terça-feira, 23 de março de 2021

Six Days in Fallujah ganha Trailer de Gameplay





11 anos depois de ter sido cancelado pela Konami sob críticas da imprensa, do exército britânico e de grupos anti-guerra, Six Days in Fallujah (conforme reportado aqui) acabou sendo ressuscitado esse ano pela Highwire Games, e chegará ao PC e outras plataformas ainda em 2021. E agora, ele recebeu, de fato, um primeiro trailer de gameplay.


Caso você não conheça (ou mesmo não se lembre do caso), Six Days in Fallujah foi cancelado em 2009 pela Konami, após a empresa receber acusações de que se basearia em um cenário onde crimes de guerra foram cometidos. No caso, na cidade de Fallujah (Faluja em português) que foi destruída durante a Guerra do Iraque em 2004, e com entidades humanitárias acusando soldados norte-americanos e britânicos de massacrar a população local. De acordo com registros historiográficos, cerca de 1 mil de moradores de Faluja morreram durante as ações militares no país do Oriente Médio (e com isso, as discussões sobre o jogo eram de que nenhuma produção artística ou cultural deveria "glorificar" os crimes cometidos na região), já que o game chegou a ser acusado de ainda "exaltar o nacionalismo norte-americano". Com isso tudo dito, a Konami e a Atomic Games acharam realmente melhor cancelar o jogo, agora ressuscitado (e reformulado) pela dita Highwire Games, em conjunto com a Victura (o estúdio trabalhou assim em conjunto com mais de 100 fuzileiros, soldados e civis iraquianos que estavam presentes durante os eventos), com a intenção de entregar realmente uma experiência “próxima às táticas do combate moderno”, sem ligação com o que vinha sendo feito no jogo original.


Com isso relembrado, conforme já dito aqui, o game recebeu um trailer de gameplay pela Victura (via IGN), e que conta com a participação do veterano soldado americano Jason Kyle, que revela momentos tensos da Batalha de Faluja. No trailer, ainda se pode ver que o jogador poderá dar ordens específicas para o esquadrão, como pedir para abrir portas, e dar cobertura (além disso, a Highwire Games apresentou a tecnologia de “Arquitetura Procedural”) presente no game. Na prática, o objetivo dela é oferecer uma “experiência autêntica de guerra”, ao remodelar todo o cenário após cada batalha. 


"Memorizar mapas é falso. É simples assim. Limpar um prédio ou bairro desconhecido é assustador. Você não tem ideia do que está para acontecer, e esta é uma das razões pelas quais tivemos tantas baixas", declarou o sargento Adam Banotai (líder de um esquadrão de fuzileiros navais em Faluja) sobre a imprevisibilidade de uma verdadeira guerra. O diretor criativo do jogo, Jaime Griesemer, também fez seus comentários, ao revelar que a equipe de desenvolvimento teve esse retorno dos soldados, e demorou um bom tempo para implementar a tecnologia.


"Quando ouvíamos continuamente esses caras, você já entendia que nunca se sabia o que se podia esperar, quando você entrava em uma casa, ou abria uma porta. Não dava para prever o que aconteceria do outro lado. E em um videogame tradicional, isso se aplica à primeira vez que você joga, certo? Você está jogando em uma missão de campanha, você abre a porta com um chute, e acaba que é uma emboscada. E talvez eles te peguem, certo? Você volta para um ponto de controle, volta para a mesma porta. Você já bateu no primeiro cara antes mesmo de abrir a porta. Essa não é a experiência que esses caras tiveram, certo? Eles tiveram uma chance. E como vamos recriar isso em um game? Então, passamos meses, beirando anos, desenvolvendo essa tecnologia que nos permite recriar seções inteiras da cidade dinamicamente"


Six Days in Fallujah ainda não conta com uma data exata de lançamento. Recentemente, a Victura declarou que apesar do jogo não ter como objetivo "apoiar lados", o mesmo será “inseparável de política" (afirmação que meio que contradiz um comentário do diretor executivo Peter Tamte no mês passado), que declarou que o game "não levantaria questões políticas". A empresa esclareceu, que há momentos no game com trechos de um documentário com militares e civis, onde eles opinam sobre a Guerra do Iraque. E como não poderia deixar de ser, essas pessoas discutem tópicos sensíveis, o que inclui decisões políticas.


Por: Riptor
Fonte: MeuPlayStation

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