CALADA!, dizia Kasady. O vilão tentou mais uma vez dar um fim à ela, mas a mesma conseguiu desviar, enquanto o distraia se locomovendo em outros pontos aonde tudo acontecia. Pedro, enquanto isso, entrou em contato novamente com Eddie.
- Acho que você pode precisar dele agora.
- Pensei que iria querer aproveitar mais disso.
- Não, acho que dois é melhor do que um, nessas horas. Além do mais, vou tentar não quebrar nada dessa vez. O Simbionte então se desgruda do corpo do garoto, voltando ao corpo de Eddie para que possa ajudá-lo, enquanto voltam sua atenção ao Carnificina.
- Mas não se preocupe, eu não vou publicar nada sobre isso, dizia Melissa para Anne. As duas já estavam a salvo, em outro canto, enquanto observavam o que mais poderia ocorrer. - Obrigado, Melissa.
- Acredite, você não é a única com uma história bizarra. Eu que o diga.
- Pelo que me soa, você conhece o garoto, certo?
- Ah, ele, sim, nós éramos...você sabe. Só que, meus objetivos acabaram fazendo isso não dar certo. Ao menos continuamos amigos.
- Que bom. Você...
- Sim, eu ainda quero tirar umas fotos, preciso garantir o meu salário. Aproveitar que não tem concorrência nenhuma, e...[as duas presenciam o Carnificina sendo jogado no chão], antes que Melissa termine. - É, acho que agora eu tenho o cenário pra isso.
- ArG..
Carnificina levou um grande soco de Venom, ainda que tenha conseguido se manter de pé dessa vez. O golpe foi seguido pelo Homem-Aranha, que em seu movimento, focou em atingir uma de suas pernas, antes de Venom e ele seguirem uma linha de golpes com o objetivo de atordoa-lo de vez. Fernanda estava um pouco atrás nesse momento, já exausta.
- Fern...
- Ah, maldito! [Pedro desvia do golpe que iria receber], enquanto Kasady consegue se esquivar de Eddie para tentar atingir Fernanda. O Homem-Aranha consegue intervir segurando seu braço, já na forma de uma lâmina, antes que isso aconteça. Venom reaparece segurando sua cabeça, e o disparando para outro canto, fazendo com que o foco do confronto fosse agora apenas entre eles.
- .....Você tá legal?
- Não se preocupa comigo, dizia Pedro, apesar de tudo, sorrindo ao responder. Ele também estava cansado, e precisava de uma pausa, por menor que ela fosse. Nem mesmo seu antigo confronto com Kasady tinha sido tão drástico, e parecia certo questionar como isso ainda não tinha acabado. O vilão poderia demonstrar sinais de exaustão, mas ele simplesmente ainda não parava. Parecia movido ainda apenas pela adrenalina do momento. Movido pelo ódio que proporcionava, a quem ele realmente sabia que tinha isso de sobra em relação a ele.
- Oh, hohoho...pensei que vocês fossem um time, pra querer lidar com isso soz... [o vilão tem seu corpo atravessado por Venom], que o dispara no chão. Eddie não falava mais nada, a não ser demonstrar seus sinais de raiva, enquanto via o adversário ajustando seu corpo. O Carnificina veio novamente com uma mudança em um dos braços, na tentativa de acerta-lo ferozmente no rosto, o que conseguiu. No entanto, Venom dessa vez não deu qualquer sinal de ir para trás com esse golpe: ao invés disso, ele locomoveu seu braço em direção ao pescoço do adversário, enquanto o contraia lentamente. Ele o jogava de um lado para o outro, como se fosse um boneco, até fazer o asfalto dali abrir uma cratera, para então solta-lo ali. Mas deixa-lo simplesmente sem ar por um tempo, não era o suficiente para Eddie. Não se tratando daquele, que fez sua vida ser um inferno interno por tanto tempo.
Kasady se encontrava dentro da cratera aberta graças ao próprio corpo, enquanto Venom ficava por cima dele, após arrancar os braços do simbionte vermelho. Eles poderiam se regenerar, mas desta vez, isso levaria um pouco mais de tempo. Tempo o suficiente, para que Eddie pudesse começar a disparar socos e socos em seu rosto, até o inimigo soltar um pequeno riso, que o fez cessar por um leve momento.
- Você acha isso engraçado, por acaso?!
- Não deveria? Você confirma o que eu sempre achei. Nós dois não somos tão diferentes, assim. A diferença, é que eu nunca reneguei a minha natureza. Nunca tive amarras, como você, dizia ele, enquanto olhava para o inimigo, em fúria. Estava com o rosto já sangrando, e um dos olhos vermelhos, mas em nenhum momento, parecia se incomodar tanto com isso.
- E agora aqui estamos, nos matando, e você finalmente entendendo isso.
- Você é um psicopata doente, seu..
- Chega dessa porra de teatrinho moral, Eddie. Ou vai me dizer, que você está fazendo tudo isso, se esforçando tanto...só pra me ver preso de novo? Não, nananinanão...você quer me matar, você claramente quer me matar, da mesma forma que eu estava tentando. Ou você vai negar isso, pra você mesmo?
Eddie apenas ficava em silêncio nesse momento, mas sua expressão já deixava claro o que sentia. Kasady naquele momento sorriu, antes de continuar.
- Você não é herói. Herói é o Homem-Aranha, esqueceu? Enquanto isso você é só um bosta, que por acaso teve contato com isso, fez merdas com isso, e agora paga de falso moralista. Você já matou gente, que eu sei. O que é fazer isso de novo?
- Está novamente nos seus olhos, Eddie. Você quer o meu sangue todo espirrado nesse chão, você quer ter certeza que eu estarei a sete palmos do chão, porque se não, você nunca vai ter paz. Pois você vai ficar pensando, 'e se ele fugir de novo, ele vai atrás de mim, e daquela cadela', e o ciclo se repete, continuava o mesmo. Seus braços se regeneravam de fato devagar, por ter perdido muito sangue. - Não foi bem esse o palco que eu imaginei, mas sinceramente se for para ser assim, eu prefiro que haja pelo menos honestidade. Então, você vai me matar, não é mesmo Eddie?!
- Arg...argh....
- Aiai, o que foi, tá pesando a consciência agora?
- ......
- Não é atoa que você sempre foi uma decepção. Tudo isso, só pra não me dar razão? Está disposto a realmente continuar essa mentira? Se não por querer próprio, ao menos poderia usar a sua querida Anne, como justificativa, afinal é por isso que você me odeia tanto, não é? Ou será que...você nunca se importou realmente com ela?
- Cala essa boca
- Oh, será que a teoria tem fundamento? Será que você já se importou realmente com a vida dela, ou ela sempre era uma justificativa qualquer, pra você querer me matar agora?
- CALA A PORRA DESSA BOCA!
Eddie não pensou duas vezes, e se disparou novamente para cima de Kasady, enquanto começava a soca-lo violentamente no rosto. Ele continuava, continuava, e continuava tal ato de forma ininterrupta, enquanto o tecido do simbionte vermelho vinha e voltava para o rosto do seu inimigo. Mesmo assim, ele e Venom continuavam disparando seu ódio conjunto, até que conseguissem de fato atingir a cara de Kasady, que já não fazia nada para impedir. Tudo que era ouvido agora eram gritos de ódio, enquanto o rosto do vilão era martelado no chão, como se fosse um prego. Ele agora teria um novo motivo para ser vermelho, além do simbionte.
- Eddie, Eddie!
- Ah..
- Eu acho que você já deu um jeito nele. Para se dizer o mínimo, dizia o Homem-Aranha, ao reaparecer vendo tudo aquilo. Mas Eddie tinha uma opinião diferente.
- Eu estou perto de fazer isso.
- Eddie, olha o estado dele, e..
- Ele ainda está respirando, não é? Então significa que eu ainda não terminei [dá um novo soco].
- Eddie, mas..
- Quando você veio atrás de mim, você queria ajuda pra dar um jeito nele, não é? Pois bem, é o que vai acontecer agora.
- V...
- Você sabe que diferente dos outros que você lida, se ele escapar mais uma vez, talvez seja a última onde vai ter ainda alguém pra impedir. Eu sei que você nunca chegaria a tanto, por isso mesmo, eu mesmo resolvo isso, e todos ficam livres desse problema.
- Apesar de tudo isso não é certo, Edd..
- Olha garoto, eu vou te dizer mais uma coisa. Até pela ajuda que já deu, eu vou te dar a opção de me deixar aqui sozinho, eu termino isso, e vou embora. Você não precisa ver como isso termina. É o máximo que posso fazer, quanto à isso.
Pedro ficou em silêncio naquele momento. No fundo, talvez um pouco de si não pensasse tão diferente de Eddie, quanto à esse caso. Ele chegou a se virar, pensando se poderia simplesmente se retirar dali. O caos teria terminado, e o começo de tudo isso, também teria o mesmo destino. Era isso que Pedro almejava, de fato. Mas não seria desse jeito.
- Eu não posso deixar você fazer isso, dizia ele, ao se virar, enquanto apontava para disparar suas teias. Eddie estava virado de costas, antes de responder calmamente.
- ......Eu ainda imaginava que diria isso.
Nesse momento, em meio a investida do herói que se seguiu, Venom o pegou direto pelo pescoço, antes de aproxima-lo um pouco mais. [Eddie] - Eu não esqueci o que você fez por mim, ou mesmo por ela. Nós temos uma dívida. Por isso, eu vou lhe dar mais uma chance.
[Pedro] - ....
- Essa luta não é sua, garoto. Agora...
[Venom] - VAZA DAQUI!
O Homem-Aranha foi então disparado com força por Venom para longe dali, atravessando a parede de um prédio, antes de se ver no asfalto de uma rua um pouco mais afastada da onde estava. Apesar do desconforto com a situação, ele se levantou - antes de perceber alguns jornalistas.
- Homem-Aranha?!
- É, isso, é..
- Falaram pra nos afastarmos dali, mas não poderia deixar de conseguir uma fala rápida sua.
- Ah, moça, acho que não é bem o momento pra..
- Hey, Aranha, poderia bater uma pequena prosa?
- Me desculpem, eu tenho um grande problema pra resolver agora!, dizia Pedro, ao se locomover de volta para onde estava. Os jornalistas, no entanto, não iriam ficar mais ali: - Chefe, o Homem-Aranha esteve aqui!
- O que?
- Acho que ele só quis tranquilizar todo mundo, já deve dar pra...
- Então vá lá e me consiga mais imagens, então!, exclamava J.J. Jaime no celular de seu outro funcionário, enquanto o mesmo era seguido pelo resto da multidão jornalística.
[Pedro] - Qual é gente, não dificultem as coisas...ah, ok, uma coisa de cada vez. O herói então pensou um pouco, ao virar seu olhar para uma construção. Ele mirava em um certo material, que poderia ajuda-lo naquela situação.
[Trabalhador] - Hey!
- É pra algo importante, meu senhor, eu prometo que vou devolver!
[Eddie] - Aonde estávamos mesmo?
[Kasady] - Talvez na parte onde você enfim vira homem? Rs [ele é disparado violentamente no chão mais uma vez].
- O CERTO SERIA QUANDO VOCÊ MORR...
- ARGH!!
Antes que Eddie pudesse continuar, ele (assim como o Simbionte) sentiu um forte golpe desferido contra sua cabeça, que o fez se afastar de Kasady, que também sentiu algo com o barulho, enquanto continuava no chão. Pedro havia voltado.
- Argh...
- Me desculpe por isso, Eddie. Mas você não me deu opção, dizia ele. O herói havia pego alguns tubos de metal para usar, ao se lembrar de uma das fraquezas dos Simbiontes: barulhos altos.
[Venom] - ESSE HUMANO SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIRA COMIGO!
- Hey, não leve pro pessoal, por...
- EU VOU DEIXAR TODAS AS SUAS ENTRANHAS EXPOSTAS!
[Pedro bate o tubo com força no chão]
- ARGh....A..
Em um movimento rápido, com um dos tubos, o Homem-Aranha continuou o batendo no chão, enquanto Venom gritava, antes de pegar os outros poucos que tinha para os colocar ao seu redor, para bater com o que tinha em mãos. O plano havia dado certo (e mesmo quando Venom tentou uma última disparada), Pedro desviou pulando sobre sua cabeça, antes de acertar seu alvo uma última vez, o disparando no chão.
- Ah...arg...ah..
- Nós realmente temos uma dívida Eddie. Eu não me esqueci disso. Mas desta vez, você não estava no Rio pra fazer isso. Você está na minha cidade.
Eddie olhou para Pedro, após ouvir isso. Seu sentimento de raiva, começava a se esvair, enquanto ele relembrava esse ponto do acordo. Seu sentimento vingativo, agora dava lugar para um cansaço mental - e mais importante, para a razão.
- É por aqui!
- Droga.
[Eddie] - Ah..
Os jornalistas que haviam começado a seguir o herói estavam chegando, ansiosos para ver novamente o que estava acontecendo - e ter dois usuários de simbiontes no chão, junto ao Homem-Aranha, sem dúvidas seria uma capa de jornal. Naquele momento, apesar de tudo, Pedro fez a escolha que achava certa.
- Espero que esse carro tenha seguro....ag!, dizia ele. Usando suas teias, o garoto usou alguma força restante para disparar um carro como forma de fechar o caminho que os jornalistas viriam temporariamente, antes de voltar sua atenção para Eddie.
- O que...você está f...
- Só fica levantado assim, ok? Por incrível que pareça, eu não vou levar pro pessoal.
- ........Você não precisaria faz...
- Tem muita coisa que eu não devia fazer. Mas essa não é uma delas, acredite. O Simbionte preto também já começava a voltar ao seu estado normal, enquanto Kasady continuava jogado no chão.
- Bom, aquilo não vai impedir eles pra sempre. Você...
- Sim, eu consigo. Eu levo a Anne comigo.
- Ótimo.
- E garoto
- Sim?
- .....Eu vou me lembrar disso. Desta parte, de preferência.
- Agradeço.
[Eddie] - Ok com você?
[Venom] - Eu ainda iria...
- Eu sei. Mas, temos coisa mais importante pra fazer agora, depois disso. Com isso, Eddie e Venom se retiraram do antigo confronto, para casa, com Anne junto com eles. Pedro, enquanto isso, se aproveitou do tempo que sua distração ainda poderia oferecer para ver Fernanda e Melissa.
[Fernanda] - Pedro
- Oi, tudo certo?
- Acho que agora sim.
[Melissa] - O Eddie veio aqui, e a Anne foi com ele. Quer dizer que...
- Sim, deu tudo certo. Só tivemos...alguns problemas, mas tudo certo. Agora tem a questão que tem um grupo de jornalistas tentando vir pra cá.
- Certo, não se preocupa comigo. Ninguém vai me ver.
- E Melissa...
- Sim?
- Acho que, apesar de tudo isso, você ainda pode conseguir algo pro seu trabalho.
- Você quer dizer...
[Fernanda] - Ora, porque não...rs.
[Melissa] - Bom, cada um se aproveita dos seus recursos.
- Ah, oh, olhem lá! - Aquele no chão é... - É o maníaco - Onde está o...
- Alguém perguntando de mim?, perguntava o Homem-Aranha, reaparecendo ao lado do derrotado Carnificina, com os jornalistas já ao redor dele. - Só abram um pouco de distância, por favor.
- Bem, acho que agora você poderia responder as minhas perguntas primeiro, herói.
- Me desculpe madame, e senhores, eu irei fazer isso. Mas só depois, de quem chegou primeiro nessa.
- Melissa?
- Ah oi, imagino que o Jaime já tava preocupado comigo. Mas uma vez que eu entro no serviço, eu faço o meu serviço!
[Homem-Aranha] - Pois bem senhorita, quer começar pelo que então?
- Acho que por umas fotos primeiro, é claro.
"Após momentos de verdadeiro terror nacional, Carlos Kasady foi detido novamente, graças as ações do famoso vigilante conhecido como Homem-Aranha. O criminoso, que está sendo transferido para um novo local de segurança ainda não revelado, já estava permeado por rumores sobre uma possível pena de morte oficial, intensificada por sua mais recente onda de violência. Tal informação, no entanto, ainda segue no campo dos rumores"
"Atualmente, a polícia se restringiu a dizer que, a partir de agora, o foco é na investigação sobre como pode ter ocorrido a última fuga de Kasady, mesmo residindo até então em um local definido como de segurança máxima"
- Senhor Fisk.
- O que é?, perguntou o Rei do Crime. O mesmo estava vendo um dos jornais falando do caso pela TV.
- Eu só gostaria de informa-lo que as possíveis acusações sobre seu suposto envolvimento nesse recente caso, já foram resolvidas com sucesso.
- Ótimo.
- Ainda assim...como seu advogado, acho que seria justo sermos honestos entre nós, afinal, estarei de toda forma a sua disposição. O senhor por acaso...
Nesse momento, Fisk respondeu olhando fixamente para o advogado, deixando bem claro o que ele estava achando dessa conversa. O empregado simplesmente se calou.
- Você ser útil pra mim, não significa que lhe devo alguma, mínima, satisfação, você entendeu?
- S-im, senhor.
- Além do mais, eu não tive NADA a ver com isso, então essa é justamente a versão que você trabalha. Agora suma daqui.
"Pelo menos desta vez, aquele muleque aranha realmente serviu pra alguma coisa", pensava o mesmo, enquanto fumava, e voltava a sua atenção para a TV. "O estrago ocasionado ainda demorará um tempo para ser reparado, conforme ressaltado pelo governo da cidade. Alguns nomes já demonstraram seu apoio para esse auxílio, incluindo o CEO d..."[TV é desligada].
- Chega de TV por hoje.
- Eu só queria entender...porque ele ainda fez aquilo?, questionou Venom para Eddie, ambos do lado de fora de sua casa, durante a noite. Desta vez, ele tinha uma idéia do que responder.
- Eu poderia tê-lo lembrado do acordo, mas ele também o fez comigo. Na cidade dele, os métodos dele. E ainda assim, ele deixou eu ir.
- Vocês humanos as vezes são complicados de entender.
- Talvez. Ele é o herói, lembra? E não é atoa. E como eu disse desta vez a ele, mais cedo...talvez, se precisar de ajuda...eu possa interferir. Mesmo não sendo algo do nível do Kasady.
- Algum motivo pra essa mudança?
- Eu não sou um herói, Venom. Sou apenas um qualquer que quer uma vida de um qualquer. E uma parte disso, eu ainda tenho por causa d..
- Já entendi, chega dessa conversa chata.
- Ok...
- ..........Isso é o que vocês humanos devem chamar de....gratidão.
- É, pode ser.
- Algumas dessas coisas ainda são meio estranhas para mim. Em meu planeta, resolviamos mais com dentes, do que com conversas.
- Bem, as vezes nem tudo pode ser resolvido desse jeito, afinal.
- Meu irmão até tentou dizer isso uma vez.
- Irmão?
- Sim. Eu era parte de um trio, ainda dentro da barriga da minha mãe. O nome dele era...Riot.
- Aconteceu algo com ele?
- Eu e a minha irmã comemos ele ainda lá, antes que pudesse ver a luz...
- Isso é canibalismo, sabia?
- Eu nunca vou entender tanto espanto humano pra algo tão besta, é carne de toda forma.
- Bom, nesse planeta, um hábito desse é completamente errado em várias formas, Venom.
- Eu não gostava dele mesmo...
- Eu não devia nem perguntar, mas e quanto à sua irmã?
- A gente se dava bem, sendo sincero. Ela achava que mandava em algo, gerava alguns arranca membros, mas nada demais.
- Hum...e o nome dela?
- Seria um nome irreconhecível para a linguagem humana. Mas, pegando um termo terráqueo mais próximo.....GRITO.
- Sério, 'Grito'?
- Como eu disse, eu peguei o termo terráqueo mais próximo, dizia ele, enquanto olhava para o céu. - As vezes, talvez eu sinta uma falta dela...deve estar por aí, voando entre as estrelas dentro de um meteoro, até cair em um planeta condenado onde espalhará caos e violência...
- Sua família não devia ser normal.
- Não era mesmo. Hehe, até que foi, divertido, comentar sobre isso. De toda forma, eu aprendi a gostar desse planeta.
- E eu a te suportar...rs.
- Humano muito irônico você, não é? Mas, você é realmente um hospedeiro decente.
- Agradeço, eu acho.
- Além do mais, eu já me acostumei com essa rotina específica, pra querer sair.
- Ok, vou acreditar em você...
[Idoso na Rua] - Hey, ok, eu vou passar tudo!
[Criminoso] - É bom mesmo, seu velho!
[Venom] - Tá pensando o mesmo que eu?
- Venom, nã..
[Criminoso] - Acelera isso, se não eu vou atirar logo na sua fuça!
- Arg...
- Você pode até não ser um herói, Eddie, mas nem sempre o mundo precisa nessariamente de um, não acha?
- Você só tá falando isso porque você quer literalmente comer aquele cara.
- E qual o problema nisso?! Estou salvando um pobre civil inocente, de toda forma...
- .....Ok.
- Falou e disse, parceiro.
- Não abusa.
- Ele ainda está sobre efeito do que injetaram?
- Sim, 60%, o suficiente para ter consciência, mas também ainda sobre controle.
- Está bem. Se retire.
- ....Que significa isso?, dizia Kasady. Estava sobre efeito de algo que o fazia se sentir fraco, enquanto se viu rapidamente amarrado em uma maca hospitalar, com alguns fios nos braços. Ele estava em um local fechado e escuro, na companhia de alguém - e esse local não era uma cadeia.
- Eu poderia dizer que é um prazer conhece-lo, mas eu estaria mentindo nisso. Até porque, você não estaria amarrado assim atoa.
- Você não é da polícia, é?
- De fato não, mas sempre há uma forma de chegarmos em um objetivo, sem que alguém perceba. Além do mais, isso meio que ainda é uma cela...por enquanto.
- Aonde você quer chegar com isso?
- Ao contrário da cela que já te esperava, você pode sair da que está. Uma cela muito maior do que essa.
- Você não vai me 'oferecer' isso a troco de nada, né? Rs...acha que eu sou algum otário que morde qualquer isca?
- Depende do que você define como 'otário', dizia a figura. Os passos de seus pés, enquanto andava em volta de Kasady, podiam ser ouvidos em alto e bom som, em meio ao silêncio daquela área. O vilão não se sentiria apavorado com algo assim - mas, talvez, intimidado.
- Sabe, Senhor Kasady...eu não sou o tipo de pessoa, que sacrificaria tempo montando uma ponte para uma conversa com um maníaco que fez meio mundo ficar de cabelo em pé, se eu não achasse que isso resultaria em alguma coisa significativa.
- Que seria...
- Algumas coisas tem a hora certa de serem ditas. Se você estiver interessado até esse ponto.
- Até agora, tudo que você está tagarelando eu resumo como "eu vou te soltar, mas você irá fazer algo em troca", e eu já ouvi essa historinha antes. Então, eu é que vou te dizer algo: se eu quiser escapar daqui, eu com certeza posso muito bem fazer sem qualquer ajuda, e ainda melhor que isso, ainda ir atrás de alguém como você, e acredite....você não vai gostar de ver isso acontecendo!
A figura ficou em silêncio, enquanto Kasady exclamava seu claro desinteresse em dialogar muito mais que aquilo. Sua resposta, tão calma quanto antes, viria apenas um tempo depois.
- Eu posso lhe fazer uma pergunta?
- O que é agora?!
- Levando em conta tudo que me disse, incluindo uma 'sutil' ameaça a minha pessoa...eu deveria, já sem muito pesar...entender isso como uma negativa ao que eu tentei propor?
- O que isso parece pra você...
- Pois bem. Acho que essa conversa acaba por aqui, Senhor Kasady. Atenção.
- Espera o q...
- Pode ativar o processo, já terminamos aqui.
- Ar...ar....arg....o qu..
- Hey, o que é essa porra?!
- Algo para resolver os seus problemas, eu diria, exclamou a voz. Os tubos nos braços de Kasady começaram a injetar um líquido direto em suas veias - mesmo com o simbionte tentando evitar isso. Ele começou a entrar em pânico, enquanto sentia como se estivesse fervendo por dentro.
- MANDA...MANDA PARAR COM ISSO, EU...ARGHH!
- Pela cor do seu braço, o efeito é bem rápido realmente.
- TÁ BOM, EU ACEITO CONVERSA SOBRE O QUE VOCÊ QUER CARALHO, MAS PARA ESSA PORRA!
- Você não entendeu, não é? Por falta de oportunidade minha para evitar isso, você não pode reclamar.
- ARGHH, ARGHHH!
- Mas as vezes, eu posso ser uma pessoa misericordiosa.
- ARGH, arg...o..
Nesse momento, a figura de costas abriu a porta de saída daquele local, antes de se virar para Kasady, mostrando a ele o que tinha agora nas mãos: um fósforo acesso. O vilão exclamou, como nunca antes havia feito, mas isso não o salvou de ver o fósforo sendo disparado em si, enquanto aquela queimação continuava. O fogo começou a aumentar rapidamente ao seu redor, antes que o simbionte vermelho também tentasse sair de seu corpo enquanto rugia de dor. Nesse momento, a única porta de saída se fechou, marcando o fim de Carlos Kasady - e do Carnificina. A única coisa que saiu da porta além da figura após isso, foi a fumaça do fogo.
- Isso não foi como esperado, realmente. Mas, agora podemos voltar a atenção a segunda idéia, de toda forma.
- Alô, Professor?
- Pedro, como vai?, perguntava Michael. O mesmo estava naquele momento em sua casa, enquanto atendia a ligação.
- Dentro do possível.
- Isso incluiria...uma certa máscara?
- Sempre um pouco, é claro. E quanto ao senhor?
- Estou bem. Depois de dias turbulentos...e talvez até de dias comuns, eu posso dizer que estou, mesmo quanto à aquele meu 'pequeno' detalhe.
- Eu iria perguntar sobre isso.
- Sabe, Pedro. Aquele meu incidente me fez olhar para isso de outra forma. Minhas medicações..eu estava apenas atrasando, e não realmente controlando isso. E isso, é algo que eu irei mudar.
- Professor, você acha que vai ficar bem tentando isso?
- Não se preocupe, não estou descartando as medicações. Só que diferente do que eu vinha fazendo há tanto tempo, elas não serão mais a única forma de eu fazer isso. Ao mesmo tempo...conseguirei uma forma de dar um fim à isso, algum dia.
- Espero que consiga. E o senhor sabe, que sempre pode contar com uma ajuda minha.
- Eu sei. Na verdade, sabe o que realmente me fez olhar dessa forma?
- O que?
- Um herói. É isso que os heróis fazem, afinal. Mostrar a luz, para quem já não conseguia ve-la, respondeu o professor. Pedro abriu um sorriso sincero do outro lado da linha, antes de agradecer pelas palavras.
- Bem, agora eu tenho que ir, até outro dia Professor!
- Até outro dia, Pedro, disse o mesmo ao desligar o celular. Michael então se virou para a mesa de sua casa, onde estava um prato cheio de sangue. Mas, não se preocupe, não é bem o que parece.
- Ah...bom, eu bem que disse ao açougueiro que eu precisaria realmente de uma carne com sangue. Mas eu ainda vou tentar me acostumar com isso, dizia, ao (tentar) tomar um pouco. Felizmente para Morbius, o sangue animal também proporcionava o mesmo efeito de fazê-lo manter o controle, até por bem mais tempo. Ainda que ele fosse obrigado a ter de beber sangue em certos períodos, com isso.
- Arg, hum...ok, foi. Eca, como morcegos gostam de beber isso...ah tanto faz. Lembra, é um processo. Uma hora, eu não vou ter mais de fazer isso, e...
- Ai!
Nesse momento, Michael acabou tropeçando por engano, se batendo em uma de suas paredes. Felizmente nada sério, ainda que ele tenha notado um pequeno deslize que fez.
- ....Nossa, dizia ele. Havia feito um buraco na parede com uma das mãos. - Vou ter de tomar cuidado com a força que eu uso, pelo visto.
- Hey, você!
- Ah, Melissa, eu não tinha te visto. Como vai?
- Tranquilo. Aquela matéria que eu fiz sobre você, ficou nos destacados no site do Jaime! Eu até recomendaria que você lesse, mas...você sabe como é o Jaime nas coisas dele, quando envolve um herói mascarado.
- Sei até demais kkk. Mas fico feliz por você, respondeu Pedro. Melissa reagiu a isso com um sorriso bem aberto. Um ato contagiante de se ver.
- Bom, eu já vou indo, tenho de comprar algumas coisas pra minha Tia.
- Certo. Ae, ainda temos de marcar outro dia pra nós 3 sairmos um pouco, não acha?
- Não me esqueci disso, nem a Fernanda. E...
Nesse momento, Melissa o abraçou. Pedro não deixou de ficar meio tímido com isso, apesar de abrir um pequeno sorriso.
- Eu tenho sorte de ter um amigo como você.
- Que é isso, eu não sou tão especial assim rs.
- Não é tão comum ter um amigo super-herói, que eu saiba ;) Agora vai lá, que eu não vou mais te atrasar.
- Tia, cheguei!
- Ah, obrigada Pedro. Espero não ter sido muito incômodo.
- Imagina. Eu vou pro meu quarto, ok?
- Claro. Acho que você pode ter algumas coisas pra resolver lá.
- O que a senhora quis dizer com isso?
- Ah, nada. Talvez alguma bagunça, não sei...
- Hum...tá bom.
- Ah, enfim meu querido...quarto.
- Oi
- Fernanda, você tem noção de que você está com esse traje, com a minha Tia estando lá bai...
- Xii...se você falar muito alto, ai que ela vai descobrir mesmo rs.
- Eu bem que estranhei alguma coisa nela, ela sabia que você veio aqui, né?
- Fazer o que, se eu e ela nos damos muito bem? 😉
- Engraçadinha. Eu...a.
- Ops.
- Você...é sério isso, você montou uma armadilha no meu quarto?, perguntava Pedro, ao estar agora de cabeça para baixo.
- Eu sou bastante criativa, você sabe disso.., dizia ela, ao se aproximar. - Nós podíamos brincar de herói e vilão, não acha?
- Hum...eu vou ser o que?
- Ah, o herói, por mais clichê que seja. Afinal, eu acho que eu sou um pouco levada demais pra isso..., dizia ela em seu ouvido. - É, talvez um pouco demais as vezes...
- Você nunca reclamou até agora..rs. Além do mais, o herói é que deve lidar com as pessoas levadas, você não ac...
- Oh, eu acho que isso soa importante...😁
- 😑....Ah, porque isso sempre acontece nessas horas. Tá bom (ela corta o que prendia Pedro), para que ele possa vestir o traje ao ouvir uma sirene.
- Nessas horas deve ser uma coisa rápida, e..
- Eu já sei o procedimento, Homem-Aranha.
- Eu sei que sabe, ainda mais alguém esperta como você 😉
- Depois eu que sou a engraçadinha rs. Agora só pra constar...você vai lá, e resolve seja o que for. Mas depois disso, você vai voltar aqui.
- Ah, o...
- E isso não é um pedido, Pedro Prado. É uma ordem...🙃
- Está bem, eu prometo. Só gostaria que você não me amarrasse, se possível.
- Vou pensar no seu caso, dizia ela, com um sorriso malicioso. Pedro respondeu a isso também com um, antes de abrir a janela do quarto em direção a polícia, para ajudar em mais um caso. Fernanda se dirigiu para a janela em seguida, enquanto o via se locomovendo.
- O primeiro e único, Homem-Aranha...
[Porta do quarto bate]
- Vixe...Ah, sim?
- Ah, Fernanda, tudo certo ai dentro?
- Claro, Dona Maria.
- Que bom. Eu só queria avisar que deixei algumas coisas prontas na cozinha, caso queiram comer algo. Espero não estar atrapalhando nada entre vocês dois...
- Hehe, imagina. Obrigada pelo aviso, a senhora é um anjo.
- Qualquer coisa, é só chamar.
- Ufaaa...essa foi por um triz. Quem mandou gostar de um pouco de risco, não é mesmo, senhorita Fernanda...rs.
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