domingo, 2 de agosto de 2020

O que Aconteceu com Joe Johnston? - Parte 6 (FINAL)

Ainda Existe Esperança para esse Contador de Histórias?


* Atenção: O texto a seguir reflete unicamente à opinião de quem o Escreve. Esteja ciente disso

* Parte Anterior:
https://fmarvell.blogspot.com/2020/07/o-que-aconteceu-com-joe-johnston-parte-5.html?m=1

Eae? Depois de 23 dias (acho que foi bom mesmo eu dar um tempo extra), aqui estamos com a derradeira parte de "O que Aconteceu com Joe Johnston?" Parece que foi (quase) ontem, mas enfim chegamos à ela!

Na parte anterior, vimos que o cineasta havia conseguido um novo sopro de esperança para sua carreira graças à Capitão América: O Primeiro Vingador (não foi só um filme que enfim agradou tanto os seus fãs como a crítica novamente), mas ainda o longa de maior bilheteria de sua trajetória. E a pergunta que ficava, não poderia ser outra: qual seria o próximo passo desse revigorado Joe Johnston?

Bom...é meio difícil eu cravar um nome exato para esse período, mas acho que poderia ser algo como "Era do Esquecimento".

"Mas como assim Riptor? Como se esquece um cara desses?!", você pode se questionar ao ler isso. Quando eu digo "Era do Esquecimento", não me refiro à Joe, obviamente (mas ao fato que seus próximos projetos pós-Primeiro Vingador) foram simplesmente ignorados, seja por um, ou outro motivo (e nem podemos dizer que foi por serem filmes subestimados). E se pelo nome a Era Negra do mesmo (que foi de 2001 à 2010) pareceria a mais assustadora para sua carreira, podemos dizer, no entanto, que é essa que falaremos hoje, a mais triste e decepcionante.

Após o lançamento de Primeiro Vingador em julho de 2011, como era de se imaginar, Johnston teve então uma nova oferta de emprego em poucos meses (no começo de 2012 no caso), e de um lugar bastante conhecido por muitos de vocês. E que deixa, até em ironia, chamarmos esse filme como o primeiro da tal Era do Esquecimento.
Blumhouse Productions

Isso mesmo: Blumhouse, Jason Blum. Já estando naquela época na boca do povo por filmes como Atividade Paranormal, Sobrenatural, A Entidade & Uma Noite de Crime, e junto de um diretor já novamente com bons olhos com o público e crítica, era de se imaginar que esse novo projeto de Johnston pudesse ser mais um filme de destaque tanto para ele, quanto para o estúdio que se especializou em filmes de terror,e em thrillers. Mas....bom: nascera assim, em maio de 2014, Not Safe for Work (ou como ficou no Brasil), Negócios Mortais.
Aí você deve estar se perguntando, quem sabe: "Riptor, nunca ouvi falar dessa porra de filme". Pois bem: eu estava no MESMO time até que eu acabei me deparando com o nome dele enquanto pesquisava sobre Joe. E após dificuldades passadas para conseguir achar esse filme pra assistir...bom, valeu pra fazer o post. A verdade é que "Negócios Mortais" teve uma jornada, no mínimo, tragicômica: o que parecia um filme para ser lançado nos cinemas, acabou sendo projetado 1 ano depois de seu anúncio, como um filme que seria lançado direto pra DVD/Blu-ray, já que a Universal acabou pelo jeito não estando mais tão afim de arriscar esse filme fora desse formato (até porque maio de 2014 já estava bem disputado, seja com os grandalhões como X-Men: Dias de um Futuro Esquecido e Godzilla), e até por filmes menores, como o elogiado O Babadook. Até por isso, o marketing foi quase nulo,e quando o filme saiu, ele passou mais batido do que qualquer coisa. Mas, o que ele tem pra oferecer ainda assim?
Na trama, acompanhamos Tom Miller (Max Minghella), um paralegal de um escritório de uma grande empresa farmacêutica, e que foi designado para um caso envolvendo um denunciante da mesma, que acabou matando vários executivos (além de cometer suicídio quando a polícia entra no prédio no começo do filme) ao ficar desiludido com a falta de ação percebida contra a empresa. Vai, vem, Max então retorna ao escritório,e acaba descobrindo (da pior maneira) que o local foi invadido por um assassino perigoso (JJ Feild), e ao tentar escapar, ele acaba encontrando segredos obscuros sobre o próprio trabalho, e que confirmam suspeitas que ele já tinha sobre aquele lugar.

Legal, né? Trama até simples, mas poderia render um bom thriller (o próprio começo do filme é bom), ao ter até uma trilha do Tyler Bates...mas não se anima muito não, porque não demora muito para se entender porque a Universal acabou perdendo a confiança de lançar esse filme numa tela grande.
Ainda que tenha uma boa ideia em mente (o filme se passa todo em um único cenário),e que poderia se aproveitar da própria simplicidade, Not Safe for Work acaba sendo prejudicado justamente por isso: ele abraça tanto isso, que você sente que literalmente falta algo ali. Vejamos, por exemplo, John Wick (se formos olhar de forma crua, ele seria apenas mais um filme de ação qualquer), mas não é o caso não só por causa da dita ação, mas porque você sente que tem conteúdo realmente suficiente ali pro filme engrenar, se desenvolver, se encerrar. Aqui, a sensação que tive após um promissor começo (até agitado também por causa da trilha) foi que eu estava vendo é um episódio de uma série. Sabe quando tu vê um filme, e parece que ele ainda não saiu do começo, mas quando se percebe, ele já está indo pro final? Bom, esse é o caso desse filme.

E isso é muito por causa da "simples" duração do mesmo: o filme tem praticamente 1 hora. Sim, praticamente 1 hora (não é 1H20, 1H30, 1H50), não, é 1 hora (e 14), se eu contar os créditos. E por mais simples que um filme seja, por mais simples que a história desse filme seja (como é o caso desse filme),você achar que um tempo curto desses dá pra desenvolver a dita história, os personagens (e fazer ele parecer ter começo, meio e fim) é querer pedir milagre, e o próprio Joe Johnston a esse nível do campeonato (com já mais de 20 anos de carreira) deveria saber disso. Com isso, não há tempo para realmente se importar muito com o protagonista, ou com quem está ao seu redor. Mais um pouco, e poderíamos estar diante de um Sexta-Feira 13, onde todo mundo mais se importa se o assassino vai matar alguém, do que se alguém vai conseguir viver.
E isso, claro, se reflete no elenco: Max Minghella (mais acostumado em ter papéis secundários nas costas), até no filme mais famoso que conseguiu se envolver (A Rede Social) entrega o básico que o filme pede: o mocinho que trabalha, tem uma vidinha aceitável,e que agora vai ter de se virar se quiser viver (não dá pra falar muita coisa, seja boa ou má) do mesmo,já que pelo menos por parte dele, não dá pra cobrar muito mais que isso, já que foi o que deram pra ele fazer. Já Tom Gallop (que interpreta o amigo do protagonista, Roger) nem tenta fugir do estereótipo de ser claramente aquele personagem que não vai servir pra muita coisa. E Christian Clemenson (aqui como Alan Emmerich, o chefe de Max) é outro caso de ator que entrega apenas o básico que pediram.
Na verdade, se eu tiver de falar quem se dá "melhor" nesse elenco, é justamente JJ Feild como o tal assassino, que apesar de também entregar o básico que lhe pedem, faz isso bem (um cara frio, sem nenhum tipo de remorso) e que poderia muito bem ser uma ameaça para qualquer cara normal que estivesse na situação do protagonista. E ah, é mesmo: tem ainda a Eloise Mumford (que é a namoradinha do personagem principal) que além de servir pra dar uma gritada e fazer cara de pânico, só serve no filme pra receber do Max um tapa na bunda é sério.  E visto o histórico recente dela,acho que nesse caso a culpa do papel genérico é dela mesmo.

E no fim, Negócios Mortais é isso: um filme que se prejudica pela própria duração, com personagens básicos e só isso, e que como se não bastasse, Joe Johnston ainda tem a cara de pau de me fazer um final que se não foi feito com a intenção de deixar aberto a chance de um 2° filme (que olhe só, NUNCA existiu), eu não sei o que eu vi. Mal dá pra analisar direção, e coisas do tipo, simplesmente porque não tem o que eu possa falar a mais. E fica até irônico como alguns lugares por aí até falaram bem do filme (ainda que o conjunto geral ainda seja que é um produto que soa uma marmita sem muito gosto), infelizmente.
* Engraçado que ainda se aproveitaram do fator Capitão América no trailer...pfft

Mas enfim: assim Joe Johnston (que tinha tudo para conseguir novamente um bom ritmo de lançamentos de novo) jogou isso no lixo, e ficou novamente mais tempo do que o habitual de sua carreira (assim como aconteceu em O Lobisomem) sem um emprego com um filme que pudesse, realmente, ser projetado para os cinemas. Já não estava na mesma situação financeira da última vez que aconteceu isso, mas também não parecia se movimentar para ir atrás do prejuízo. E isso ficou claro no seu próximo projeto, 4 anos depois de Negócios Mortais.

Lembra da situação do próprio O Lobisomem? Pois bem: Johnston pelo jeito não aprendeu nada com aquela situação embaraçosa.
Pois é: O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos. Até então,o último filme dirigido por nosso cineasta 

Se a produção de O Lobisomem já se mostrava conturbada na Universal antes mesmo de Joe entrar no projeto (que se não fosse por grana, ele poderia ter facilmente negado), aqui definitivamente não havia motivo para o cineasta querer se envolver em mais uma bomba já armada: a até agora mais recente adaptação do clássico de Tchaikovsky havia sido anunciada em 2016,e com Lasse Hallström como o diretor. 

* A propósito, eu pessoalmente tenho uma relação estranha com esse diretor, por causa de Sempre ao Seu Lado, que ele também havia dirigido. Um misto de gostar/não gostar  não por causa da qualidade do filme, mas por eu ser basicamente mais emotivo com animais, ainda mais depois de um caso pessoal meu que já completou 2 anos (também dos que vi dele,gosto de Quatro Vidas de um Cachorro).
Enfim: "tudo lindiu, maravilhoso"...mas aí, em dezembro de 2017, Hallström tivera problemas de agenda, e com a Disney chamando ninguém menos que o próprio Johnston para continuar tocando o filme (detalhe que o filme havia terminado de gravar em janeiro do mesmo ano),mas Joe no caso foi chamado para refilmar um monte de coisa por 32 dias com um roteiro novo feito por Tom McCarthy (Spotlight), ainda que Ashleigh Powel ainda recebesse o crédito final por isso, mesmo com o filme seguindo nada que ela tinha escrito. Lasse, no entanto, não foi assim desassociado do projeto, já que retomou seu trabalho na pós-produção,e no fim, ambos (ele e Joe) ganharam créditos como diretores....e eu preciso dizer mesmo que o filme ficou mais caro por conta disso?

E bom, com essa "mini-explicação" em mente, podemos dizer que O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos é mais um filme do próprio Johnston, do que do outro cara. Logo, o cacete vai pra ele SIM: não é novidade que já não é de hoje que a Disney tem tido problemas com seus filmes live-action realmente "originais", já que praticamente todos eles ultimamente flopam (John Carter, O Cavaleiro Solitário), Tomorrowland e, no MESMO ano de Quebra Nozes (2018 no caso), a Disney já armagava prejuízo por conta de Uma Dobra no Tempo, que levava uma surra ironicamente de um filme que tinha algo a ver com a própria Disney, no caso Pantera Negra. E essa bomba aqui, lançada mais precisamente em novembro, não foi diferente.
Primeiro que o Quebra Nozes em si já foi contado e recontado sei lá quantas vezes (então a Disney deveria no mínimo ter tentado fazer algo novo),pro público se interessar,e com um diretor já acostumado com fantasia como Johnston, não seria impossível. Contudo, o filme simplesmente parece um enlatado de outros filmes da própria Disney: como eu já vi sendo citado em uma análise (no caso do Cromossomo Nerd), O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos visualmente é meio parecido demais com Oz, ou mesmo com o próprio Alice no País das Maravilhas do Tim Burton (mas sem aquele charme desse último quanto à isso). Ele parece assim apenas uma espécie de derivado de um desses 2, misturado com algum filme de princesa, como o live-action de A Bela e a Fera.

E se o Quebra-Nozes original tinha (como dito lá) como grande destaque a trilha sonora, o Quebra Nozes de Johnston nem mesmo dá espaço para a trilha entrar. Pior: ela aparece timidamente apenas em alguns momentos onde servem apenas de fundo musical ou de transição, o que não dá pra entender (e é até irônico pensar que 2 anos depois),a própria Disney teria entendido o que faltou ali ao fazer Hamilton. Talvez, até por aquele filme ter sido mais uma adaptação mesmo do que deveria ser, do que uma tentativa frustrada de criar um mundo de fantasia que simplesmente não tem personalidade, ainda mais quando se percebe que grande parte dos efeitos visuais, quando olhados com atenção, soam ter texturas plásticas e sem vida (e em uma obra como essa),sofrer com isso é querer cravar o próprio fracasso.
E mais uma vez, Joe Johnston tinha em mãos um bom elenco para se trabalhar em cima. Mas ao invés de fazer isso no modo Primeiro Vingador, ele volta a fazer do modo O Lobisomem (ou seja),lá vem sub-aproveitamento: Mackenzie Foy se vira como a protagonista, e fica só nisso. Keira Knightley, entrega uma personagem insuportável. Helen Mirren, o seu papel poderia ter sido pego por qualquer zé qualquer, que nem precisaria ser ela necessariamente. E o Morgan Freeman....
O que raios o Morgan Freeman tá fazendo aqui?! Será que ele tava precisando pagar umas contas? 

E...é isso: O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos é tudo aquilo que um filme de fantasia de Joe Johnston jamais deveria ser. Genérico, sem alma, e nem mesmo com um pouco de fantástico, de fato. Quem sabe Johnston tenha apenas aceitado se envolver nisso pelo fato da Disney, como ressaltado ao longo dessa saga, ter papel essencial para o alavancar de sua carreira (e mesmo com isso em mente), ele deveria ter sabido separar gratidão, de aceitações equivocadas (e como ele próprio declarou sobre O Lobisomem), ele deveria ter feito esse filme porque queria mesmo,e não parece nem um pouco que foi o caso.

O resultado não poderia ter sido outro: o filme foi massacrado pela crítica, que ressaltou a falta de charme se comparado à obra que o longa se baseava, falta de uma fantasia realmente atraente, CGI questionável, trama genérica, além de atores que se não fosse por contrato ou por dívidas, claramente não gostariam de estar ali. O processo também, como já mencionado, acabou custando caro para o lado financeiro: se originalmente o filme custava seus 120 milhões, com as tais refilmagens, ele acabou custando em volta de 133 milhões (e no fim das contas), ele arrecadou apenas 173 milhões durante seu tempo nos cinemas. 
Mas se você acha que essa saga já se finalizou...não ainda,na verdade: a verdade é que a trajetória de Joe Johnston até aqui poderia ter chegado à um ponto um pouco diferente daquele que eu terminei aqui de contar. Tudo isso,por causa de uma notícia:
É,meus caros. Em 2017 ainda (durante a Comic-Con de Paris), Joe Johnston anunciava que, pelo menos naquele momento, pretendia se aposentar, ao completar seus 30 anos de carreira ao dirigir:
As Crônicas de Nárnia - A Cadeira de Prata. Como se sabe, as 2 primeiras adaptações da franquia (O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa e Príncipe Caspian) foram feitas pela Disney, enquanto que a Fox cuidou do terceiro (A Viagem do Peregrino da Alvorada). E para este quarto filme, a TriStar Pictures (subsidiária da Sony) é quem iria cuidar da série a partir de agora, ao fechar uma parceria com o produtor Mark Gordon (O Dia Depois de Amanhã) para produzir, e com uma nova equipe criativa para criar uma nova abordagem que serviria como um reboot da franquia (vale dizer que A Cadeira de Prata é o primeiro livro por ordem de publicação da série que não conta com a presença de qualquer dos irmãos Pevensie), onde está narrada somente a volta de Eustáquio até Nárnia na companhia de sua amiga Jill Pole, do qual o estúdio fez uma oferta para Millie Bobby Brown ser a mesma. Além disso, a partir desse livro, a história perde sua ordem cronológica (tanto que o quinto livro, O Cavalo e seu Menino) narra acontecimentos que ocorrem no tempo descrito num parágrafo de O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa.
Com isso, a Sony poderia continuar a série sem muitos problemas cronológicos, vide por exemplo O Sobrinho do Mago, livro este que narra as origens de Nárnia (e apesar de tudo),escolher Johnston para dirigir era uma escolha no mínimo interessante (lembremos que por muito tempo), Jumanji foi o maior sucesso financeiro do diretor, justamente com um filme da Sony. 

"Levará uns dois anos para fazer o filme, mas não poderemos começar a filmar até o próximo inverno [europeu e americano]. Estaremos na Nova Zelândia, na ilha do sul, e será verão lá embaixo. Em seguida, pós-produção e efeitos visuais, e tudo demorará mais um ano. Então, será em 2019 [o lançamento]",declarou Joe na época, enquanto também falava que este seria seu último projeto antes de se aposentar: "Simplesmente estou pronto para ir para outro lugar agora". 

Mas o filme acabou nunca saindo do papel (e a série acabou indo parar na Netflix),apesar dela já não falar sobre seus planos para ela já faz um tempo,o que incluía não só filmes,como séries de TV. E Johnston, pelo jeito acabou mudando de ideia quanto à sua aposentadoria,já que nunca mais falou do assunto. Na verdade, nem seu próximo projeto de fato vem sendo falado com essa mesma promessa.

🗯 Mas Afinal: O que Aconteceu com o Joe Johnston?
A tão famigerada pergunta que permeia não só o título de toda essa saga, mas todo o caminho percorrido por ela. E sua resposta, no entanto, não é tão complicada assim:
É,eu sei. Mas, pensando bem, realmente: não aconteceu "nada" com Joe Johnston. O trabalho mais recente e bem sucedido do mesmo (que na verdade já vai fazer 10 anos) em Primeiro Vingador mostra que o cineasta ainda entende, dentro de si,o que o fez ser um diretor tão querido. Um cara, que até não chegou a ter seu nome como sinônimo de hype (pelo menos não dá mesma maneira) que outros grandes conseguiram, como o próprio Steven Spielberg (que também encarou um período estranho em tempos mais recentes), mas que para quem prestava atenção nos "Directed" da vida nos créditos, foi um nome que conseguiu entregar grandes filmes.
No entanto, é inegável que o mesmo fez escolhas questionáveis seja na produção, ou mesmo na simples escolha de projetos para se envolver nos últimos anos. Vimos na terceira parte mesmo que Jurassic Park III literalmente foi gravado sem um roteiro pronto por completo. Hidalgo,acabou sendo mais uma resposta de desespero do diretor ao resultado de seu projeto anterior. E O Lobisomem (como visto na quarta parte) e o Quebra Nozes e os 4 Reinos acabaram sendo projetos problemáticos que, com um pouco mais de bom senso do próprio Joe, poderiam não estar relacionados à seu nome, ainda que esse primeiro tivesse ainda o fator necessidade de dinheiro envolvido. E Negócios Mortais...sinceramente? Pareceu apenas um momento "de foda-se" dele.
Por outro lado,isso já não aconteceu com Primeiro Vingador. Claro, ele não passou perto de ter uma produção conturbada para isso,mas que também teve contribuição do próprio diretor para isso não acontecer (o próprio resultado final, e o tom deixado em entrevistas) mostravam claramente que ali, não era um cineasta apenas dirigindo um filme. Era o que Joe Johnston, simplesmente, costumava fazer em seu início de carreira como diretor em 1989,e o que ele fez durante toda a década de 90: fazer filmes porque ele realmente acreditava neles (mesmo que eles não vingassem exatamente no período exato onde eram lançados), financeiramente falando. Hora, estamos falando ainda do cara que criou o visual do Gigante de Aço (sim, aquele Gigante de Aço).

Logo, ainda há tempo para que Joe Johnston nos possa mostrar uma segunda revigorada que, mais uma vez,ele precisa, e marcar assim mais forte presença no cinema novamente (principalmente no que sempre foi o seu forte quando realmente tem interesse),que é a fantasia. No entanto, fica a dúvida se isso pode ocorrer, de fato, no próximo passo do cineasta: Shrunk (uma espécie de reboot/sequência de Querida, Encolhi as Crianças para o Disney+), e que contará com o retorno do próprio Rick Moranis como o cientista Wayne Szalinski, personagem principal do longa de 89 (o filme será no entanto protagonizado por Josh Gad),que será o filho de Wayne 30 anos depois do primeiro filme. 
E mas do que para qualquer um envolvido nisso (até para Moranis, que saiu da aposentadoria para o mesmo), esse projeto mexe principalmente com os primórdios do próprio Joe Johnston, até porque tudo começou com o que foi, por um período considerável de tempo, um dos maiores sucessos da Disney. Será que ele fará esse filme com isso em mente (ainda mais quando envolve a sua própria história), ou ele vai apenas mexer com o próprio passado, apenas para se queimar de novo? Bom, veremos (mas eu é que não boto minha mão no fogo por ele),desde que me anunciaram isso.

E é aproveitando essa última parte que eu digo, enfim: veremos o que Joe Johnston nos reserva a partir de agora. Atualmente com 70 anos, ele ainda pode render muito (hora, nós aqui demos até a ideia dele dirigir certos parceiros do próprio Steve no futuro em uma certa série),e só nos resta esperar para ver que ele não só pode,como DEVE ver que ele é mais que isso. Porque diferente do que alguns hoje em dia podem achar, Joe Johnston não é apenas o diretor do 1° Capitão América. Ele é o diretor do próprio Querida. The Rocketeer. Pagemaster. Jumanji. E claro, Céu de Outubro. 

Resta ver, se ele ainda se lembra disso. E eu realmente gostaria que fosse o caso.

                 


Por: Riptor 

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