sábado, 12 de junho de 2021

Welcome Back, Mr. Laufeyson

 

O Post a Seguir contém SPOILERS, então se ainda Não viu, Leia por sua Conta & Risco 


Após um mês de 'pausa' (que parecia mais longo que isso), eis que a Marvel Studios retorna mais uma vez para ser um dos assuntos ao longo da semana, agora com a série do Loki. A expansão do universo cinematográfico da empresa, agora com o uso do Disney+, realmente vem se mostrando de grande benéficio para a franquia, seja ao desenvolver de fato personagens coadjuvantes para serem os novos principais (Wanda se tornando de fato a Feiticeira Escarlate, e Sam o novo Capitão América), ou mesmo na introdução de toda uma nova leva.  


Mas o que fazer com quem sempre conseguiu roubar a cena para si? Bom, é o que o episódio piloto da vez, se focou em responder. De uma forma mais direta ao ponto, vale dizer.

Seguindo a deixa deixada por Ultimato, com Loki fugindo com o Tesseract (após outro desvio causado pelas viagens no tempo dos Vingadores), não demora muito para que série logo coloque o Deus da Trapaça na mira da Autoridade de Variância Temporal (ou TVA), para deixar mais fácil. Uma espécie de grande escritório fora do tempo e espaço, projetado justamente para manter a existência dentro de seu rumo predeterminado, e dando um jeito de impedir que seres o alterem...como é o caso do próprio Loki, claro. A partir dali, o tempo quase que inteiramente é gasto para apresentar esses figuras, ao mesmo tempo que se acompanha como o próprio protagonista se vê diante dessa agência. E como isso tudo, realmente o afeta.


É realmente interessante pensar nesse detalhe: tanto em WandaVision, quanto em Falcão & Soldado Invernal, os personagens principais tiveram seu arco psicológico, envolvido (fosse a ilusão, e a superação do luto de Wanda), ou os pensamentos sobre o que o mundo acharia se você representasse um símbolo tão grande como o escudo, passados pelo Falcão. Loki também passa por isso em sua série...mas com um baque deveras maior, logo de cara, para ser processado. E ele obviamente não reage muito bem a isso.

A verdade é que talvez isso não funcionasse tanto, se o Loki aqui presente não fosse justamente, aquele, que ainda estava com o gosto amargo na boca, por perder para os Vingadores. Arrogante, prepotente (e ainda de fato com aquela áurea de vilão), o Loki 2012 se vê diante de uma estrutura tão burocrática como a TVA (que não se importa em explicar para ele o que está acontecendo ou como ele foi parar ali), e simplesmente, não acha uma maneira para de fato, estar sobre o controle da situação. Não é ele, afinal, que joga os dados. 


Isso coloca o mesmo realmente em um cenário desconfortável, acuado, onde sobra para ele, palavras como "forma de defesa". "Você não sabe com o que está lidando!" Sim, eles sabem. Talvez até já soubessem, que você falaria isso. É realmente divertido ver aqueles diálogos ácidos daquele Loki, que não consegue por um tempo deixar a ficha cair, até perceber que, de fato, é mais uma sardinha, em um mar de tubarões. Quase uma sessão de terapia forçada, comandada em especial, pelo Agente Mobius, que rende de fato uma ótima dupla com o anti-herói.

O piloto sabe se aproveitar do retorno ao estado mais arrogante do protagonista, para explorar suas motivações, além do seu lado psicológico. A sequência onde Loki praticamente revê a sua trajetória (o que inclui o que ele ainda viveria, como a morte da mãe ocorrendo por sua culpa, ou mesmo a sua própria), realmente mexe com o personagem, que por um instante consegue escapar, até se deparar com várias Joias do Infinito sendo usadas ali, como meros pesos de papel. E levando em conta que sua linha do tempo foi resetada, não sobra muito mais resistência a ele, na hora de aceitar ajudar a TVA a resolver certos problemas...bem específicos. ​É algo que certamente vai ganhar mais peso ao longo da série.

No fim das contas, ainda que tenha de ter sido o piloto mais introdutório da Marvel até agora (até por ter de apresentar uma série de conceitos), Loki demonstra realmente ter bastante potencial, logo de cara. Pouca ação e muito mais conversa? Pode ser, mas quem disse que isso é um problema — afinal, como o próprio Mobius aponta, não há nada que Loki goste mais, do que falar. Junte a isso um mistério já plantado, que deve se desenrolar de forma imprevisível, e é nisso que estará a grande graça. 


Afinal, imprevisibilidade, é justamente o que se espera do irmão de Thor.


Por: Riptor

Fonte: CinePop

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