sexta-feira, 5 de maio de 2023

FM Fics: Tempos Sombrios - Parte 4

 



No capítulo Anterior


- Bom dia a todos - Declarou Michael aos seus alunos, após todos estarem na sala, incluindo Pedro e Fernanda. - Bom dia, professor.


- Antes de começarmos, já que eu terei a primeira aula do dia, e a última...acho que alguns vocês talvez já saibam do incidente que ocorreu nas últimas horas.


- Inci...dente? - Perguntou Fernanda. Alguns alunos da sala já cochichavam sobre o assunto, mas decidiram se conter. Pedro também estava fora do assunto.


- Ah....hum...devem estar falando disso agora, para contextualizar - Dizia Michael, ao ligar um pequeno rádio. - "A última noite na Penitenciária Nelson Hungria foi marcada por um grave ocorrido, com a explosão de uma parte do local, e principalmente, da fuga do notório serial killer Carlos Kasady".


Pedro rapidamente arregalou os olhos ao ouvir isso. Apesar de não ter tido contato direto com o mesmo como ele, Fernanda também já estava familiarizada com aquele nome. "Kasady, que tinha a alta possibilidade de ser um caso oficial de execução de pena de morte no país, se encontra foragido, sem sinais de onde pode estar. Um segurança sobrevivente chegou a relatar que teve sorte de não estar morto, enquanto um cadáver de um homem ainda não identificado foi encontrado dentro da prisão"


"A polícia recomenda fortemente cuidado, ele é definitivamente uma bomba relógio perambulando solta por ai". - Acho que já ouvimos o suficiente. Não queria começar a aula assim mas, vocês sabem, eu prezo pela segurança dos alunos. Por favor todos tomem cuidado, enquanto esse maníaco não estiver enjaulado ou algo equivalente a isso.

- Até a próxima aula


- Até


Após o tempo da aula ter se encerrado, Pedro se retirou da sala, enquanto andava pelos corredores de forma lenta. Sua cabeça já estava pensando em outra coisa desde que tinha ouvido aquilo, e ele não poderia deixar de pensar sobre.


- Pedro - Questionou Fernanda, ao acha-lo. 


- Ah, oi.


- Aquilo claramente mexeu com você, não foi?


- Não é bem o tipo de coisa que você ouve, e ainda consegue se manter do jeito que estava. Ele não é como os outros, Fernanda. No pior sentido da palavra.


- Nós vamos dar um jeito.


- Fernanda, é..


- Já comentamos sobre isso outras vezes - Respondeu ela, ao colocar a mão sobre o ombro dele - Eu não sou a garota em apuros.


- Eu sei. Eu...


- Eu sei o que você vai dizer. Nessas horas, uma ajuda sempre faz diferença.


- Você tem razão. Por isso mesmo, eu sei que eu vou precisar também da de outra pessoa.


- Quem?


- Você vai saber. Só precisarei, tentar convencê-lo.


- Do jeito que você fala, parece que você pensou que não precisaria, não é?


- Como você nota essas coisas?


- Intuição, gatinho. - Declarou ela, de forma bem humorada. Pedro reagiu com um sorriso contido. - Mas sim, é algo um pouco mais complicado do que parece. Provavelmente, já estará ciente do assunto. Até mais tarde.


- Até.


- Alô?


- Fernanda, tá podendo falar?


- Ah oi, Melissa. Eu estava aqui com o Pedro, mas ele já saiu.


- Eu queria falar com ele, mesmo. É que vocês já devem estar s...


- A gente soube agora pouco. 


- Ah, bom, ao menos já poderia ir direto ao ponto.


- Ele me disse que iria procurar uma ajuda. 


- Hum, ele chegou a mencionar quem seria?


- Não, estou no escuro como você. A única coisa que eu percebi, Melissa, é que parece que ele não gostaria de ir atrás disso, se não fosse necessário. Eu espero que ele saiba aonde está se metendo.

- Ah, olá - Declarou Anne, ao abrir a porta de sua casa. Pedro estava do outro lado, após o meio tempo gasto para achar o local.


- Olá. O Eddie está?


- Oh sim, você é algum conhecido dele?


- Digamos que sim. Eu precisava ter uma conversa com ele.


- Claro, pode entrar.....por acaso nós já nos conhecemos? 


- Talvez rs. - Respondeu Pedro. O garoto preferiu manter mistério sobre isso, naturalmente. O mesmo foi em direção à sala da casa, enquanto Anne subia as escadas em direção ao seu quarto.


- Você tem uma visita, vou deixar vocês se falarem, ok?


- Que visita a essa h...


Antes que Eddie terminasse, ele viu do que se tratava. Houve um momento de silêncio, antes que Pedro decidisse falar alguma coisa. 


- Eh, eu sei. Você não devia estar esperando exatamente essa minha visita...


- É, realmente um pouco surpreso. 


- É que eu precisava falar de um assunto com você. Algo sério.


- Para você ter saído da sua cidade, e meio que quebrado aquele nosso acordo que você sugeriu, só por causa disso, imagino que deva ser importante mesmo - Disse Eddie, enquanto pegava sua xícara para beber seu café. Pelo menos, antes de ter aquilo como resposta.


- Mas então garoto, o que foi que aconteceu..


- Você já não soube?


- Soube do que? A gente esteve meio desligado de TV por uns dias, admito, e..


- O Kasady fugiu


Mais uma vez, um momento de silêncio prevaleceu. Anne também chegou a ouvir aquela frase, enquanto continuava a ouvir o que viria depois.


- Rs....


- Qual seria a graça?


- Olha, garoto, eu sei que você gosta de ser bem humorado, mas acho que esse tipo de piada não cai be...


- Eu não faria piada com isso.


- Então está me dizendo que ele..


- Ligue a sua TV, caso tenha dúvidas. Provavelmente ele deve estar sendo um dos assuntos.


"A polícia ainda está o procurando, é o que podemos dizer"; "Vocês não acham esse silêncio em torno dele desde a fuga estranho? - Uma coisa que aprendemos é nunca subestimar a mente de um psicopata. Além do mais, nada garante que ele não saiba esconder o que faz no caminho"


- Como isso aconteceu


- Eu não sei


- Como assim não sabe, não é você o super-herói?


- Hey, eu atuo em São Paulo. E ele estava em uma prisão de segurança máxim..


- Estou vendo a "segurança máxima" desta merda, máxima a ponto dele agora estar perambulando por aí! - Gritou Eddie, ao pegar sua xícara e joga-la contra a parede. Naquele momento, havia um grande misto de raiva, com um inegável temor.


- Eddie, eu sei que essa conversa não seria fácil, mesmo achando que você já estava ciente. A gente deu um jeito nisso uma vez, podemos fazer isso de novo.


- E porque você acha que eu ia querer me encontrar com esse maluco?


- Eddie, não é apenas uma questão de nós dois. Você sabe como o Kasady é. Ele uma hora vai atrás da gente, ou daquilo que dói mais, pra garantir isso. 


- .........Ah, droga...você tem razão.


- Você me disse na última vez que se a gente se encontrasse de novo, não seria por um bom motivo. Infelizmente é o caso. Mas, ao menos podemos repetir o mesmo final - Declarou Pedro. O garoto então se retirou, em direção à porta, antes de ser parado por Anne.


- Você...é o..


- Ela sabe tudo, caso queira saber.


- Ah, sim, Anne. É um prazer conhece-la, de fato.


- Igualmente. Obrigada por aquela vez.


- Apenas fiz o que eu precisava fazer.


- Aonde você vai, posso saber?


- Se você passar por aquela porta, é porque temos um acordo. A decisão é sua, Eddie.


Eddie então viu sua porta fechar, enquanto olhava para Anne por um momento. Já sabia que ela estava ciente. - O que você acha disso? - Ele não viria aqui se não acreditasse no que disse. Provavelmente.


- Bom, o que eu podia fazer, fo...


- Ah, olha você aí - Comentou Pedro, já do lado de fora da casa, ao ver Eddie abrindo sua porta.


- Está certo, garoto. Como na última vez.


- Ou melhor, dando um jeito nisso pela última vez - Apontou Venom, ao aparecer de fato. - Estava até demorando pra ele aparecer.


- Bom, e agora?


- É o que vamos ver. Primeiro de tudo, achar aquele cara.

- Deu 34,70, com o nosso cartão você ganha um desconto de 5%. Volte sempre.


- Senhor, não querendo ser um incômodo, mas logo iremos fechar. Então, recomendo que pegue o que lhe interessa.


- Oh, sim, me desculpe. Faz um bom tempo que eu não venho aqui, sabe...poderia me ajudar?


"- Ah, bom, é o meu trabalho né?"; - O que você procura, exatamente?


- Ah, molho de tomate. Acho que não tem aquele que eu costumo usar, é para uma ocasião especial.


- Como ele era?


- Qual você tem com um tom meio mais forte?


- Tem esse apimentado, que tal?


- Ótimo, ótimo, vai ser esse.


- Ok, 19,30, se tiver o nosso cartão, você tem o desconto de 5...


Antes que o vendedor pudesse continuar, o mesmo foi perfurado por algo nas costas, antes de notar seu sangue começando a escorrer. - Ag..a..


- Oh, eu ouvi sobre o desconto, bastante benéfico. Mas nossa, acho que eu esqueci a carteira...mas não será problema, não é?


- Ar....arg...


- Opa, não precisamos envolver mais ninguém nessa conversa - Apontou Kasady, ao afastar o celular do homem. - Não ainda. Digamos que eu tenho de ver algo primeiro, antes da parte divertida. Sabe como é...


- Mas depois disso...isso será divertido, e todos poderão participar. Só lamento, que você não...


- Ar...arg...você é...


- Oh sim, aquele que está em todos os noticiários, pelo mesmo motivo. Afinal de contas, meu caro - Continuou o mesmo, ao cochichar no ouvido da vítima. - As pessoas adoram acompanhar algo, que elas nunca terão coragem de fazer. Isso é jogar fora do sistema.


- Você é louc.....


- Loucura é algo muito subjetivo. Mais do que as pessoas sequer pensam. Agora, se o senhor me der licença...eu tenho coisas pra ver. 


Com isso dito, o maníaco atirou fortemente seu alvo contra a parede, antes de sair do estabelecimento. O homem atingido até conseguiu se levantar em seguida para tentar ligar para a polícia, mas Kasady já sabia que ele estaria morto pela perda de sangue, antes de tal ato. O resultado não foi outro, após o homem desmaiar em seguida.


- Hey, vocês irão fazer compras aqui?


- Sim, porque? - Perguntou uma moça, acompanhada do marido.


- Oh, é que acabou de acontecer algo horrível! Um louco esfaqueou o dono do estabelecimento, e eu não sei o que fazer! Vocês poderiam ligar para as autoridades?


- Oh céus, claro - Dizia a moça, enquanto o homem ia em direção ao corpo da vítima para tentar ajudar.


- Vocês são verdadeiros anjos sem asas.....


- Querida, você poderia me ajudar aqui?


- Claro - Disse ela, ao entrar no estabelecimento para ajudar a levar a vítima. No entanto, após isso, o misterioso 'denunciante' do crime desapareceu do olhar de ambos, enquanto olhava escondido tudo que acontecia.


- Hum, aonde eu estava? Oh, é mesmo. O responsável por isso. Acho que eu devia agradecer, não é mesmo?


CONTINUA

Por: Riptor

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