quarta-feira, 3 de junho de 2020

Tudo que Vai, Volta



A Microsoft afirmou na noite de ontem (02) que exigiu, por meio das empresas de redes sociais, que a marca Xbox seja removida dos canais do então grupo Xbox Mil Grau. “O conteúdo da conta Mil Grau não reflete nossos valores fundamentais de respeito, diversidade e inclusão”, afirmou a companhia em uma nota enviada ao The Enemy. “Nós já exigimos a remoção imediata da nossa marca dos seus canais, por meio das empresas de redes sociais. Não temos informações adicionais nesse momento".

Uma nota pública também foi compartilhada pela empresa através do Twitter (vale notar que na manhã desta quarta), alguns dos nomes de usuário de perfis do grupo já haviam sido modificados (e já sem o 'Xbox'), incluindo contas na Twitch e no próprio Twitter:
A ação da Microsoft vem algum tempo após a empresa ser alvo de críticas em redes sociais por conta da falta de posicionamento frente ao compartilhamento de conteúdos de cunho racista (relatados aqui) através dos perfis do então Xbox Mil Grau. Na noite do último sábado mesmo (30), Henrique Martins (streamer e administrador do canal, vulgo 'XCapim'), compartilhou uma imagem que associa uma foto dos protestos antirracistas que acontecem nos Estados Unidos, motivados pela morte de George Floyd, à uma foto de Bob Behnken e Doug Hurley, astronautas da missão Demo-2, da SpaceX, lançada no mesmo dia. Junto às imagens, a postagem traz os dizeres “o que pessoas negras estão fazendo hoje” e “o que pessoas brancas estão fazendo hoje”. “Vai dar choro ou não?”, questionou Martins no conteúdo publicado.

A imagem gerou então revolta, e levou usuários da rede social a exigir um posicionamento da Microsoft Brasil sobre o ocorrido (o perfil de Martins chegou a ser temporariamente suspenso do Twitter por conta da postagem), mas foi liberado na sequência. O The Enemy entrou então em contato com a assessoria de imprensa do Twitter, que enviou links de regras e políticas da rede social, mas não um posicionamento sobre o tweet em questão. Na sua política contra propagação de ódio, o Twitter estabelece que é proibido "direcionar a alguém declarações ou tratamentos repetidos ou outros conteúdos com intenção de desumanizar, degradar ou reforçar estereótipos negativos ou prejudiciais sobre uma categoria protegida".

No últimos dias, usuários do Twitter compartilharam ainda uma série de outras postagens contendo trechos de transmissões do então Xbox Mil Grau com conteúdos de cunho racista. Em um dos trechos compartilhados, um dos participantes de uma live do canal pode ser ouvido falando “tem que voltar pra senzala” e “nunca deveria ter deixado de ser escravo se é para ser isso aí a cultura dos caras”, em uma discussão sobre Funk. Além da Microsoft, a Twitch Brasil, plataforma na qual o grupo faz transmissões e tem um selo de verificação, também foi cobrada quanto à um posicionamento sobre os usuários.

E na noite desta terça (02), a empresa divulgou uma postagem no Twitter pedindo que usuários denunciem casos de racismo à equipe de moderação da plataforma:

Por: Riptor

Fonte: The Enemy

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