sábado, 4 de setembro de 2021

Mystery & Madness

O Post a Seguir contém Spoilers, caso ainda Não tenha visto. Logo, esteja ciente Disso


Após uma primeira entrada satisfatória, What If realmente continua mostrando que o básico, ficou no primeiro episódio mesmo (não que isso seja algum demérito à aventura da Capitã Carter), como eu pessoalmente já ressaltei no post passado. A brincadeira agora fica ainda maior, do que "só" trocar um personagem, por outro! 


No caso do episódio 3, isso já é mostrado justamente pelo maior englobamento de eventos, todos remetentes à Fase 1 do MCU (e por consequência) a Iniciativa Vingadores, que Fury viria a estabelecer. Caso você não saiba, a franquia já chegou a ter seus próprios quadrinhos, e com o mais proeminente deles, sendo justamente a base para este capítulo: Fury’s Big Week (A Grande Semana de Fury) ou Prelúdio Os Vingadores: O Triunfo de Fury, como chegou no Brasil.

A história, publicada na época do primeiro filme da equipe, entrelaçava os eventos vistos em O Incrível Hulk, Homem de Ferro 2, e em Thor, dando de fato um contexto cronológico para os filmes. Com isso, foi estabelecido que os acontecimentos destes aconteceram no intervalo de uma semana, enquanto Fury e a S.H.I.E.L.D. acompanhavam tudo, além de influenciaram em certos acontecimentos. Tudo, é claro, para que a idéia dos Vingadores pudesse ocorrer. Pelo menos foi assim que foi, no universo base.


No que devia ser aqui apelidada de 'A Desastrosa Semana do Fury', todos os candidatos para a Iniciativa Vingadores, são mortos, antes que eles tivessem uma chance real de formar qualquer tipo de time. Primeiro Tony, depois Thor, Clint, Hulk (de uma forma que eu diria até pior) e nem mesmo Natasha escapa, de ter outro fim. Mas o que diabos está acontecendo aqui, e principalmente: quem está por trás disso? A graça, no contexto do MCU, é que a resposta acaba sendo justamente ainda um aceno, aos quadrinhos.


Hank Pym

Ainda há quem ache uma pena que a trilogia do Homem-Formiga não foi de fato protagonizada pelo original, e sim por Scott (até pelo personagem aqui já ter tido muitos de seus momentos heroícos) no passado. Além do fato que como o Jaqueta Amarela acabou virando outro personagem (e nem foi ele o criador do Ultron aqui), tirando o fato que ele até então havia 'perdido' a esposa, ele deve ter tido uma vida normalmente tranquila. O mesmo já não pode ser dito, da versão desse episódio: claramente perturbado pela morte da filha (que havia se juntado à SHIELD e morrendo "no cumprimento do seu dever"), ele não só assume sua faceta amarela, como realmente mostra que quer atingir Fury, custe o que custar. E se isso significa matar todos os recrutas dele, que seja.


A revelação acaba sendo realmente assim uma boa, que não se mostra óbvia de início, até que comecem a aparecer os vestígios, enquanto Natasha tenta solucionar o caso seja ao investigar a morte suspeita de Tony, ou rastreando Betty para tentar (em vão) impedir que o mesmo ocorra com Banner. Um bom clima de thriller, onde o responsável parece estar sempre a frente, e piorando a situação (que nem ao ser solucionada, com Fury tendo a ajuda de Loki, que viria atrás do irmão morto) dará algum descanso para todos. Afinal, sem os Vingadores, nada impediu o mesmo de colocar a Terra de joelhos. E por consequência, várias outras coisas nunca aconteceram, conforme já pensado por outros. O esquema de corrupção da S.H.I.E.L.D. nunca foi desmartelado, Ultron nunca foi criado (Sokovia nunca foi destruída) logo Zemo nunca se afundou em sua vingança, T’Chaka estaria vivo (o filho não seria o Pantera Negra), Wakanda não teria aberto as fronteiras, e Killmonger também nunca teria direito de desafiar o trono, já que o antigo rei ainda estaria vivo. E claro, a invasão Chitauri nunca teria acontecido (afinal Loki e Thanos se conheceram depois do primeiro supostamente morrer ao final de Thor), com o Titã Louco cedendo uma Joia do Infinito para que ele recuperasse o Tesseract. Sem ter 'morrido', e ainda fazendo um acordo com a Terra, Loki nunca precisou disso, e muito menos de um exército, já que já teria os asgardianos. Um movimento, e o tabuleiro já foi totalmente desvirado.

Por fim, quanto à este, a ponta no final (com Fury se encontrando com o ainda congelado Steve Rogers) acompanhado de Carol, deixa o mesmo gosto de que as coisas ainda não terminaram por aqui, como já ocorreu ao final do primeiro episódio, e que isso ainda vai se conectar. Afinal, ainda que a semana não tenha sido o que era planejado, o mundo (e o Multiverso) ainda deverão precisar dos Vingadores.


Agora o quarto episódio, focado no Doutor Estranho, é simplesmente o melhor da série até agora, em parte justamente pelo seu peso dramático, consequência mais uma vez de uma pequena alteração nos cursos da história. Mas como já visto em muitas, isso já pode ser o suficiente para resultados tragicamente catastróficos. 

Aqui, o X da questão para o surgimento do Mago Supremo é ainda o seu acidente com o carro (mas ao invés das mãos), ele realmente perde seu coração na forma de Christine Palmer, que estava acompanhada do mesmo, e acaba pagando o preço por sua arrogância. As coisas ainda seguem no geral familiares por mais um curto tempo (vide a própria vitória em cima de Dormammu), até chegar ao famigerado aniversário de 2 anos da morte de Christine, onde Strange acaba cedendo de fato ao questionamento se ele, agora, pode mudar de fato aquele acontecimento, com o uso da Joia do Tempo. Mesmo com a Anciã o avisando, que isso pode resultar em um colapso.


Strange o faz, e tenta inúmeras vezes mudar aquela situação, seja ao não tentar desviar de outro veículo, indo por outro caminho, ou mesmo simplesmente não se encontrando com Christine. A mesma morre de toda forma, já que ela é um ponto fixo, e fundamental para que o personagem pudesse ser, afinal, o Mago Supremo, e não há o que fazer (até porque no MCU), viagens no tempo nunca de fato mudam o futuro, apenas criam outras ramificações. Mas o personagem é persistente demais, para aceitar isso.

Ele vai atrás de conhecimento para tal na biblioteca de Cagliostro, e aí que começa a tempestade, com o mesmo pouco a pouco perdendo a sanidade, enquanto consome inúmeras criaturas & entidades mágicas para conseguir poderio suficiente, para seu objetivo. O visual mais sombrio, com olheiras e tudo mais, apenas ressalta que ele não tem mais ciência que aquilo já se transformou em uma obsessão visceral. Ironicamente, a única coisa que pode para-lo, é ele mesmo (existem aqui 2 linhas do tempo), no mesmo universo (a do Estranho corrompido), e outra, onde o mesmo não cedeu a idéia de tentar trazer Christine de volta. Loki já tinha colocado no jogo que há sim a possibilidade de se haver mais de uma linha do tempo no mesmo universo, mas não deixa de ser meio estranho, se você pensar nisso.

De qualquer forma, há o empate entre os 2, com o corrompido precisando se unir a sua outra contraparte, se quiser completar seus planos. Ele consegue, e enfim traz a amada de volta. Mas seu corpo e alma já pagaram o preço disso, e ele aparece irreconhecível. E o universo, já começa a pagar sua parte, até Estranho decidir jmplorar para que o Vigia faça alguma coisa dessa vez. Ele obviamente não o faz, e ao fim, tudo entra em colapso completo. E com ele, todas as tentativas em vão de Strange, em um final devidamente melancólico.

What If segue assim entregando mais uma boa rodada eficiente de histórias, incluindo em especial a sua melhor 'cria' até agora, se não for mesmo a melhor, no fim das contas. E é justo dizer que o 4° episódio, aliás, é ainda uma excelente forma de se ter um gostinho, do que se pode esperar de Doutor Estranho 2 (que se já era muito esperado), agora tem mais motivos para ser.


Por: Riptor

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