Após uma disputa acirrada com gigantes como Paramount Skydance e Comcast, essa novela acabou: a Netflix oficialmente anunciou a compra da Warner Bros., em um acordo avaliado em mais de US$ 80 bilhões.
Em determinado momento, parecia que a Paramount era a grande favorita para vencer o "leilão", mas já começava a circular um burburinho de que a Warner tinha preferência pela Netflix, o que inclusive gerou revolta no CEO David Ellison. O acordo, que foi reportado nesta madrugada, custou um valor total de US$ 82.7 bilhões, com US$ 27,75 por ação, algo que foi considerado muito significativo, principalmente porque a gigante do streaming não está adquirindo a Warner Bros. Discovery por completo, mas sim seus estúdios de TV & cinema, além de seu streaming.
A Paramount, com muito custo, ofereceu cerca de US$ 24 por ação em uma de suas ofertas anteriores, e nesse caso era para adquirir o conglomerado inteiro da Warner Bros. Discovery. Só para que se tenha uma ideia, a aquisição da 21st Century Fox por parte da Disney custou US$ 71.3 bilhões - uma diferença de 9 bilhões de dólares.
"Nossa missão sempre foi entreter o mundo", declarou Ted Sarandos, CEO da Netflix, em comunicado oficial. "Ao combinar o incrível catálogo de séries e filmes da Warner Bros. com nossos títulos que definem a cultura pop, como Stranger Things, Guerreiras do K-Pop e Round 6, poderemos fazer isso ainda melhor. Juntos, podemos oferecer ao público mais daquilo que todos amam e ajudar a definir o próximo século de narrativas. Essa aquisição aprimorará nossa oferta e vai acelerar nossos negócios nas próximas décadas."
A expectativa da plataforma é manter as operações do estúdio exatamente como estão, já que a gigante enxerga essa como a sua oportunidade definitiva para entrar de vez no ramo da distribuição de filmes nos cinemas em grande escala, ainda que também garanta que o consumidor terá conteúdos HBO e HBO Max dentro de seu catálogo. A garantia aparece como um ponto central do acordo, sinalizando que as marcas e métodos de produção da Warner continuarão operando dentro de sua lógica tradicional de janelas, apesar da mudança de controle. Segundo a nota oficial, a intenção da Netflix é preservar o modelo híbrido que a Warner já vinha adotando, com estreias robustas nos cinemas antes da chegada ao streaming. A empresa afirma que a distribuição cinematográfica “faz parte do valor histórico das marcas” e continuará sendo tratada como etapa essencial do ciclo de vida dos filmes. A promessa tenta reduzir tensões com talentos, agentes e exibidores, que há anos questionam o impacto dessas plataformas sobre a sustentabilidade das salas.
Em uma operação que deve ser concluída após a separação da divisão Discovery Global, prevista para o terceiro trimestre de 2026, o acordo agora passará pelas mãos de órgãos reguladores como a Federal Trade Commission (FTC) e o Departamento de Justiça dos EUA. A Paramount já havia indicado que, caso perdesse a disputa, recorreria a esses órgãos regulatórios para tentar barrar a fusão. Além disso, um grupo de cineastas anônimos divulgou uma carta pedindo que a possível fusão não fosse aprovada, temendo um possível efeito negativo na distribuição cinematográfica de filmes do estúdio.
Esse tipo de revisão costuma ser prolongado, especialmente quando envolve gigantes da tecnologia e do entretenimento, e pode facilmente ainda se estender por mais de um ano. Os reguladores avaliarão se a fusão reduz a concorrência no mercado de filmes, séries, canais de TV e streaming, e se altera a estrutura de distribuição de conteúdo em escala global.
Por: Riptor
Fonte: O Vício; Omelete


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