quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

A zona que isso virou....


 







Nas últimas semanas, a atriz indicada ao Oscar, Karla Sofía Gascón, de Emilia Pérez (2024), envolveu-se em uma grande polêmica no X/Twitter, quando foram descobertos alguns tweets antigos dela — maior parte feita entre 2020 e 2021 — com conteúdo racista e xenofóbico, além de críticas a minorias e à aceitação da diversidade pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Agora, Jacques Audiard, diretor do longa, revelou sua postura em relação ao caso.


Falando para o Deadline, Audiard classificou o que a atriz fez como "imperdoável" e disse estar muito triste pelo caso estar impactando profundamente a campanha do filme no Oscar.


"Sim. Infelizmente, essa situação está tomando todo o espaço [da fase final da campanha do Oscar], e isso me deixa muito triste", disse Gascón. "É muito difícil para mim relembrar o trabalho que fiz com Karla Sofía. A confiança que compartilhamos, a atmosfera excepcional que tínhamos no set, que de fato era baseada em confiança. E quando você tem esse tipo de relacionamento e de repente lê algo que essa pessoa disse, coisas que são absolutamente odiosas e dignas de ódio, é claro que esse relacionamento é afetado. É como se você caísse em um buraco, porque o que Karla Sofía disse é imperdoável."


Após a descoberta dos tweets antigos, a Netflix rompeu os laços com Karla, retirando ela dos cartazes de campanha do Oscar e cortando o financiamento de suas viagens. Caso queira comparecer à cerimônia, que acontecerá em 2 de março, a atriz espanhola terá que usar seus próprios recursos financeiros.


Mas o diretor tambem nao deixa de ter sua parcela de polemicas.


Embora tenha sido aclamado no Festival de Cannes, o filme foi recebido de forma mista(leia-se, pessima) em outras partes do mundo e não agradou nada ao público da América Latina.


O filme, que se passa no México, irritou grande parte do público mexicano, que considera a abordagem da obra ao país ofensiva, a ponto de gerar protestos e debates acalorados.


Questionado pelo Deadline sobre essa repercussão negativa, o diretor francês Jacques Audiard alegou que os mexicanos não estão assistindo ao seu filme direito, ou sequer estão assistindo e agindo de má fé. Segundo ele, sua abordagem do México foi desenvolvida como uma fantasia e não uma adaptação realista.


"O que me chocou é que ou as pessoas não assistiram ao filme direito, ou não assistiram mesmo e estão agindo de má-fé", alegou Audiard. "A representação dos cartéis no filme é temática. Não é algo em que eu esteja particularmente focado no filme. Há uma cena que lida com isso. A verdadeira questão que me interessa, que eu tinha interesse em fazer, é que eu queria fazer uma ópera. Isso exige uma forte estilização. Bem, essa tende a ser a forma como a ópera tem elementos esquemáticos. A psicologia pode ser limitada. A ópera tem limitações psicológicas. Parece que estou sendo atacado no tribunal do realismo."


O diretor continuou: "Ora, eu nunca afirmei que queria fazer uma obra realista. Se eu quisesse fazer uma obra particularmente documentada, então eu faria um documentário, mas aí não haveria canto e dança. Por exemplo, eu li uma crítica que dizia que mercados noturnos na Cidade do México não têm fotocopiadoras. Bem, em mercados noturnos na Cidade do México, também não se canta e dança. Você tem que aceitar que isso faz parte da magia aqui. Esta é uma ópera, não uma crítica a nada sobre o México."


Emília Perez (2024), vale reforçar, chegará aos cinemas brasileiros amanhã, 6 de fevereiro. O filme é encarado como o principal concorrente do brasileiro Ainda Estou Aqui (2024) ao prêmio de Melhor Filme Internacional no Oscar.


POR:Marcilio

FONTE:Ovicio







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