- Ah, isso é muito bom.
- Só também não exagere, Doutor.
- Rs, não se preocupe, Ellen. Sei controlar os meus impulsos.
- Uma observação nunca é demais - Declarou a funcionária ao mesmo, com um sorriso. - A propósito, já deixei os seus medicamentos naquela gaveta, caso precise deles.
- Agradeço.
Com isso dito, a mesma se retirou dali temporariamente, enquanto o mesmo arrumava suas coisas, ao ainda estar em sua sala de aula.
- Quem será que é a essa hora.
- Alô?
Mesmo atendendo aquela ligação naquele momento, o mesmo não ouvia nenhuma resposta do outro lado.
- Ah, alô quem fala?
(Ah)
- Olha, se for algum tipo de trote, eu sinceramente tenho mais o que f..
- Eu se fosse você não desligaria essa ligação. Pelo menos, não ainda.
Michael ficou em silêncio por um momento, ao ouvir aquela voz.
- O que foi, Doutor. O bicho comeu a sua língua? Rs.
- Mas você não estav...
- Isso não mudou, caso queira saber. Mas ainda achei um jeito de dar um "oi".
- Acho que já conseguiu o que queria!
- Pra que isso, Michael. Um lembrete dos velhos tempos, de nós dois.
- Aqueles tempos envolveram outra pessoa, completamente diferente de você.
- Hum...e o que dizer de você, então?
- O que você está querendo insinuar p..
- Se contenha, homem. Você é bom nisso, não posso negar.
- Mas......isso não faz, com que certas coisas não existam.
- O que você acha que vai consegu...
- A questão não é conseguir, Michael. Eu já consegui. Mas enquanto eu sou, mantido numa cela, você está ai, solto, vivendo sua vida. Vivendo o seu trabalho. Parece justo?
- Você sabe muito bem porque você está aí. Eu não sou..
- 'Eu não sou como você?' Talvez....pelo menos, é o que parece!
- Mas enfim. Eu vou parar de importunar você, era apenas uma chance, que eu não poderia jogar fora.
- Masss....
- Mas o que?
- Poderia te dar um conselho?
- Se isso significa que eu nunca mais vou ouvir essa sua voz, fale logo.
- Deixa sair.
- O que?
- Deixa sair, Michael. Deixa. Assim como eu deix...
- CALA ESSA BOCA!
- Dou....tor? - Perguntou meio assustada, Ellen. A funcionária havia voltado para a sala para saber se Michael precisaria de mais alguma coisa, antes de ver o mesmo claramente alterado, ao ter jogado o próprio celular no chão.
- Ah.....me desculpe por faze-la ver isso, Ellen. É que, alguns....seres, testam a nossa paciência. Me desculpe.
- Essas pessoas que ligam apenas para importunar de fato são difíceis de lidar, Doutor. Além disso, até as pessoas mais calmas que conheço, como o senhor, tem os seus limites.
- É, tem razão.
- O senhor precisaria de mais alguma coisa?
- Não Ellen, obrigado. Só preciso terminar de guardas algumas coisas, e já vou indo.
- Ok, bom descanso.
- Digo o mesmo.
Com isso, a funcionária de fato se retirou, deixando Michael sozinho. O mesmo guardou seus pertences, antes de se virar para olhar seus medicamentos, para usa-los.
- Ah....isso já foi, Michael. Já foi há muito tempo.
- Eu não sou igual a ele. Não mesmo.
Não mesmo....
- Estando tudo em ordem, pode entrar.
- Obrigado
- Apesar que, sendo sincero, não sei o que espera conseguir dialogar com ele. Digamos, que ele é bem temperamental.
- Estou ciente. Mas, depois que eu soube de algumas coisas, talvez eu poderia ajudar as autoridades.
- Bem, não vou dizer que isso não seria positivo. Bom proveito.
- Eu sei que você está aí.
- O que você quer?!
- Talvez um diálogo?
- Uh...vão vir com outro interrogatório agora porque?!
- Eu pelo menos não chamaria assim. Diria, que é mais um 'Plano B'. E sinceramente, se você cooperar...
- Acho que todo mundo ganha.
- Uh.....o que você é afinal? Um policial?
- Pensei que não gostasse de interrogatórios.
- Argh.....
- Acho que nós vamos nos dar bem. Não acha...
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