sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

FM Fics: Pedro - Parte 6



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2 Dias Depois              
                                
 

Pedro estava naquele momento andando pelas ruas, e sem deixar de esconder sua preocupação enquanto passava pelo Restaurante Walther. Tia Maria já havia comentado com o mesmo que tinha ouvido alguma coisa envolvendo o pai de Fernanda, que teria passado por "algum pesar", e com o próprio restaurante em si estando pouco visível. Era agora, na verdade, um emaranhado de fitas fechando a área, ainda que Pedro já imaginasse que era, obviamente, pela bagunça que ocorreu nos últimos dias.


- "Espero que ele esteja bem, ao menos" - Pensava o garoto. Ele até já tentara ligar para Fernanda para saber alguma coisa, mas seu celular não atendia. Ainda havia um clima estranho ali, que Pedro não sabia da onde teria vindo (ou mesmo do que seria). Fernanda estava meio estranha nesse meio tempo, essa é a verdade.


A mesma, por falar nisso, estava no momento em um hospital, para tentar acompanhar o pai um pouco. Um médico então a chamou para a atualizar sobre:


- Então, como ele está?


- Felizmente bem. Para a sorte dele, nenhum órgão vital foi atingido - Dizia o mesmo, enquanto verificava papéis de exames.

- Eu posso vê-lo?


- Claro, ele ainda vai precisar de um repouso, mas sim. Só por favor, não o acorde.


Fernanda então entrara aonde o pai estava. Estava mesmo bem, ainda que dormindo (e como recomendado), ela não o acordou, ainda que não tenha resistido em pegar em sua mão novamente. 


"Felizmente eu não vou ficar com pelo menos esse peso na consciência", pensava a mesma. "Mas eu ainda tenho outros para lidar".


Dito isso, Fernanda se despediu do pai, antes de sair do local. O seu celular, prontamente, voltou a tocar.


- Alô?


- Bom que foi atendido dessa vez! - Dizia Pedro, tentando ser bem humorado com a colega.


- ........


- Ahh, eu..ele tá bem?


- Sim, eu acabei de visitar o mesmo no hospital.


- Uhh...ainda bem! O Sr. Walther não merecia de jeito nenhum passar por esse tipo de coisa.


- Ehh, e...Fernanda...


- Hum


- Tá acontecendo alguma coisa com você? É que você vem estando meio...."esguia", seria a palavra? Tipo, imagino que toda essa situação tenha realmente te abalado. Você sabe que, eu sei como é isso. Sem a mesma sorte do seu caso, mas não deixando de ser algo que te afeta.


- Eu....só estive com a cabeça em outras coisas, Pedro. Apenas isso. Você sabe que eu não caio facilmente 2 vezes no mesmo buraco.


- Ehh, "buraco" imagino que seja esse tipo de pesar também, né? Acho que realmente você devia falar pro seu pai repensar horários pro trabalho dele, pelo menos por enquanto.


- É, tipo isso. Não se preocupe, no entanto. Vou resolver os mesmos, e no fim das contas, serão apenas lembranças ruins.


Dito isso, Fernanda desliga o celular. Pedro estava se sentindo melhor por ter conversado com ela. Apesar disso, ele ainda sentia alguma coisa em si que o deixava aflito com aqueles diálogos.


Se passara algumas horas, e enquanto Pedro nesse meio tempo se preocupava com estudos (ainda que ele estivesse de olho na nova que saiu na TV), o mesmo já não podia ser dito de Fernanda. A Gata Negra estava nos arredores do terreno de Fisk, já com o que devia ter equipado, olhando para uma poça de água. 


Não que houvesse algo de especial nela, a não ser o próprio rosto da mesma. Mas era justamente o que não havia ali, que a prendia a olhar ali: pensamentos.


- O que tanto olha ali? - Perguntara Mitri, enquanto fumava.


- Nada. 


- Não me parece nada, visto nos seus olhos. Eu já aprendi que eles podem falar mais do que frases escritas.


- Ahr...digamos, que esse nada é justamente sobre cegueira. 


- Cegueira? Interessante. Pensei que gatos bem treinados não tivessem isso.


- Até eles erram. Todos nós erramos, quando não percebemos algo que sempre esteve ali.


- Uma verdade. Uma bela verdade - Dizia ele ao jogar seu cigarro ao chão, que rapidamente era apagado por uma leve chuva que ali caia.


Fernanda ficara em silêncio, antes de dizer: 


- Ao menos quando ela aparece, tudo fica claro desde o começo. E é aí que você se aproveita disso. 


- Mas então, o que tem pra mim?


Mitri então se virara, para esconder o sorriso, que agora estava em seu rosto ao ver a chuva. Ele respondera logo em seguida: 


- Bom ladra, no caso um tipo fácil, mas nem tanto, depende sempre de você. É na área que formaram recentemente ao redor do Edifício Copan, desde que ele foi adquirido por alguém. 


- Sabe o nome do figura que bancou essa brincadeira? 


- Bom, posso lhe dizer que ele não mora na região, e sim no Rio. Não que ele seja de lá, mas sabe como são esses caras: eles compram essas coisas enquanto tomam café falando no telefone. Apesar que nós sabemos como é isso com você sabe quem, ainda que não nessas proporções. 


No caso, o que precisas me trazer é uma carga que estará dentro de um caminhão de pequeno porte, que estará sendo vigiado. 


- Ok, parece fac...


- E ladra, por favor: sem rastros. E se acontecerem..bom, você sabe.


- Eu...


- Rastros, minha cara, você apaga. Eu sei que você entendeu. Não percebemos algo assim para errarmos de novo, não é mesmo? 


Fernanda apenas mexeu a cabeça positivamente. E apesar de ter essa missão como pensamento de prioridade agora, não podia negar que aquilo apenas intensificou, outro. 


Gata Negra então demora um tempo até chegar ao local, onde lá estava o dito alvo. E como dito por Mitri, realmente vigiado, claro.


- Soube daquele caso naquele restaurante? - Perguntava um dos caras ali armados à outro.


- Sim, afinal estou tendo hora extra por causa disso, já que o dono dessas coisas quer evitar ainda mais acidentes agora.


- Nossa, foi mal..eu só queria puxar assunto - Dizia o outro. Fernanda apenas se esgueirava enquanto ouvia tudo.


- Bom, já que quer, lembrem-se de desligar essa mira laser assim que ver autoridades ou...


- O Homem-Aranha?


- É. Não estamos devendo, mas não permitem essas coisas aqui. Fora isso, não vamos ter problema.


- Claro, quem mais poderia ser problema pra nós com isso.


- Nada que não desse pra controlar 


- Eu não pensaria tão pequeno assim


Dito isso, Gata Negra rapidamente puxara um deles para trás ao tapar sua boca, antes de ir para cima do outro, que rapidamente tentou puxar uma faca.

0:03



- Parece que não foi o "Homem-Aranha" o seu problema - Dizia ela ao limpar as garras. Ela havia conseguido evitar que aquele barulho fosse ouvido por mais alguém.


- Miguel, câmbio. Miguel, responda - Dizia um outro cidadão armado ali perto, em referência à um dos caídos. - Qual seria a dificuldade de me responder.  


Fernanda então atraira o mesmo para um canto, antes de pular em seu pescoço, agora quebrado. Fizera mais uma distração, antes de enfim furtar o que precisava. Saira então dali, rumo ao encontro de Mitri, novamente.


- Está aí - Dizia ela ao entregar a maleta que tinha obtido ao mesmo. Ela já se virara para ir embora, antes de ser parada pelas palavras do mesmo.


- Parece que você precisou silenciar por "tempo indeterminado" alguns para conseguir isso - Dizia Metri, ao ver a maleta com alguns pontos vermelhos. Vindos, graças às garras de quem o entregou.


- Você..


- "Já não tinha me citado que se acontecesse, eu...", É. Mas, como eu sei que você não é muito desses métodos....bárbaros, quem sab...


- Eu só tive ferimentos, só isso. 


- A Gata precisa treinar mais, então. 6 vidas sobrando! - Dizia ele, de forma sarcástica. 


- Mas não fique assim, SE acontecer. Existem casos, onde o alvo não merece misericórdia....- Dissera Mitri, enquanto Fernanda (que já tinha sido dispensado de seus serviços), iria virar para outra rua.


- Afinal, garota. Diferente de você, eles não ligariam se você fosse morta, ou mesmo presa no lugar deles. Alguns deles poderiam até criar a idéia de que são, heróis, se acontecesse.


Fernanda então havia parado de andar. Ela já tinha virado a rua. E novamente, um sentimento forte empregnava sua cabeça. 

- Eu realmente não vou cair no mesmo buraco


Dito isso, a Gata Negra fora em uma direção oposta à aquela que estava seguindo. Seu rumo era justamente aonde estava a pouco tempo, agora para entrar novamente no terreno de Fisk.


- Eu reuni vocês aqui para falarmos de negócios. Já não basta as minhas ações terem caído consideravelmente, por x fatores, eu ainda estou torrando ultimamente mais do que eu deveria nesses "investimentos" dos quais vocês deviam me recompensar. O que NÃO está sendo a droga do caso! 


- Bom Fisk, você sabe o meu históric...


- Eu não sou um museu para viver de dados passados, Gargan! - Dizia Fisk, enquanto batia fortemente sua mão na mesa onde estava. - Injetei dinheiro na sua lata velha verde, e o que você me deu em troca ultimamente? 


Rastros que podem vir até mim, e atenção desnecessária! 


- Mas veja bem, não é dito aqui que se possível não deixe testem..


- Você entendeu o que o Chefe quer dizer, Marcos. Ele não liga se você deixar mortes no caminho, desde que ele saia no lucro, o que não está acontecendo. Principalmente quando você não consegue algo de um alvo que pode muito bem desconfiar que tem coisa a mais ali - Declarou Mitri.


"Puxa-Saco do cara.." - Pensava o Escorpião, antes de prestar atenção novamente à Fisk, ao ver como estava sua face.


- Hey Mitri, onde está o...


- Dessa vez é SR. MITRI, pra você.


- Argh...ok, SR. MITRI: e o Cabeça de Aquário? Eu vou levar porrada sozinho aqui? Vou nem falar de você sabe quem....


- Bom ouvir seu mal humor de novo, Gargan. Pelo menos é menos repetitivo que aquela cela - Declarou ao chegar ali Queiroz Beto. Vulgo, Mysterio, se preferir (havia conseguido fugir mais uma vez da prisão).


- Infelizmente Fisk, não consegui trazer comigo o meu parceiro de pouco cérebro. Ele teve de ficar na colônia de férias, porque parece que o brinquedinho dele pifou feio mesmo dessa vez. 


- Tá, tá. Nem me recorde, que aquilo com certeza só será no fim do dia, mais prejuízo pro meu bolso. 


- Por sorte, o meu ainda está quase intacto. Acho que só uma polida vai ser necessária - Dizia Queiroz com um sorriso falso.


- Pelo menos mostra que você não é totalmente dependente da sua "magia" de araque - Cutucou Gargan.


- Imagino se eu poderia dizer o mesmo de você sem seu traje de inse...


- SILÊNCIO! É por causa dessas distrações tolas de TODOS vocês, que aquele moleque consegue acabar com tudo. Junta com a merda que está acontecendo internamente, e é capaz de eu entrar no vermelho inteiramente por causas de vocês! E eu tenho problema nenhum se eu precisar "cortar gastos" para evitar isso! 


Nesse momento, Fernanda decidira chegar realmente até ali.


- Olhem só quem é. Bom te ver de novo, minha cara. Ao menos, é mais civilizada que alguns gorilas aqui presentes. 


- Bem vindo de volta, Beto. Vejo que o clima está meio acalorado.


- Para dizer o mínimo, garota.


- Pelo menos agora todo mundo está aqui pra levar o sermão, né? Menos o grandalhão  mecânico.


- A questão é que realmente precisamos parar com essas nossas briguinhas, se quisermos mudar alguma coisa. O que inclui, atingir o catalisador de tudo isso estar dando errado.


- Vou adivinhar: Muleke-Aranha?! - Dizia Gargan.


- Você o subestima, e é por isso que sempre fracassou diante dele. 


- Como se você tivesse realmente dado O jeito nele não é mesmo garota? Sendo que até soa que você estaria...


- O QUE VOCÊ ESTÁ INSINUANDO?! - Dizia a Gata Negra, com os olhos e voz, em fúria. Fisk e Mitri, todavia, apenas observavam, sem se intrometer.


- Wooow...pra alguém que era considerada mais "civilizada" por nosso colega de trabalho ali, não me recordava de tanta raiva guardada em você. 


- Eu só não gosto de insinuações sem fundamentos, Gargan. Eu não tenho medo de você. E não teria problema nenhum de, assim como o garoto das teias fez, deixar uma marca nova no seu rosto.


Gargan ficou em silêncio. Em condições normais, ele não deixaria naquele caso as coisas tão baratas assim. Todavia, ele percebeu que as coisas não estavam à seu favor.


- E você teria algo em mente quanto à isso? - Perguntou Fisk, curioso para ouvir a resposta.


- O Homem-Aranha não é invencível, mas é perspicaz. Essa é a sua vantagem. No entanto, ele também acha que há limites para certos de nós. Explorando isso, a teia dele cai.


- Até faz sentido - Dissera Mysterio. 


- E quem seria estes certos? - Perguntou Gargan.


- Eu posso me usar de exemplo. Normalmente o meu negócio são coisas menores. Eu sirvo mais de ajuda para alguns (não é mesmo Gargan?), do que para ser o cérebro disso. Ele já deve ter percebido isso. Logo...


- Hora de inverter as peças de lugar - Dissera Fisk, com um sorriso escondido. - Acho que valerá a pena ver até onde esse pensamento vai.


- Não precisa se preocupar com investimento, Fisk. Eu já tenho uma idéia do que eu vou fazer. Só vou precisar da carta branca para isso.


- Considere ela dada, então - Dissera Fisk, que decidiu se retirar dali, acompanhado de Mitri.


- Vocês 2 podem ir, se quiserem. Irão saber o que vem a seguir da minha parte em breve. 


Queiroz? 


- Sim?


- Já posso antecipar que vamos precisar do seu parceiro enjaulado. 


- Hum, certo. Me soa que será eu quem vai cuidar disso - Dissera Mysterio, que se mostrava animado com aquilo. 


Mas antes que Escorpião pudesse também sair, Fernanda o chamara:


- E Gargan...


- Ahh, sim? O que você quer agora?


- Eu sei que você, dos que vão me ouvir, é o que tem com o Aranha, mais...


- ÓDIO 


- É, imagino. E imagino que se aparecer a oportunidade...


- Eu o mataria! 


- Aí está: você não vai fazer isso. 


- Mas o qu...


- ELE É MEU, ESTÁ ENTENDIDO? EU vou resolver isso - Dizia a Gata Negra ao apontar para a garganta de Escorpião.


- Ahh...ok, ok. Estou ficando realmente curioso para saber o que aquele Cabeça de Teia fez para você ter tanto ódio contra ele.


- Mais do que uma cicatriz no rosto, Gargan. Meu plano, meu planejamento, meu alvo. Você só vai ajudar o processo. Agora vaza.


Gargan então já iria sair dali, antes de dizer:


- Como dito, estou ficando realmente curioso para saber o que o Homem-Aranha fez para você ter tanta raiva dele. Conhecendo seu histórico, não acho que foi por causa de um roubo que ele impediu! 


E vou falar: mesmo eu não iria querer estar na pele dele nessas horas! - Dizia o mesmo já com um sorriso no rosto. Mitri, ao contrário do que soava, ainda estava ali escondido, e ouviu tudo antes de realmente sair dali.


- Chefe, eu acho que deu certo. Mesmo. Parece é que eu consegui outro.


- Depois do que eu ouvi ali, podemos cravar que sim. 


- E vide o que o senhor me contou...- Dizia Mitri, com um sorriso escondido. - Mas será que...


- Não se preocupe, Mitri. O ponto, é justamente o que ela mesmo, disse: nosso problema acha que há limites para certos deles. Ela é um desses casos.


- Mas agora, eu cortei o que fazia ela ser isso. 




- E o nosso Amiguinho Aranha, só vai descobrir isso de última hora.   


Por: Riptor

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