- Procurando algo?
- Ah sim. Digamos, que eu conheço o seu chefe, e gostaria de ter uma conversa com ele - apontou Kasady. Naquele momento, ele se encontrava na frente do terreno de Fisk. O grande responsável, por sua escapada da prisão.
- Hum, não me lembro do Sr. Fisk ter avisado de antecedência de visi...
- Escuta aqui, amigo. A não ser que você queira que eu enfie isso aqui pela sua guela, e vá abrindo suas vísceras como se fosse um boneco de pano. Eu recomendo fortemente, que você deixe eu entrar.
- Ah..
- Ah, claro - Apontou o vilão, ao segurar a mão do segurança, prestes a chamar reforços. - Acredite, você não vai querer ser responsável por sujar o terreno do seu patrão por algo tão...besta rs. É apenas uma conversa, e ninguém se machuca.
- A....você quer...que eu avise o Fisk?
- Pode ser, obrigado.
- Sr...Sr. Fisk?
- O que é?
- Tem uma visita pro senhor.
- Hum, quem é?
- Xiuu...é pra ser surpresa, eh - Apontou Kasady ao segurança, enquanto ouvia a conversa do lado.
- É pra uma conversa, com o senhor.
- Manda subir, então.
- Entendido. Você ouviu, pode entrar.
- Agradeço a cooperação.
- Hum, então é você - Apontou Fisk, ao ver Kasady em sua sala.
- Tive de me resolver com o seu funcionário lá em baixo, mas ele foi prestativo.
- O que não parece ser o seu forte.
- Não vai me dizer que o Rei do Crime sentiu falta daquele mandatário na cadeia? Rs.
- Você ter matado ele seria o de menos. Minha questão é mesmo esse seu 'sumiço' desde que escapou, ao invés de entrar em contato. E não ache que certos casos por ai eu não desconfie que foram da sua autoria, quer atenção?
- Nem tudo são linhas tão retas, Fisk. As vezes, você lida com uma estrada de vias opostas, que te levam ao mesmo lugar. Tive de lidar com algumas coisas, informações, e situações no caminho...algumas mais urgentes do que outras.
- De toda forma, ao menos se lembrou do nosso acordo.
- Ah...rs.
- Qual é a graça? - Questionou Fisk, enquanto Kasady se afastava um pouco de sua mesa.
- O garoto vai ser um problema que terei de resolver mesmo, o que também é do seu agrado obviamente. Agora...eu não me recordo de já ter mencionado a palavra 'acordo'.
- O que você está querendo dizer com isso? Eu te ajudei a escapar e..
- E eu o agradeço, muito mesmo! Mas acho que depois de ser humilhado mais uma vez, e até preso, por causa dele...você não pensou tanto na hora de ir atrás de mim, não é? - Questionou ele. Fisk estava começando a ficar nervoso com isso, mas não era apenas de raiva, enquanto abaixava uma de suas mãos em sua mesa.
- O que você tá querendo passar Kasady?
- Confiar em quem a sociedade rotula de 'psicopata', 'sociopata'...não é uma jogada muito segura, nem mesmo pra você. Como eu falei antes, eu não sou um cachorrinho pra você me dar ordens, ou muito menos pra me cobrar de algo. Quem joga as peças, sou eu - Dizia ele, antes de virar de costas. - Eu vou fazer o que você já queria que eu fizesse. Mas também...
- Vou incluir VOCÊ na minha lista!
Com isso dito, Kasady disparou um ataque com um de seus braços coberto pelo simbionte contra Fisk. No entanto, o Rei do Crime foi mais rápido, apertando um botão que se encontrava na parte de baixo de sua mesa, que ativou uma proteção transparente que o separou do ataque.
- Ah....hahaha, desgraçado...muito esperto, não é?
- Depois que eu soube do caso envolvendo o Cabeça de Martelo no Rio, um pouco mais de proteção nunca é demais. Também não deve me subestimar, Kasady.
- Hum..uhm rsrs....ok, eu deixo essa passar, tenho coisas mais importantes primeiro. Mas saiba de uma coisa, Fisk. Quando eu terminar, e eu te garanto que eu vou terminar...eu vou atrás de você. E não vai ser essa proteção que vai te safar - Declarou ele, antes de sair dali. Naquele momento, Fisk começou a realmente pensar se seu plano era tão bom como ele achava que seria.
- Você
- Ah, sim chefe?
- Dê essa ordem a todos daqui. A partir de hoje, se vocês verem aquele homem voltando aqui, ou ameaçando fazer isso, matem. Você entendeu?
- Ah, s..
- Você entendeu?!
- SIM, senhor!
- Ah, muito bem Kasady, aonde nós vamos agora...ah, sim. Amanhã, teremos um lugar muito especial para ir. Porque eu tenho certeza, que vai chamar a atenção de alguém.
19h20
- Eu posso saber porque estamos aqui mesmo?
- Bem, nos dois sabemos que fazer as coisas nas sombras não é bem a cara do Kasady..ou pelo menos não deveria ser muito - Apontou Pedro para Eddie. A dupla se encontrava em meio a um novo evento realizado pela cidade - ainda que, pelos acontecimentos recentes, muito mais policiado do que normalmente seria. - Ele gosta de fazer barulho. E nesse momento, aqui seria a melhor forma dele conseguir isso.
- Sua intuição tem um ponto. Só não sei como eles ainda acham que é uma boa ideia fazer isso, achando que podem pará-lo com esses caras. Apesar que precisam fingir que estão no controle para os civis...
- Bom, no pior cenário nessas horas, é aí que entramos, e...Melissa?
- Oi, e...Eddie, é você?
- Ah, é, bom te ver.
[Pedro] - Vocês dois se conhecem?
- A gente tocava na mesma banda. E você conhece ele de onde?
[Eddie] - Ah, é que nós...
- Já somos conhecidos de algum tempo, na verdade, não é, Eddie? - Apontou Pedro, tentando desconversar. Eddie também estava meio desconfortável naquela situação: - Ah, sim. Velhos amigos.
[Venom] - "Tanto que já quase matamos ele uma vez.."
- 'Não começa com essas gracinhas agora, Venom' - Falava em voz baixa Eddie, virando rapidamente a cabeça para trás, antes de voltar a conversar naturalmente.
- Tendi. Como o mundo é pequeno, não acham? XD E Pedro, eu poderia falar com você, em particular?
- Ah claro. Você pode me esperar Eddie?
- Não se preocupa comigo.
- Então, você já descobriu algo mais daquele cara?
- Ah, ainda não. Apesar que eu acho que ele pode aparecer por aqui. E ai eu acabei me encontrando com o Eddie no caminho, ele está...visitando a cidade, apesar de tudo isso.
- O Jaime me mandou pra tirar fotos do evento, pra variar. Se você estiver certo, ele vai ter até esquecido disso.
- Só toma cuidado, por via das dúvidas.
- Pode deixar.
- Foi bom ver vocês dois rapazes, até outra hora.
- Até.
- Ah, garoto.
- Sim?
- Vocês dois...
- Ah, sim, antigamente nós...mas, hoje só somos amigos mesmo.
[Venom] - É o que todos dizem...
- Hey, eu não estou mentindo, e eu tenho namorada.
- Oh, me desculpe por isso, então.
- Esse simbionte é tão engraçadinho assim mesmo?
- Às vezes ele realmente fala BEM mais do que devia...
- A espécie de vocês realmente se dói por muito pouco, me impressiona q...
- Já está anoitecendo. Espero que esteja tudo certo com ele - Apontou Anne, em sua residência. Não conseguia tirar aquilo da cabeça, apesar de tentar se ocupar com outra coisa. E isso apenas se agravaria.
- Ah?
- Eddie, é você?, perguntou ela, enquanto descia um pouco as escadas. Alguém havia batido em sua porta, que estava trancada. No entanto, não houve resposta.
- ......Tem alguém aí?, ela perguntou novamente. As batidas na porta voltaram mais uma vez, em um tom um pouco mais forte. Alguém queria que ela abrisse a porta.
- ...Acho melhor deixar a porta fechada, e...
- Você não poderá dizer que eu ao menos não tentei ser educado. Anne.
- Essa vo..
- Argh!
Naquele momento, Anne viu a porta ser atravessada por uma mão, antes de correr em direção ao seu quarto, onde se trancou e se escondeu embaixo de sua cama. Não havia muito mais para onde ir. Ao mesmo tempo, ela conseguia ouvir os passos abafados subindo as escadas.
- Eu sei que você está aqui, Anne. Eu só quero ter uma conversa...civilizada rs. Especialmente, com você sabe quem.
- Hum....hum.... - Se continha a mesma, para evitar fazer barulho. Seu corpo estava trêmulo, e seu rosto suando, enquanto ele abria agora a porta da onde ela estava. Seus olhos arregalados, agora enxergavam aquelas pernas magras e vermelhas, dando passos leves pelo quarto. - Sabe, Anne. Eu gostava de brincar de esconde-esconde quando era criança, mas muitas vezes ninguém queria brincar comigo. Deve ser porque muitas vezes, quem topava desaparecia de vez quando aceitava rs - Dizia ele, enquanto se abaixava lentamente para conferir o lado de baixo da cama. Anne simplesmente não sabia se gritava, ou se apenas fechava os olhos, enquanto testemunhava aquela boca preta suja de sangue ainda derramando, e aquela língua áspera, se aproximando cada vez mais.
- Hum?
Ainda assim, ele decidiu voltar sua atenção de volta para sala abaixo, quando ouviu um barulho. Anne parecia não acreditar em tamanha sorte, e sabia que ela não viria duas vezes. Após vê-lo descer as escadas, ela rapidamente pegou algo em sua bolsa, antes de se dirigir para a janela de seu quarto, saindo através dela.
- Arg, ah minha noss..
- Oh...uh.
Anne se segurou na beirada de um canto para evitar uma queda brusca, antes de aterrissar no chão. Ela rapidamente olhou para um de seus bolsos para ver se o que tinha pego estava ali, antes de ir em direção à um ônibus que já estava quase partindo.
- Está tudo certo senhorita?
- Vai estar quando eu sair daqui - Declarou, ao pagar a passagem. - Esse ônibus vai pra fora da cidade?
- Bem, já estaria perto de acabar o meu turno, mas si..
- Então prossiga, eu especifico depois.
O ônibus então se retirou rapidamente, enquanto Anne sentia um leve alívio. No entanto, sua fuga da própria casa não teria passado despercebida por seu perseguidor.
- Aquele carro pelo visto me diz que eu acertei, e..
- Anne?
- O que ela está fazendo aqui?
- Não sei, mas eu vou atrás dela.
- Ok, eu tento distrair ele enquanto isso.
- Rargh!
- Ai meu Deu..
- Ah, o-brigado! - Declarou um cidadão que quase foi cortado ao meio, antes de ser salvo por Pedro. - Estou aqui pra isso.
- Sempre aparecendo rápido, não é rapazinho?
- Algumas coisas nunca mudam. Você é a uma boa amostra disso.
- Rs. Ah, mas sempre pode mudar algo pra melhor. A começar tirando um atraso como você da minha lista de pendências!
O Homem-Aranha desviou mais uma vez do rápido ataque desferido pelo Carnificina, que formou uma navalha com uma das mãos. No entanto, o adversário sabia como lidar com isso.
- Hum...então que tal isso?
- O qu..
Kasady desferiu então um novo golpe em direção à uma casa, abrindo um grande buraco ao mirar em um morador como distração. O Homem-Aranha se locomoveu rapidamente para salva-lo, mas isso teve um custo: fora atingido, antes de ser jogado brutalmente no asfalto.
- Esse sempre foi seu Calcanhar de Aquiles, afinal. Não consegue deixar de salvar os outros - Dizia o mesmo, antes de puxar outra vítima para si. - E o que isso mudou?
- Arg..
- Nã..não faça isso.
- Eu não fiz nada, Homem-Aranha.
- ARGH!
- .......
- Foi você que matou ele. O Carnificina apunhou a outra vítima, antes de dispara-la como se fosse um boneco.
- Eu esperei por isso por muito tempo. Tempo demais. E desta vez, eu não vou amenizar.
- Além do mais, quantos você pode salvar enquanto isso?
- Todos que eu puder.
- Tenho certeza disso. Porque enquanto você salva 6, 7, eu vou estar matando 13, 15 ao mesmo tempo!
- Pedro.. - Declarou Melissa. A garota ainda estava presente por perto, escondida, enquanto tentava tirar as fotos. No entanto, não demorou para ela acabar sendo o alvo.
- A..
- Esses jornalistas realmente arriscam o pescoço pela profissão. Vamos ver isso na prática?!
- Não!
O Carnificina se disparou em um salto em direção à seu objetivo, enquanto o herói fazia o mesmo, antes de disparar suas teias para atrasar o ataque. Foi por um triz, graças ao fato de Melissa também ter feito um movimento para trás à tempo, caindo no processo.
- Oh, muito bem! Você se esforçou mais dessa vez. Mas porque não fez isso antes?
- Arg....
'- Pedro', pensava internamente Melissa. O vilão formou uma lâmina com uma das mãos, tentando a empurrar para perfurar a barriga do herói, que a impedia com a força que tinha. Ela não podia fazer muita coisa, mas sabia que tinha. Naquele momento, Kasady deu um soco que disparou Pedro de volta para onde estavam, dando a deixa que ela precisava.
- Vamos lá, Fernanda, atend..minha nossa - Dizia. A garota então viu um helicóptero sobrevoando a situação, numa tentativa de cobrir o caos que se alastrava.
- Estamos aqui no calor do momento, onde o Homem-Aranha está tentando deter o criminoso monstruoso que enfim revelou sua face de terror novamente - Declarou o jornalista dentro do helicóptero. O Carnificina estava agora se focando na guarda de segurança do lugar que tentava dete-lo, mas infelizmente em vão, enquanto o herói tentava recuperar as forças.
- Eu não pensei que veria esse mesmo cenário catastrófico se repetindo. E agora me resta perguntar, telespectadores. Se esse Aranha é por acaso nossa 'salvação' contra esse monstro, é bom ele começar a fingir melhor!, exclamava J.J. Jaime, enquanto tudo era transmitido em seu programa. - Aliás, alguém tem algum sinal daquela garota que mandamos pra lá, Melissa?
- Não senhor.
- Que Deus a tenha então.
- A situação está realmente caótica, e todos querem saber até onde ela pode se alastrar nesse ritmo.
- Minha nossa - Declarou Michael, ao ainda estar diante da TV presente na sala dos professores. Já estava no horário de tomar sua medicação, mas ele não tirava seus olhos da tela naquele momento. Especialmente, depois de um certo momento.
- O Homem-Aranha parece não estar dando conta dele
[Michael] - Se ele não parar esse cara, ninguém mais vai.
- RAGH! Olha só, vamos virar manchete de TV, Aranha. Isso não é demais. Mas sabe de uma coisa? Eu não sou tão fã de filmarem meu trabalho.
- Oh?!
[Jaime] - Saiam daí, ele vai..
Naquele momento, o vilão pulou com o objetivo de derrubar o helicóptero, mas foi impedido pelo herói. Usando o próprio corpo, ele conseguiu empurralo para uma queda em cima de um telhado. - Não fiquem perto, por favor!
- Até porque você não vai conseguir deixa-los seguros, não é?
- CALA ESSA BOCA!
[Michael] - .........Eu nunca notei isso, mas...
- Ui, ele está brabinho! Quer que eu chame a mamãe pra você cholar no colo dela?
- Eu vou acabar com você!
[Michael] - Essa voz...
- Vai me matar agora? Heróis não fazem isso...uma amarra que eu fiz questão de nunca ter!
- Eu não preciso te matar pra esmurrar a sua cara.
- Ah, isso faz sentido. O Garoto-Aranha vai me machucar um pouquinho, eu supostamente vou pra cadeia, eu fujo de novo, mato gente, você me prende, eu fujo de novo, mato MAIS gente ainda, e o ciclo se repete porque você não tem cunhão pra acabar de vez com iss..
- Chega d..
Antes que o herói continuasse, Kasady lhe desferiu um soco que o disparou novamente para o centro do caos. Talvez fosse a adrenalina, para ainda assim ele tentar se levantar para continuar.
- É incrível como você não morreu ainda! Apesar que eu ficaria muito decepcionado, se fosse tão fácil assim!
- Eu...vou...parar você.
[Michael] - .....Pedro?
- Mas é claro! É o que pelo menos você tem de vender pra câmera ali! Que é só mais um caso de vilão da semana.
[Michael] - Não, não pode se...
- Mas você sabe que dessa vez, garoto. Não será.
- Você está errado.
- Rs. Sabe, eu não sei se você é um garoto de muita fé, ou um tolo completo. Ao menos eu não posso dizer que o símbolo de heroísmo e esperança da cidade, não tenta fazer jus a isso.
- ...Uh...as pessoas já sofreram demais por acreditar em 'símbolos'. Mas elas precisam se agarrar a algo. Nós sempre precisamos.
[Michael] - Ele vai acabar morrendo ali, eu...e se eu estiver vendo coisas, e se não for...ar..
Michael então observou seu braço esquerdo. Estava cheio de manchas cinzas um pouco maiores do que de costume, por conta da medicação, que estava na sua mão. Ele ainda precisava a injetar em si mesmo.
- Ah..arg...uh..
- Ah..hum....só tem um jeito de eu descobrir. Que se dane.
- Doutor, tudo certo a...minha nossa!
A funcionária Ellen, que também ainda estava ali, entrou após ouvir o barulho de coisas quebrando. Quando entrou na sala, a janela presente estava quebrada. Mas isso não era o único detalhe que ela iria perceber no chão.
- A medicação...
- Agora eu entendo porque ele nunca gostava de falar sobre isso.
[Pedro] - Ah?, dizia ele enquanto se levantava ainda aos poucos, ao ver uma grande sombra atrás dele, que lhe garantiu um pequeno sorriso. Não podia ser outra coisa.
- Precisando de uma mão?
- O que você acha...porque demorou tanto?
- Que tal a gente focar naquele desgraçado?
- RAGH!
- Justo.
- Como da última vez?
- Como da última vez.
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